Plano Municipal de Agroecologia - PMA


Na proposta de elaboração do Plano Municipal de Agroecologia no município de Itapipoca – CE, notadamente é um marco no município uma oportunidade de colocar a Agroecologia em foco e dar visibilidade ao trabalho realizado por instituições da sociedade civil que arduamente tem feito da agroecologia não apenas um elemento, mas um elemento que une povos. 
Na construção deste momento ímpar no município contamos com a participação de pessoas que oportunizaram que a ação acontecesse no município. Nesta caminhada boa parte das atividades foram realizadas remotamente, devido a pandemia do coronavírus.

Contamos com o engajamento ativo da sociedade civil e da gestão pública municipal. O grupo de trabalho geral mobilizou e articulou o primeiro seminário foi um trabalho de “formiguinha” onde cada uma e cada um pode colaborar. Foram divididas as despesas para que o primeiro encontro presencial fosse realizado de forma satisfatória.

A metodologia do encontro foi partilhada houve um momento preparatório com grupo focal. Onde ficou definida a pauta: - Chegança; - Apresentação; - Roda de Conversa; - O que temos no município que dialoga com os temas presentes na Carta Compromisso da ação Agroecologia nas Eleições; - O que desejamos para traçarmos as diretrizes do plano; - Próximos passos
 
Neste primeiro momento contamos com uma fala inicial do Prefeito Felipe Pinheiro, que assinou a carta do Agroecologia nas Eleições e tem dado apoio e deixado claro que a prefeitura está disposta a dialogar sobre o plano. “Estou feliz em poder estar aqui hoje. O que vocês irão construir aqui é muito importante e que este com este Plano Municipal de Agroecologia possa servir na construção de novas políticas públicas. E com ele o fortalecimento da agroecologia no município. Que possamos construir políticas inovadoras bacanas, que deem muito caldo para muita causa. Temos muita vontade de captar recursos com o Governo do Estado. E muito vontade e espaço para construir um plano possível no município”, conclui ele.
 
Entre as participações no primeiro seminário tivemos uma diversidade: Coordenação do Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido, CETRA, Tremembé,

Quilombolas, Feirantes, RIS, Agentes Cáritas Diocesana de Itapipoca, EMATERCE, MST,
CONSEA, STTR, MMTR, Pastoral da Juventude, SINTRAF, G8, Grupos de Pesquisa –
UECE, COMITÊ DE BACIAS, POVOS DE TERREIRO, Secretaria de Educação, Secretaria
de Agricultura, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Meio ambiente,
Secretaria de Saúde, Secretaria Gabinete do Prefeito. 
Os pontos extraídos da carta compromisso assinada pelo prefeito foram trabalhados no seminário: 1. Comercialização, circuitos curtos e compras institucionais. 2. Inclusão produtiva com segurança sanitária. 3. Infraestrutura nas áreas rurais. 4. Reforma Agrária. 5. Povos de comunidade tradicionais. 6. Sementes. 7. Biodiversidade e Meio Ambiente. 8. Acesso à água. 9. Cultura. 10. Comunicação. 11. Resíduos sólidos e compostagem. 12. Agricultura urbana. 13. Práticas integrativas complementares no SUS. 14. Assistência técnica e extensão rural. 15. Apoio à produção e organização e enfrentamento à violência contra as mulheres. 16. Educação contextualizada. 17. Juventudes. 18. Controle e restrições de atividades que geram impactos negativos
 
Como encaminhamento para dar continuidade para a próxima etapa foi criado um Grupo de Trabalho para Formulação do Plano. Composto por: · Gestão municipal: Sec. de Educação, Sec. de Juventudes, Sec. de Meio Ambiente; · Povos Tradicionais: Mateus Tremembé; · Sindicato dos Trabalhadores Rurais: Jocélio; - Coordenação do Fórum Microrregional: Cleílsom (CÁRITAS), Selma e Luis Eduardo (CETRA).
 
Foram sugeridas as datas 29 e 30/11 para o segundo momento. Ao olhar para a tabulação e registro do primeiro encontro é que se pode ver a dimensão do quanto a Agroecologia é presente no município. Com a construção do plano o município terá condições de dar mais visibilidade as ações já existentes no município realizadas por décadas pela sociedade civil.

O segundo evento teve como sugestão do Consultor Regional – Alexandre Merrem de partir da construção do plano com a formulação de eixos. Estes foram “juntados” ou melhorados com o trabalho realizado anteriormente.
Um grupo menor se reuniu com Merrem para trabalhar a metodologia deste segundo encontro.
Estes foram os eixos:
EIXO TEMÁTICO I – PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA / ACESSO A MERCADOS / ATER / COMBATE AOS IMPACTOS NEGATIVOS;
EIXO TEMÁTICO II – INFRAESTRUTURA E RESÍDUOS SÓLIDOS;
EIXO TEMÁTICO III – POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS E VALORIZAÇÃO DA CULTURA;
EIXO TEMÁTICO IV – BIODIVERSIDADE E SEMENTES CRIOULAS;
EIXO TEMÁTICO V– ACESSO A ÁGUA E A TERRA;
EIXO TEMÁTICO VI – Organização e luta das Mulheres e Práticas integrativas;
EIXO TEMÁTICO VII – EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA, JUVENTUDES E AGRICULTURA URBANA
Nos dias 29 e 30 de novembro foi realizado o segundo Seminário de Elaboração do Plano Municipal de Agroecologia do município de Itapipoca. Este contou com participação da sociedade civil, poder público municipal, instituições de ensino, e órgãos.
No repasse das atividades em grupo cada eixo foi apresentado e feito possíveis ajustes no texto e nas propostas. Como encaminhamento para dar continuidade na elaboração do PMA foi formada a Comissão Municipal de Agroecologia, tendo como pessoa referência e articuladora Raimundo Filho dos Santos - Secretário Adjunto da Agricultura Familiar.
               Comissão Municipal de Agroecologia:
1.            Raimundo Filho dos Santos - Secretário Adjunto da Agricultura Familiar;
2.            Francisco Xirlean – Instituto do Meio Ambiente de Itapipoca;
3.            José Gilmar – Secretaria de Educação;
4.            Gleyciane Teles – Secretaria Chefia de Gabinete;
5.            Regilane Alves – Coordenadoria de Juventude;
6.            Flávia Cavalcante – CETRA;
7.            Rojane Alves – Balanço no Coqueiro;
8.            Rita de Sousa – STTR;
9.            Deizianw Lima – UECE;
10.         Keilo Teixeira – Secretaria de Educação;
11.         Gabriela Silvestre – Povo Tremembé da Barra do Mundaú;
12.         Nelzilane Oliveira – Consultora estadual AnM.
Foram propostas algumas datas para dar continuidade as ações. Um dos acordos iniciais seria que a tabulação dos resultados ali formulados seria revisada por mim.
Alguns encaminhamentos importantes: 1. Fazer uma revisão geral do texto; 2. Audiência pública; 3. Análise a partir do processo de planejamento do município. 
Final ano teríamos um esboço do Plano e na última semana de janeiro um diálogo com a gestão pública. Instituir o Dia da Agroecologia no Município.
O que se pode apontar neste processo foi o poder de mobilização e articulação do coletivo. Este fator foi significativo e apenas afirma que a força existente formada pela articulação em rede ainda sobrevive. As instituições abraçaram de forma positiva a iniciava AnM enxergando as possibilidades de levar ao território através da articulação e mobilização a possibilidade de dar visibilidade e concretizar algo trabalhado há décadas no município.
Diante de um cenário tão difícil de articulação e mobilização a iniciativa pode afirmar ao município e ao estado o quão possível é construir juntos. A possibilidade de elaboração do Plano Municipal de Agroecologia em Itapipoca foi partilhada inclusive a divisão dos custos para realização dos seminários.
Neste exercício entender que cada um e cada uma possuí grandes potencialidade e responsabilidades na construção coletiva em tornar o município de Itapipoca o primeiro do estado que tem como centro de suas ações a Agroecologia como um elemento transversal em todas as suas secretarias municipais.

2. Antecedentes da experiência

2.1 Faça um resumo dos antecedentes da experiência que antecederam a iniciativa Agroecologia nos Municípios.

A proposição da elaboração do Plano Municipal de Agroecologia no município de Itapipoca se deu em uma reunião virtual com a participação da sociedade civil e poder público.Neste primeiro momento foram levantadas informações sobre o município com base no foco de como a agroecologia se expressa no município e o que o grupo quer trazer para o município.

Foram realizadas reuniões com cada grupo envolvido e uma geral com ambos os grupos. Cada reunião se pode sentir como a agroecologia é trabalhada no município. Para cada reunião um grupo menor se reuniu para preparação das reuniões. Nestes contamos com a participação de pessoas de ambos os públicos, poder público, sociedade civil e a rede que é o Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido.

As reuniões preparatórias foram muito importantes para podermos ter o máximo de envolvimento de participantes, bem como de podermos oportunizar aos grupos que seriam mobilizadores e participantes a oportunidade de conduzir e preparar as reuniões. Nos primeiros encontros a finalidade além de conhecer como se expressa a agroecologia no município e como os grupos compreendem esta dimensão também foram momentos oportunos para colher informações para preenchimento da síntese sobre o município.

Na reunião com a gestão pública após a reunião com o GT geral realizada em julho o grupo da gestão pública apresentou o que se tem pensado para a elaboração do Plano Municipal de Agroecologia. Onde se destaca a Secretaria de Educação que será uma das secretarias que irá puxar as demais. Pontuo a fala de Gleyciane

Teles, assessora na Secretaria de Chefia de Gabinete, que diz “essas ações que a secretaria de educação nos apresenta tem uma ligação no que se tem pensado para o plano de agroecologia estão interligados. Como exemplo temos o Turismo e Cultura que irão agregar essa revitalização das escolas fechadas no que estamos chamando de Rota dos Três Climas. Em umas das propostas é trabalhar a gastronomia local das comunidades numa rota turística no município. Outra proposta integrada seria a Farmácia Viva por meio da secretaria de saúde e meio ambiente”, conclui.

Notadamente temos nos grupos uma força latente, uma gestão pública que está aberta em ouvir e construir e nessa caminhada temos a sociedade civil que apresenta o quão forte e presente é a agroecologia no município.

Nesta caminhada de construção na elaboração do Plano Municipal de Agroecologia as atividades presenciais no formato de seminários resultaram em um diagnóstico de como se apresenta a agroecologia no município.

No primeiro seminário o que se apresentou foi o resultado de décadas de trabalho da sociedade civil, instituições e grupos que continuam o trabalho de trazer a agroecologia para a centralidade de ações que integram um coletivo.

São as feiras agroecológicas que reverberam a ação deste trabalho construído por muitas mãos.

Outro fator importante é a diversidade de representações que estiveram presentes não apenas no momento presencial como também no que se tem de futuro para a elaboração do plano.

3. Participação social e política na experiência de incidência

3.3 A experiência de incidência é realizada conjuntamente a organizações da sociedade civil (grupos, coletivos, organizações, movimentos sociais e outros)?Sim

Indique o perfil dos/as participantes da sociedade civil com quem a experiência de incidência foi articulada durante a iniciativa.

  • Grupos e coletivos
  • Redes
  • Universidades
  • Sindicatos
  • Movimentos Sociais
  • ONGs
  • Cooperativas e Associações

3.5 Em que âmbito se deu a participação da sociedade civil no processo de incidência?

  • Na redação/elaboração de políticas públicas
  • Mobilização e fortalecimento de grupos da sociedade civil
  • Na articulação com atores políticos (esfera municipal)

3.6 Dentre as pessoas protagonistas, marque o grupo com maior participação:Mulheres

3.7 Dentre as pessoas protagonistas, marque o grupo com maior participação:Não é possível aferir

3.8 Dentre as pessoas protagonistas, marque o grupo de faixa etária com maior participação:Não é possível aferir

3.10 Como você qualifica os espaços de participação social no município de incidência?Efetivos (participação substantiva em algumas partes do processo)

3.10. 1 Faça uma breve consideração sobre a qualificação dos espaços de participação social a partir da resposta anterior

Durante o processo o grupo envolvido parte esteve bastante envolvido. Na construção dos processos houve certa limitação por conta das agendas das pessoas da sociedade civil como também da gestão municipal. O que é compreensível em virtude do acúmulo de atividades destas pessoas. 

3.12 Descreva os resultados e aprendizados do processo de participação da sociedade civil na experiência de incidência.

O que chama atenção neste momento de construção do Plano Municipal de Agroecologia no município de Itapipoca é a participação expressiva de várias representações da sociedade civil. Destacando-se as comunidades tradicionais, indígenas, juventudes e mulheres.  Houve um grande esforço coletivo em estar presente neste espaço de interação e troca.

3.13 Descreva as fragilidades e desafios/dificuldades do processo de participação da sociedade civil na experiência de incidência.

Uma das maiores dificuldades é participação de pessoas focais das instituições que atuam no município. Bem como da rede – FCVSA, que passam por fragilidades com a diminuição de pessoal nas instituições o que gera uma sobrecarga nas pessoas que precisam se desdobrar para participar as atividades. 

No decorrer da ação no processo de mobilização e articulação em si houve um debruçar maior. No entanto agora que precisa dar corpo para o plano e que se faz necessária uma ação coletiva de grupo menor "deu uma amornada" no processo. As instituições que atuam no território passam por grandes dificuldades, com ''pessoal" reduzido sem recurso para garantir pessoas que se engajem no processo. 

NomeQuilombo Nazaré

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeMovimento de Terreiros

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeSindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Itapipoca

Qual o papel da organização na iniciativa?

  • Outro
  • Participante

Qual outro?MOBILIZADOR

NomeBalanço do Coqueiro

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeInstituto Agropolos do Ceará

Qual o papel da organização na iniciativa?

  • Outro
  • Participante

Qual outro?MOBILIZADOR

NomeMovimento Sem Terra

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeRede de Agricultores Vales do Curú e Aracatiaçu

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeComitê de Bacias Hidrográficas

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeRede de Feiras

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeFórum Cearense Pela Vida no Semiárido

Qual o papel da organização na iniciativa?

  • Mediadora entre sociedade civil e poder público
  • Apoiadora
  • Financiadora
  • Comunicadora

NomeRede de Intercâmbio de Sementes 3 climas

Qual o papel da organização na iniciativa?

  • Outro
  • Participante

Qual outro?MOBILIZADOR

NomeMovimento Indígena povo Tremembé

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeCentro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador e à Trabalhadora

Qual o papel da organização na iniciativa?

  • Apoiadora
  • Participante
  • Mediadora entre sociedade civil e poder público

NomeMovimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais

Qual o papel da organização na iniciativa?Participante

NomeCáritas Diocesana de Itapipoca

Qual o papel da organização na iniciativa?

  • Apoiadora
  • Participante
  • Mediadora entre sociedade civil e poder público

4. Institucionalidade

4.1 Quais esferas públicas estiveram associadas?Executivo

4.2 A experiência se deu de forma suprapartidária? Não se aplica

4.3 A experiência se deu de forma intersecretarial/intersetorial? Sim

4.4 Houve envolvimento de conselhos municipais?Sim

4.5 A experiência resultou em alguma institucionalização?Não foi institucionalizada

4.6 A experiência está relacionada a outras políticas públicas municipais?Não

4.7 A experiência está relacionada a alguma política pública estadual?Não

4.8 A experiência está relacionada a alguma política pública federal?Sim

Indique o perfil dos/as participantes do Executivo com quem a experiência de incidência foi articulada durante a iniciativa.

  • Secretária/o Municipal
  • Prefeita/o

Quais conselhos municipais foram envolvidos? Conselho Municipal de SAN

Quais políticas federais?

  • Processos de Regularização Fundiária, Demarcação de Terras e Reforma Agrária
  • Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e Marco Legal do Saneamento Básico
  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
  • Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

Anexos

SEMINÁRIO DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE AGROECOLOGIA. Foto: Nelzilane Oliveira

SEMINÁRIO DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE AGROECOLOGIA. Foto: Nelzilane Oliveira

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Anexo 2

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Anexo 3

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Anexo 4

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Anexo associado aos antecedentes da experiência de incidência

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Seminário de Elaboração do Plano Municipal de Agroecologia, realizados nos dias 15 e 16/10. Autoria: Nelzilane Oliveira