Princípios Éticos e Políticos

A plataforma AeR representa um dos principais ambientes de convergência e diálogo político e metodológico entre diferentes iniciativas populares em curso no Brasil e na América Latina. Congrega iniciativas populares ou acadêmicas integradas em um só ambiente concebido para a prática da ecologia de saberes.

Construída ao longo de vários anos e contando com a cooperação de muitas pessoas e organizações, o AeR disponibiliza tecnologias da informação e metodologias para produção e partilha de conhecimentos coerentes com os fundamentos que fazem da agroecologia um movimento portador de ideias e ideais contra-hegemônicos. Este documento apresenta princípios que orientam o desenho e o funcionamento da plataforma AeR. Ao participarem cadastrando suas experiências ou ao elaborarem conosco novos processos mapeantes, passamos a partilhar desses princípios.

SOBRE NÓS

NOSSOS PRINCÍPIOS

Políticos, éticos e metodológicos

Catalisar “Redes de Redes”: O AeR é um ambiente de diálogos e convergências políticas entre as redes, organizações, movimentos sociais, cooperativas, associações e coletivos. Conhecer e aproximar iniciativas, impulsionar ações e tecer um ambiente de permanente colaboração entre as experiências está no DNA da plataforma.

Partilhar ambientes inspirados na Ecologia de Saberes: O AeR é um sistema de pesquisa participativa baseado no compromisso com a ciência cidadã e militante. Seu desenho estimula o diálogo, a integração e o reconhecimento dos saberes populares e acadêmicos.

Conectar práticas diversas a partir de conceitos vivos: o AeR é uma plataforma que reúne saberes e práticas desenvolvidas nos territórios em diferentes formatos e contextos. Ações essas que são desenvolvidas e atualizadas permanentemente pelos sujeitos e pelas organizações. A representação, o cadastro e a integração dessas distintas práticas agroecológicas só é possível a partir de uma constelação viva e flexível de conceitos. Dessa forma, o sistema possibilita o cadastro a partir de quatro entradas de dados diferentes: redes de agroecologia, organização, experiências em agroecologia e arranjos de ação coletiva.

Fortalecer Horizontes Coletivos: atualmente as cartas políticas do último Encontro Nacional de Agroecologia, o IV ENA, realizado em Belo Horizonte em 2018, e do último Congresso Brasileiro de Agroecologia, o XI CBA realizado em Sergipe em 2019, representam os principais documentos políticos construídos pelo conjunto de sujeitos, organizações, redes e experiências conectadas à agroecologia no Brasil. Elaboradas de forma ampla e coletiva, essas cartas expressam, não apenas os anúncios e as denúncias prioritárias em cada conjuntura política, como também relatam os princípios solidários que regem as organizações gestoras da plataforma e fazem balanços técnicos e políticos sobre cada um dos temas que organizam nosso banco de dados.

Desenvolver ferramentas populares: A reestruturação da plataforma está sintonizada com as necessidades tecnológicas atuais das organizações populares e dos movimentos sociais. Dessa forma, busca oferecer ferramentas gratuitas de coleta, sistematização, gestão de informações e visualização de dados de modo que essas informações possam embasar resistências, denúncias e demais ações coletivas.

Tecnologia Livre e Colaborativa: Integralmente desenvolvido em sistemas de software livres e colaborativos, as ferramentas do AeR apostam no oferecimento de uma estrutura robusta, em termos de estabilidade tecnológica, permitindo a navegação e o cadastramento de experiências mesmo em situações de baixa conexão à internet (realidade de muitas comunidades e grupos populares). Seu desenho aposta em mecanismos simplificados que possam ser apropriados por diferentes sujeitos/as que atuam na construção da Agroecologia. Garantir o uso de plataformas de tecnologia livre também nos traz maior segurança quanto ao manejo dos dados, que estarão guardados em servidores protegidos por criptografia. A política de dados da plataforma do AeR segue as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Ação coletiva nos territórios: Muito além de uma ferramenta de mapeamento virtual, a atualização do AeR estimula a construção de processos metodológicos reais, descentralizados, solidários e horizontais que oxigenem o nosso campo de construção de convergências entre redes e organizações, fortalecendo processos de visibilização das experiências e denúncias.

Integração entre Anúncios e Denúncias: A estruturação do sistema também está sintonizada com os princípios de anúncio das práticas de resistências populares e a denúncia dos diversos conflitos em curso nos territórios, potencializando o diálogo com a sociedade e a integração com outras iniciativas de sistematização e mapeamento de injustiças e conflitos em suas diferentes naturezas (ambientais, saúde, fundiários e outras violações).

Financiamento Colaborativo: Gestado por duas redes populares de agroecologia e por uma cooperativa de tecnologia solidária, o sistema do AeR é mantido a partir do esforço coletivo das organizações, movimentos e redes que constroem a agroecologia no Brasil e na América Latina. A plataforma não compactua com financiamentos advindos de empresas e iniciativas que estejam desalinhadas dos princípios políticos expressos em nossas cartas políticas (ENAs e CBAs). Dessa forma, cada curadoria e organização que se aproxima, também constrói e tece conosco essa rede de possibilidades de financiamentos colaborativos.