Rancho Y-îara Agroecologia Educação e Cultura
O Coletivo foi criado em 2018 com intuito de promover ações e transformações socioambientais no interior do Estado de São Paulo, chamado de Alta Paulista e conhecido como corredor da fome. Utilizando a agroecologia, a educação e a cultura na luta por justiça socioambiental, pelo direito à alimentação saudável e pela promoção da saúde coletiva no território. Nossos trabalhos e projetos são promovidos para o empoderamento das minorias, principalmente, mulheres assentadas, periféricas e negras; mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e/ou sexual; ribeirinhos; pessoas em situação de vulnerabilidade social; e pessoas com deficiência. A organização do coletivo ocorre através da gestão participativa e GT's de trabalho, logo todas as decisões são tomadas de forma horizontal e equitativa entre os nove integrantes. As fontes de financiamento advém de doadores individuais (pessoas físicas); vendas de serviços e/ou produtos; eventos (festas, sorteios); campanhas de financiamento coletivo (online ou não) e voluntariado .
O coletivo está envolvido direta ou indiretamente em uma grande rede de organizações e movimentos sociais da Alta Paulista; através de comissões, elaboração e/ou realização de trabalhos; fortalecimento e difusão dos trabalhos realizados para a comunidade. Dentre as organizações e movimentos estão: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Ambiental e Social (IDEAS Diversa - Dracena/SP) voltado para valorização da cultura, meio ambiente e justiça social; Associação Famílias da Terra (Assentamento Regência - Paulicéia/SP) fortalecimento da agricultura familiar e da mulher no campo; Grupo Gangazumba (Casa Afro - Adamantina/SP) estudos e difusão da cultura negra e ações políticas para garantia de direitos e equidade racial; Centro Cultural Dandara / Capoeira na Comunidade (Panorama/SP) valorização da Capoeira como instrumento de transformação sociocultural; COOPERAMA (Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de Panorama/SP); COOPERCATUPI (Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de Tupi Paulista/SP), ambas pela promoção de ações de sustentabilidade ambiental e fortalecimento social e econômico das/os/es catadores de reciclagem.
Entre as ações realizadas durante a trajetória do coletivo, está a idealização e realização da Feira Agroecológica de Tupi Paulista, no qual a primeira edição foi realizada em 2022 e mobilizou a comunidade para um espaço público para discussão sobre a importância da Agroecologia e seu papel no território e ocorrerá também em setembro de 2023.
"A feira Agroecológica de Tupi Paulista nasceu do sonho em comum de muitas mulheres do interior do Oeste Paulista em ocupar as praças das cidades com muita cultura, arte, música e alimentação saudável e sustentável!
A proposta que nos torna diferenciados de outras feiras e eventos, é que os produtos que são comercializados ali, são produzidos sem agrotóxicos e insumos químicos e são as distribuídos pelas próprias famílias agricultoras da nossa região.
Além disso, o evento conta com rodas de conversa sobre temas importantes a serem discutidos na Nova Alta Paulista, como: meio ambiente, sociedade, saúde pública, violências, agricultura sustentável, povos tradicionais, soberania alimentar, políticas públicas entre outros, contando sempre com a participação de palestrantes convidados.
Também temos uma programação recheada de apresentações culturais regionais, valorizando nossos artistas e suas manifestações, apresentações de escolas, projetos sociais, artesanato, cooperativas de catadores de materiais reciclados, sementes crioulas entre tantos outros parceiros e colaboradores" - trecho da carta de elaboração da Feira Agroecológica de Tupi Paulista, criada por Luciana Teruel Aires.
Há também o projeto de Cestas Agroecológicas, realizado em parceria com a Associação Famílias da Terra, do Assentamento Regência, Paulicéia/SP, por meio de assistência técnica e acompanhamento na transição agroecológica, escoamento da produção de alimentos e fortalecimento na permanência das mulheres no campo conduzindo suas terras.