Jinsaba Ervaria



O projeto Jinsaba Ervaria é idealizado pela Ndumbi Maysa Mathias, encantada pelas tecituras de autonomia, soberania e poder que emanam das folhas e os caminhos travados na rota transatlântica ancestral de saberes, Povo, memória, trajetória e pertença. Jinsaba Ervaria é retorno, voltar as raízes para somente assim, ter forças para caminhar. Quem não sabe sua história, não sabe para qual direção o Vento sopra os caminhos.
Porque Jinsaba são movimento em Nós - Povo Africano em Diáspora, Sementes em dispersão! E no travar dos levantes e quilombos as Heroínas Negras como Maria Felipa nos ensina que folha cura, mas folha mata, que Jinsaba são ferramentas de luta em defesa dos seus. E nesse sentido, é importante que tomemos para nós o que é nosso. Que nos cuidemos através dos nossos saberes Tradicionais que se fazem presente em nossa comunidade, com nossas os nossos mais velhos e velhas.
E nessa encruzilhada de saberes Tradicionais e Populares, Maysa também se formou Agrônoma, é Educadora Popular doutoranda em plantas medicinais, trabalhando com produção e orientação de sistema produtivo, que vai do cultivo de plantas em terra fértil ao chá que cura mazela, a pomada que seca ferida, as garrafadas enraizadas no Tempo. Reafirmando que Jinsaba são estratégicas na autonomia e emancipação do Povo Preto, pois é sobre Terra, Território, Água, Natureza, Povo, Ancestralidade, Saúde, Agricultura, Comunidade, Cooperação (...).
É o enfrentamento a hegemonia do agronegócio e da indústria farmacêutica, multinacionais do alimento que envenena e da cura que adoece, ambos descendentes da colonização, que expropriou e mercantilizou nossas práticas e saberes, as transformando em mercadoria sintética. Explorando corpos e mentes, que destituídos de seus direitos, foram e são acometidos e exterminados pelas doenças crônicas da atenção básica como a hipertensão, diabetes, enxaqueca, doença pulmonar, artrite, artrose, reumatismo. Esse é o resultado da contínua escravização e superexploração do povo Preto no atual mercado de trabalho.
Dito isso, precisamos reconstruir nossas formas de ser, comer e remediar, olhar o passado é retomar os quintais, Terreiros e terreiras, territórios de (re) existência. Jinsaba são essas relações de gente – bicho – terra e tudo que nela há. Povo em movimento de caminhos que não findam. Início, meio e início no contratempo do Tempo, que é Tempo e caminhar. Jinsaba é a minha trajetória, a minha pertença. É o que fui, antes mesmo de ser! Os saberes adormecidos de uma herança do Tempo e do caminho que se faz ao caminhar.

Identificação

Essa é uma organização do Brasil?Sim

A organização se consideraOutro

Outro tipo de organizaçãoColetivo de Saberes Tradicionais e Populares

Sujeitos (com quem atua)

Faz parte de alguma rede?Sim

Em alguns estados do Brasil há articulações estaduais e regionais de agroecologia conectadas à Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). A sua organização:Conhece, mas nunca participou

Nome da redeMST - Coletivo de Mulheres Raízes da Terra