Uso da manipueira e urina de vaca: a experiência de Zezinho Plácido
A família de José Plácido do Nascimento, Zezinho, mora no Sítio Lagoa do Barro, em uma área de cinco hectares. Cultivam amendoim, feijão macassa consorciado com maxixe, feijão mulatinho, feijão preto, mandioca, macaxeira, milho, fava, várias verduras, frutíferas e plantas medicinais. Além disso, criam gado e uma porca. Desenvolvem no sítio duas experiências para adubar o solo e controlar pragas: a manipueira e a urina de vaca. Guardam a manipueira em um recipiente tampado e deixam em repouso por três dias para azedar. Na hora de abrir põem uma bacia embaixo do recipiente, pois a substância espuma. Para aplicar nas verduras novas diluem meio litro de manipueira em 20 litros de água; aumentam a concentração de acordo com o crescimento das plantas, chegando a um litro para 20 de água. Sempre aplicam antes da praga se espalhar pelas culturas. A receita também serve para acabar com a lêndea do feijão macassa e a lagarta da couve, além de ser um ótimo adubo.
Zezinho usa a urina de vaca como adubo para batatinha, feijão, tomate, pimentão, alface e coentro. Pega sempre a urina da vaca que está dando leite, recolhendo-a bem cedo, quando o bezerro vai mamar. Para isso usa um balde com um pano no fundo, pois assim o barulho não assusta a vaca. Engarrafa a urina e guarda em um local escuro por quatro dias, podendo ser armazenada por até um ano. É comum a substância mudar de cor com o tempo. Dilui 300 mililitros de urina em 20 litros de água, aplicando nos cultivos a cada oito dias. Pode-se misturar a urina com a manipueira para adubar as culturas de roçado.