Uso da maniçoba: a experiência da família de Antônio Bento e Socorro

Antônio Bento e sua família moram no sítio Lajedo de Timbaúba, em Soledade (PB), aonde criam gado, cabras, galinhas e guiné. Começaram a utilizar a maniçoba para alimentar o gado após visita ao projeto CAATINGA, em Pernambuco. Antes, a planta só era conhecida como sendo tóxica e vista como uma ameaça aos animais. Ainda desconfiado, o agricultor passou a usar uma pequena quantidade de farelo da maniçoba na nutrição do gado. Como a receita não fazia mal aos animais, foi aumentando a dosagem até substituir totalmente o resíduo que utilizava anteriormente. Com essa ração, o gado ficou mais saudável, resistindo bem às épocas de seca. Antônio explica como cultivar a maniçoba: deve-se esperar a semente estalar no chão; cava-se pequenas covas dentro de um cercado, plantando em seguida. Depois da primeira chuva as mudinhas levam de 40 a 60 dias para nascer. Pode ser usada fenada ou em farelo. Os galhos devem ser cortados na grossura máxima de um cabo de enxada. Deve-se passar na forrageira. Coloca-se em seguida num calçadão ou lona para secar ao sol por duas horas. Para ser armazenada, a ração tem que esfriar. Após esse processo o farelo perde todo o veneno. Deve-se utilizar quatro quilos de maniçoba para cada rês. Antônio Bento garante que a ração é muito rica em proteínas, além de ser um vermífugo eficiente e ajudar a matar piolhos e carrapatos.