Sacerdotisas de Si



12","Properties":[134233614,"true",201340122,"2",268442635,"24",335551550,"6",335551620,"6",335559705,"1046",469775450,"normal",469778129,"normal0",469778325,"["heading 1","heading 2","heading 3","heading 4","heading 5","heading 6","Title","Subtitle"]"],"ClassId":1179649}" style="margin: 0px; padding: 0px; user-select: text; -webkit-user-drag: none; -webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: inherit;">          O coletivo  "Sacerdotisas de Si, consistiu na realização de rodas de conversa semanais durante o segundo semestre de 2019, totalizando 15 semanas. Cada encontro com a duração de 3 horas, aproximadamente. O grupo se formalizou como carga-horária de graduação,  em torno do espaço pedagógico ICH- Interações culturais humanísticas, previsto como um tema dinâmico no projeto político pedagógico da UFPR, Setor Litoral.

O módulo coordenado pelas professoras Cristiane Rocha Silva e Luciane Gasparini, obteve inscrição por adesão de 26 mulheres estudantes. A proposição do espaço curricular partiu das estudantes de Agroecologia Barbara Fonte Boa, Manuelle Ribeiro, Barbara Vicentini e professora também do curso de Agroecologia, Cristiane Rocha Silva. Foi criado um grupo pelas tecnologias digitais no Whatsapp intitulado inicialmente como “Cuidados da Mulher”. Esse movimento derivou da junção de interesses de mulheres e também da ICH do primeiro semestre de 2019, entitulada "Agroecologia e Sagrado Feminino, coordenada pelas professoras Gabriela Schenato Bica e Cristiane Rocha Silva.

Em um primeiro momento, ele foi composto por mulheres interessadas em questões agroecológicas e ambientas, associadas às terapias naturais e ecológicas voltadas a saúde da mulher, convidadas pelas proponentes.  E em um segundo momento pela matricula formal nos moldes do controle acadêmico.

O espaço pauta-se pelo princípio da autogestão, como um processo educativo e proativo orientado pela horizontalização e pelo planejamento participativo e o rodízio de funções.    
O nome do grupo e temáticas de inscrição no programa das ICH’s semestrais foi elencado pelas mulheres que se aproximaram pelo grupo digital, elegendo como título significativo pela proposta do grupo o de “Sacerdotisas de Si”. Com temáticas voltadas ao ciclo feminino e ginecologia natural.



12","Properties":[134233614,"true",201340122,"2",268442635,"24",335551550,"6",335551620,"6",335559705,"1046",469775450,"normal",469778129,"normal0",469778325,"["heading 1","heading 2","heading 3","heading 4","heading 5","heading 6","Title","Subtitle"]"],"ClassId":1179649}" style="margin: 0px; padding: 0px; user-select: text; -webkit-user-drag: none; -webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: inherit;">Dimensões abordadas durante a ICH: 
1) A terapia de roda – ouvir e partilhar seus estados físicos, emocionais, sociais e produtivos são mecanismos de alívio e identificação com outras histórias de mulheres propiciando uma reflexão coletiva de reconhecer-se e aconselhar, de aliviar as pressões e enxergar-se como parte das trajetórias femininas. 
2) Planejamento participativo e auto-gestão e proatividade na formação – a definição dos temas coletivamente, definição do cronograma de atividades e a distribuição de responsabilidades pela harmonização e mediação de temas. 
3) Liderança situacional – as jovens sábias que a partir das vivências assumem temas a serem partilhados na função de acolher e propor alternativas a irmãs mulheres imersas em uma cultura de massa dominante que nos afastou do feminino e da própria natureza. 
4) O ritual de plantar a Lua – a reflexão sobre como o sangue menstrual culturalmente é construído e associado a malefícios, ao “sujo” e “pecaminoso” durante séculos. A importância de resgatar o espaço sagrado do ciclo menstrual, parte da natureza do feminino, fluxo rico em ferro e substâncias que podem nutrir a Terra. Simultaneamente ocorre perda de ferro do organismo da mulher que necessita ser reposta. A reconexão da mulher e de pessoas que menstruam com o sangue menstrual é também uma aceitação, aproximação e sacralização do ser feminino, uma aproximação com todas as mulheres. 
5) A força da natureza -O cuidado com a alimentação natural, sem conservantes, sem açúcar, sem elementos de origem animal, os chás. As plantas medicinais, os cosméticos, a faxina ecológica, as tinturas. 
6) A contação de histórias “A Vaselise” do livro Mulheres que Correm com Lobos. E a reflexão sobre os arquétipos da Deusa. A reflexão da liberdade, instintos e saberes femininos em oposição a mecanismos opressores sob seu próprio corpo, emoções, ciclos e capacidades.

7) A relação com masculino nos espaços de decisão – as partilhas demonstram como o espaço institucional, mesmo em vertentes de contracultura, como a agroecologia, o comportamento, fala e posição política masculina é valorizado e simbolicamente opressivo e silenciador das mulheres. Ou ainda menosprezando suas oscilações cíclicas, criação dos filhos, parto. 
8) o equilíbrio físico, emocional e mental como prática cotidiana de autoconhecimento, empoderamento feminino e saúde.

Os desequilibrios relacionados ao útero e plantas medicinais do conhecimento popular.

9) espaços “fora da casinha”. Os espaços em decorrência da rede de mulheres em torno do campus, e do curso de Agroecologia. O estar em coletivo, a partilha de conhecimento democratizada, compartilhar experiências para empoderar as mulheres na sua vida “quebrando as paredes”, as soluções de moradia solidária.

10) Rompimento de Tabus, criminalização do aborto, posicionamento político, liberação emocional e ancestral.
11) Movimentos autônomos.---    O Chá de Benção - Valorização do Bem Nascer, a responsabilidade coletiva sobre o nascimento (movimento autonomo) --  o movimento paralelo que agregou mulheres do curso de Agroecologia para escrita de uma carta a ser apresentada a coordenação do curso de Agroecologia sobre violências de gênero vivenciadas por estudantes no curso. Condomínio das mulheres,roda de capoeira e o trabalho em rede.


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No decorrer  dos encontros pudemos perceber que o autocuidar ultrapassa a esfera física. Cuidando do nosso emocional, nos abrimos para cuidar do físico e vice-versa. Renata Klierman (Agro 2019)   
O ICH Sacerdotisas de Si abre um espaço para o ser mulher de empoderamento, reconhecimento do corpo, seus ciclos biológicos e emocionais, bem como, a apropriação dos métodos de observação e equilíbrio do seu próprio corpo. Cristiane Rocha – professora Agroecologia.   
Participar de uma roda de mulheres foi uma oportunidade de me auto-conhecer e de conhecer outras irmãs, ouvir suas histórias sinceras, suas mandigas, seus desabafos... tomar chá e comer comidinhas deliciosas.  
Ouvi relatos que me tocaram profundamente e que vem me transformando. 
Eu não sabia da força de estar entre mulheres... 
É um círculo de compreensão e acolhimento, um lugar pra nos despirmos das nossas inseguranças, e celebrar a magia de ser mulher. Obrigada minhas irmãs!! 
(Camilla Carvalho Lumertz, Agroecologia 2019)   
Essa Ich foi muito interessante pelo contato com as meninas porque aprendi muito com elas, pela idade tem muito conhecimento e coisas que nunca tinha ouvido falar, nem imaginava que existia e gostaria de participar sempre! Roseli Teresinha Costa, Turismo 2018.   
“Só de estarmos juntas, mesmo que em silêncio, sentimos algo que não me vem palavra agora para descrever. É incrível também as vezes que cada uma começa a partilhar como está se sentindo, e parece que abre-se um portal, de muita cura e amor. Resgatamos a contribuição que somos sempre uma para a outra, no micro, e no macro um corpo coletivo sendo muita contribuição para todo o Universo. Durante a ICH muitas demandas pessoais de cada uma foram atendidas... e vejo que é só o início de uma grande caminhada de autoconhecimento... temos muuuita coisa ainda para nos conscientizar de tudo que é e pode ser nosso corpo, nosso ser. Aprender a conversar com nosso corpo, a entender tudo que ele nos diz – às vezes se não o ouvimos, ele nos envia dores, doenças, .. para nos chamar atenção – e saber tratar isso de forma ética e realmente curAtiva, realmente olhando para a causa e tratando de forma amorosa... é revolucionário, é ascencionar nosso espírito. Enfim, Viva nossas úterAs!!! Nosso sangue é vida!!! #PlanteSuaLua  <3” – Fonte (Agro2017)   
Mulheres reunidas sempre foi revolucionário, participando do ICH tive a oportunidade de me conhecer melhor, e conhecer melhor minhas irmãs, o ich oferece um espaço de entrega e cura mutua, trabalha com a cura através da fala, do respeito e da compreensão pela fala de cada uma . Estimula  o empoderamento, autoconfiança, autocuidado, autoestima . UMA  EXECELENTE TERAPIA!!!! Sem contar os fortes e especiais laços de amizade que criei. DAMOS GRAÇAS A TODAS IRMÃS, É NOIS <3 !!!! (Juliana Modesto, Licenciatura em ciências)                                                                                                                                  
"Nossos encontros semanais nos conectaram e pudemos iniciar juntas um mergulho nos mistérios do feminino e através da pluralidade nos sanar juntas. Tocamos os corações umas das outras, e também pudemos praticar estudos relacionados a ginecologia natural e autônoma e mais uma imensidão de conhecimentos que surgem através do feminino. 
Águas místicas que brotam, caem, correm, contraem e expandem, formam correntes e ondas, unindo as gotas divina que nós somos! 
Aqui estamos nós abrindo portas para desvelar esse mistério... Essa ICH foi um convite para que mais mulheres possam se reconhecer nessa unidade, e também foi a continuidade dessa busca real de mulheres que honram umas às outras. 
Damos graças por nos sanar juntas…” Beatriz - Agroecologia  


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Estés, Clarissa Pinkola Mulheres que correm com Lobos : mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem – 1 ed. Rio de janeiro: Rocco, 2014.  
Morgan, Ethel  A Deusa em nós: dez maneiras de ser mulher; trad. Audrey Maia; ilustrações de Amanda Gallego. _ Curitiba: Arte Editora, 2019.  
Blazquez Graf, Norma. El retorno de las brujas : incorporación, aportaciones y críticas de las mujeres a la ciencia / Norma Blazquez Graf. – México : UNAM, Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades, 2008.  
Brasil. Assicualçai Nusta /cacuqye Oricpioui Sarapó  Medicina Tradicional Fulniô – Projeto Vigisus II/ Funasa, 2008.


SAN MARTIN, Pabla Pérez Manual de Introdução à Ginecologia Natural 1ed. em português Ginecosofia, 2018.

DE CARVALHO, Marilia Gomes; CASAGRANDE, Lindamir Salete. Mulheres e ciência: desafios e conquistas. Interthesis: Revista Internacional Interdisciplinar, v. 8, n. 2, p. 20-35, 2011.  
SANTOS, Carine de Jesus. Entrelaçando redes e tramas: a importância das práticas educativas na participação social e política das mulheres. 2017. Dissertação de Mestrado. Brasil.  
VIEIRA, Márcia Gilmara Marian et al. EDUCAÇÃO PARA TRANSFORMAÇÃO: EMPODERAMENTO FEMININO ALICERÇADO NOS PRINCÍPIOS DA AGROECOLOGIA. Revista Eletrônica Ambiente, Gestão e Desenvolvimento, v. 11, n. 01, p. 167-192, 2018.  
Oliveira, Thaís Fonseca Veloso de   Os terapeutas populares e o uso das ervas no século XXI – 1 ed. Curitiba, Appris, 2015.  
Costeira, Osiris A medicina no século XXI: uma visão holística – 1 ed. Curitiba: Appris, 2015. 
FEDERECCI, Sílvia. O calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva.Quebra de Página  
PRZYBYLSKI, Mauren Pavao. A figura feminina e o estereótipo da maldade: o exemplo de" La Corriveau". Anuário de Literatura, v. 15, n. 2, p. 78-94, 2010.                     disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/15558 Acesso em 19 de março de 2020 

3. Identificação do tipo experiência

Esta experiência é/foi realizada no Brasil?Sim

Selecione o tipo de experiênciaCuidado em saúde

4. Sujeitos

Você considera que a experiência tem uma atuação em Rede? Sim

Qual(is) a(s) identidade(s) do(s) grupo(s) social(is) e coletivo(s) que participa(m) da construção desta experiência?mulheres que procuram a ginecologia natural como forma de empoderamento.

Sexo - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiênciaFeminino

Se há um sexo com maior participação, indique Feminino

Cor ou raça - indique o(s) grupo(s) que participa(m) da experiência

  • Parda
  • Branca
  • Preta
  • Indígena
  • Amarela

Faixa etária - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiência

  • De 15 a 29 anos
  • De 30 a 60 anos
  • Acima de 60 anos

Se há uma faixa etária com maior participação, indiqueDe 15 a 29 anos

Indicação do gênero das pessoas participantesFeminino

6. Localização e abrangência espacial

Esta experiência está sendo cadastrada pelo celular (via aplicativo ODK Collect)? Não

7. Práticas em saúde e agroecologia

Práticas Agroalimentares (produção/beneficiamento/consumo)Plantas alimentícias não convencionais (PANCs)

Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)

  • Arteterapia
  • Medicina antroposófica
  • Ayurveda
  • Meditação
  • Plantas medicinais e fitoterapia
  • Terapia comunitária integrativa
  • Aromaterapia

Práticas Populares e Tradicionais de Cuidado em Saúde ou Saúde Popular

  • Banhos
  • Benzimentos, orações, aconselhamento
  • Dietas alimentares
  • Remédios caseiros a partir de plantas medicinais

Outras práticas não especificadas nas opções anteriores Ginecologia natural, observação do corpo, ciclos lunares, absorventes ecológicos, cosméticos naturais.

Esta prática é considerada uma tecnologia social pelos protagonistas da experiência? Sim

O que estimula a adoção dessa(s) prática(s)?

  • Intercâmbio/vivência
  • Participação em redes de aprendizados e conhecimentos
  • Rodas de conversa e oficinas
  • Ancestralidade/trajetória de vida/memória afetiva

8. Políticas públicas

Caso a experiência tenha acessado uma ou mais políticas públicas brasileiras, indique

  • Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)
  • Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF)

9. Resistências e ameaças

Algo ameaça esta experiência?

  • Violência de gênero (contra mulher, LGBTQIAP+fobia)
  • Intolerância religiosa

Há conflito(s) ambiental(is) no(s) território(s) onde essa experiência acontece?Sim

11. Estratégias de Comunicação e Anexos

Que tipo(s) de ferramenta(s) utiliza para divulgar a experiência e se comunicar com os envolvidos? Whatsapp/Telegram