Rota Local
**Com a missão de ampliar a participação das organizações comunitárias da agricultura familiar nos mercados locais da região norte e noroeste de Mato Grosso**, a Rota Local, iniciativa
de comercialização surgiu durante conversas entre o Instituto Centro de Vida - ICV e as organizações da agricultura familiar nos **Encontros de Parceiros** do projeto Redes Socioprodutivas. Na ocasião, discutimos crédito, comercialização e os empreendimentos comunitários. Uma das sugestões para melhorar a comercialização foi criar uma parceria entre as diferentes organizações comunitárias, com uma ação coordenada, na venda dos produtos com apoio do ICV. A partir do que escutamos, decidimos testar esse arranjo de comercialização hoje chamado **Rota Local**.
Oferecemos suporte para a realização de operações comerciais entre organizações comunitárias e empresas compradoras, primando pela negociação justa, transparente e confiável. A Rota Local atua na articulação com os agricultores na produção, negociações com os mercados (clientes), assessoria na logística de entrega e na emissão de notas fiscais, bem como repasses financeiros.
A fim de valorizar o engajamento coletivo, a Rota Local atua com famílias organizadas em associações e cooperativas. Atualmente a parceria se dá com famílias de 4 organizações da agricultura familiar.
Os clientes da Rota Local neste semestre inicial foram mercados atacadistas e varejistas, indústria frigorífica, unidade hospitalar e restaurante. Os acordos comerciais são firmados após o diálogo e concordância por parte dos agricultores. A definição de preços visa assegurar valores justos que garantam boa remuneração e viabilidade econômica aos empreendimentos comunitários. A garantia de preços justos é um dos grandes desafios que enfrentamos, principalmente na safra de determinados produtos, fornecedores de diversas categorias oferecem preços muito baixos na praça, gerando alta concorrência e queda drástica de preços no mercado regional. Atender as demandas dos mercados com volumes grandes de produtos de ciclo curto, também é um grande desafio, principalmente em uma região amazônica com temperaturas elevadas e tempo de transporte maior pela complexidade da logística.
Através de um outro projeto do ICV (Incentivos Econômicos para preservação das florestas em Mato Grosso), conseguimos comprar alguns insumos como caixas e materiais, e um caminhão com baú refrigerado. Hoje a logística é feita com uma camionete e com um caminhão. Outra demanda é a emissão de notas fiscais e pagamento, por isso começamos a facilitar a emissão de notas fiscais online para os agricultores e intermediar os pagamentos feitos pelos mercados. Mais um desafio foi as embalagens que eram diferentes umas das outras conforme o grupo de produtores, acumulavam água e o produto estragava mais rápido na prateleira. Com isso, trabalhamos na aquisição de embalagens adequadas a cada tipo de folhosa (hortaliça). Outros grandes desafios que ainda enfrentamos é a diversificação de clientes e produtos para combater a baixa de preços, nisso inclui a elaboração de classificação de produtos de acordo com a qualidade e tamanho.
A certificação orgânica dos produtos é outro ponto para dar sentido ao modelo e buscar mercados diferenciados com valor agregado, saindo da competitividade com produtos abaixo do valor de mercado da região ou do próprio CEASA.