Rede Solidária para enfrentamento da Crise Coronavirus na Cidade de Goiás GO


A experiência nasceu dentro da UFG, como um projeto de extensão, em março-abril. 60% dos moradores da cidade de Goiás são do mercado informal. Eles não fazem parte de nenhum cadastro, são sujeitos invisibilizados. As prostitutas, tatuadores, manicures, faxineiras, mães solos, etc., ficaram desprotegidos com a política do “fique em casa”. Foi proposto um projeto contando com 5 coordenadores, 5 frentes de atuação: logística, mapeamento (cerca de 500 voluntários), compras (tesouraria), comunicação e captação. De março a setembro houve apenas uma campanha de arrecadação de produtos específicos (leite, gás e fraldas) e doação de alimentos em 8 postos de captação localizados em supermercados e igrejas. A partir de setembro, houve compra de cesta de cooperativa da agricultura familiar. Como funciona? A Universidade não poderia mexer com dinheiro. As doações em dinheiro vão para a CÁRITAS - Diocese de Goiás (tesouraria), que realiza a gestão dos recursos. Com esse recurso, compram-se cestas no valor de R$ 109,50 (Cenoura 500g- 4,00; Acerola 1lt- 5,00; Repolho 500g-4,00; Couve 1 maço-4,00; Banana1dz-4,00; Abóbora madura 500g- 4,00; Rapadura 1kg-10,00; Polvilho 1Lt-  8,00; Pão de baru-10,00; Mandioca 1kg- 4,00; Pernil 1kg- 20,00; Sabão de álcool 1bara- 3,50; Mel 250ml -14,00; Leite 2lt 5,00; Ovo 1 dz- 10,00), mas as doações de alimentos continuam. Em particular a importância do projeto foi articular para que houvesse o cadastramento dessas famílias vulneráveis. O pessoal do mapeamento tinha dificuldade de acessar essas pessoas. 
CONTEXTO:

O projeto de extensão Redes Solidárias para a Circulação de Alimentos na Cidade de Goiás foi concebido após a declaração da Organização Mundial de Saúde OMS sobre a pandemia provocada pelo Coronavírus Covid-19. Como doença causada pelo Coronavírus SARS-CoV-2 apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. O Brasil, com histórico de ampla e reconhecida desigualdade social, torna-se propício ao cenário caóticos na economia, saúde e demanda por programas sociais. Como medida protetiva para conter a pandemia tem início o isolamento social. Somados, estes fatores conduzem a exacerbar o desemprego, disseminar a fome, colapsar o sistema de saúde, demandar programas na área social. 

Na cidade de Goiás, Estado de Goiás na região centro oeste do país os trabalhadores informais, principalmente do setor de serviços, como: artesãos, diaristas, manicures, jardineiros, artesãos, doceiras, motoboys, pequenos agricultores e comerciantes de pamonha e jantinha entre outros, encontram-se desprovidas de sua forma de prover sua sobrevivência. 

Na Cidade de Goiás, há dez anos declarada patrimônio da humanidade, 1500 famílias ou 60% da população urbana - segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2010) - se encontram nesta situação de vulnerabilidade. Diante deste desafio, docentes, discentes e técnicos administrativos da UFG Regional Goiás, Instituto Federal de Goiás e Universidade Estadual de Goiás UEG, dão início ao projeto de extensão REDES SOLIDÁRIAS através de parcerias com a sociedade civil, poder público e privado. Diante do desafio inédito em nossa história de enfrentamento de uma pandemia, surgiu a questão de como operar com eficiência no atendimento às demandas de alimentos e outras necessidades da população. 

OBJETIVOS:

A partir disso, delimitou-se o objetivo da Redes Solidárias em atender pessoas da Cidade de Goiás sem vínculo empregatício ou qualquer benefício de renda no âmbito municipal, estadual e federal atingidos pela crise do Coronavírus – COVID-19. O projeto almeja ainda, subsidiar futuras intervenções através do mapeamento das demandas e organização de dados, metodizar a cartografia da população em situação de desproteção social da Cidade de Goiás. 

Organizados em Grupos de Trabalho, tais como: Captação; Logística; Tesouraria; Comunicação e Mapeamento a Rede Solidária busca garantir a viabilidade técnica, econômica, financeira, gerencial social do projeto bem como sua sustentabilidade. na otimização das parcerias com diversos setores da sociedade Como produto, para além da atitude solidária e respeitosa, respeitar o sigilo, com vista a privacidade e a dignidade de cidadãos e cidadãs atendidos, o projeto almeja ainda, subsidiar futuras intervenções através do mapeamento das demandas e organização de dados, metodizar a cartografia da população em situação de desproteção social da Cidade de Goiás. Referência: Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#o-que-e-covid. Acesso em 24 abril 2020.

AÇÕES:

O projeto conseguiu promover a articulação e ação em rede interinstitucional, de entidades, o comércio local e pessoas da sociedade civil organizada, além da Pró-Reitoria e Coordenação de Extensão da UFG bem como da própria Regional Goiás para acolher solidariamente as demandas de famílias em situação de vulnerabilidade momentânea pela pandemia do coronavírus – COVID_19 , articuladas à captação de doações para construção de um sistema de doação simultânea. Criou canais de comunicação para o recebimento e cadastro de famílias e pessoas em condição de vulnerabilidade social inicialmente pelo Grupo de Trabalho do Teleatendimento e na sequência pelo cadastro e atendimento da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação para que não houvessem duplicidade de entregas ou mesmo sobreposição de cadastros; - Criou canais de comunicação com a população do município para a captação de doações (internet, spot no supermercado, canais das universidades, canal da Cáritas diocesana e nas rádios locais); - Elaborou campanhas de arrecadação de alimentos e outros produtos (fralda, gás, leite); - Desenvolveu a logística para a coleta e distribuição de doações arrecadadas junto aos órgãos municipais da Vigilância Sanitária e a Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação e doações em espécie com a colaboração da Cáritas Diocesana; - Promoveu a comunicação das ações do grupo através de mídias sociais (rádios locais), canais institucionais (assessoria de comunicação da UFG, IFG e UEG) e banners colocados em pontos estratégicos de captação de alimentos; - Desenvolveu ações respeitando as recomendações de segurança impostas pelos órgãos de saúde internacionais, nacionais, do estado e do município, evitando o agravamento dos riscos de contágio. – Deu ideia de rede para vincular o projeto à outras instituições (UFG, IFG e UEG); - Estabeleceu parcerias (Mulheres Coralinas, Câmara Municipal, Coordenação de Extensão e Cultura de Goiânia, Cáritas Diocesana, pontos de captação no comércio local e nas igrejas), - Gerou parceria entre outros projetos de extensão com mesmo teor (UFG Solidária, LIVE Solidária, PROEXT, LABPROJ, Cooperativa Recicla Tudo). Houve doações da sociedade civil organizada a partir dos pontos de captação (supermercados, igrejas e empresas). 

Estrutura organizacional:

Comunicação:Responsável pela transparência e comunicação com parcerias e comunidade. Estabelece a comunicação e divulgação (divulgação da campanha, gerenciamento de página no Facebook e postagens sobre a campanha). Redige e responde emails, elabora gingle para a rádio, posts e cartazes para os pontos de coleta. Recebe dados do fluxo da Tesouraria, da Logística e do Mapeamento.

Mapeamento:Responsável pela manutenção do acervo informado pela logística (coleta e pedidos de doações) através do formulário online. Articulação em três subgrupos 1)Organização/Cartografia de Dados; 2)identificação de Novas Demandas e 3) suporte da base Dados. 

1) Organização de Dados - Objetivo: levantamento e compêndio de dados a partir de fontes institucionais secundárias: IBGE; IPEA; CadÚnico; SUS; Vigilância Sanitária (município), Assistência Social (município), Plano Diretor, etc.. Fazer a cartografia da população em situação de desproteção social de Goiás. 

2) Identificação de Novas Demandas: Objetivo : Ampliar o leque do cadastro municipal acerca de pessoas em situação de vulnerabilidade; busca ativa das demandas excluídas das fontes de dados institucionais e localizar, inclusive, novas demandas a partir da crise coronavírus trabalhadores informais como diaristas, profissionais de beleza e estética manicures, cabeleireiras, podólogos etc, profissionais da construção civil como pedreiros, pintores, auxiliares e outros profissionais liberais, desempregados, moradores de rua e ou fora do mercado de trabalho com prioridade para idosos e crianças. Contatar lideranças de bairros, religiosas, da cultura - como Escolas de Samba e outras, incentivar a Rede Solidária a alimentar com dados o cadastro do grupo. Centralizar as informações acerca de pessoas com necessidades emergenciais e encaminhar à logística ; Mapear a população em situação de desproteção social (extrema pobreza, pobreza e informalidade) inserida nos programas de transferência de renda (municipal, estadual e/ou federal); - Buscar famílias e pessoas em situação de extrema pobreza, pobreza e informalidade que não recebem benefícios de transferência de renda, ou BPC e aposentadoria.
3) Suporte Objetivo : Subsidiar os grupos Organização de Dados e Identificação de Novas Demandas como facilitador no acesso aos dados institucionais ou outros no âmbito do município. Trabalhar em parceria com logística e SMAS nos dados inerentes ao filtro, dentre os resultados de novas demandas, munícipes com cadastro institucional., 
Logística: Responsável por interligar a planilha do teleatendimento junto a Secretaria Municipal de Assistência Social SMAS, otimizar o processo e acompanhar o fluxograma desde o teleatendimento, compras, comunicação e finalmente, nutrir o mapeamento após concluído o recebimento da doação pela demanda. Apoio técnico para a estruturação da logística de coleta e distribuição das doações arrecadadas. Recebe a planilha gerada pelos cadastros do Teleatendimento e entra em contato com a Secretaria de Ação Social para demandar a filtragem de beneficiários do CadÚnico e Bolsa Família para selecionar os que não possui nenhum cadastro elencando estes como beneficiários da REDES. Faz a planilha para encaminhar à Tesouraria para determinar as compras. Planilha e Sintetiza dados para o Mapeamento. Encaminha dados para a Comunicação., 

Tesouraria:Responsável pela atividade financeira da Rede Social em toda sua movimentação de entradas e saídas. Alimentação atualizada da planilha na RS e prestação de contas. Prestação de Contas das doações em dinheiro, pesquisa e cotação de preços, compras, verificação de planilhas que chegam da Logística a partir da filtragem da Secretaria de Ação Social, alimenta a Comunicação com dados.

LIVE SOLIDÁRIA:

A Pro Reitoria da Universidade Federal de Goiás, a Coordenação de Cultura e Extensão da UFG Regional Goiás, o Centro Cultural UFG e o projeto de extensão Redes Solidárias para a Circulação de Alimentos na Cidade de Goiás (desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás, Universidade Estadual de Goiás, Instituto Federal de Goiás e Caritas Diocesana de Goiás), unem-se com a proposta de apresentar uma LIVE com a arrecadação de recursos e alimentos a serem doados a população em estado de vulnerabilidade devido à pandemia do COVID 19, na Cidade de Goiás/GO. 

Nesta oportunidade convidamos por meio da Coordenação de Cultura e Extensão da UFG Regional Goiás, e com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura da UFG, e do Centro Cultura da UFG, onde se realizará a LIVE, com a presença apenas de uma equipe técnica mínima, a fim de garantir os parâmetros de isolamento necessário aos cantores de renome regional (Maria Eugênia, Luiz Chaffin e Henrique Reis) que participarão desta LIVE SOLIDÁRIA, com duração total aproximada de uma hora e meia no dia 17 de julho, sexta-feira, a partir das 20h e como meio de transmissão o canal da Diocese de Goiás. Assim encontram-se afinados o projeto REDES SOLIDÁRIAS, a UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS, a UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS, o INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS, e a DIOCESE DE GOIÁS proporcionando uma construção conjunta embasados no respeito e na função social de todos, em contraposição a fome e as vulnerabilidades que o momento do isolamento nos coloca. Um encontro consciente e solidário entre a arte, a fé e o espaço acadêmico goiano em prol da solidariedade e da cultura.

Anexos

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