Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias do Território de Sobral


As Feiras Agroecológicas e Solidárias são espaços em que agricultoras e agricultores familiares comercializam produtos agroecológicos diretamente aos consumidores e consumidoras. As Feiras são estratégias de comercialização que dinamizam a produção do campo, proporcionando alimentação saudável no campo e na cidade e garantindo o aumento da renda familiar camponesa. Fortalecem ainda a organização comunitária, pois são realizadas de forma participativa, sendo coordenadas pelos próprios/as agricultores e agricultoras. A comercialização realizada em feiras agroecológicas, se propõe a agregar valores sociais e humanos às relações econômicas, possibilitando a democratização do acesso ao alimento saudável, enfatizando a relação direta entre produtor e consumidor e a qualidade ambiental, nutricional e social dos alimentos, produzidos em sistemas com um olhar diferenciado para as relações sociais tanto na produção quanto na comercialização. 
A Feira Agroecológica de Sobral surgiu a partir da formação da Rede de Agricultores/as Agroecológicos/as e Solidários de Sobral, e da execução do projeto Paulo Freire no território, e acontece atualmente em parceria com a Casa da Economia Solidária, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) e Prefeitura de Sobral – STDE, e com o apoio do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Projeto Paulo Freire, Governo do Estado do Ceará, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Manos Unidas e Projeto Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias/Ecoforte.
A primeira Feira Agroecológica e Solidária de Sobral ocorreu em junho de 2017 durante o Encontro Territorial de Agroecologia com a participação de agricultoras/es de vários municípios de atuação do Projeto Paulo Freire no território, como Pires Ferreira, Senador Sá, Varjota, Massapê e vários distritos de Sobral. Desde então essa feira vem ocorrendo todas as 2ª quintas-feiras de cada mês na Praça de Cuba, no centro da cidade.
Na Feira são comercializados produtos como peixe, galinha caipira, ovos, nata, mel, farofa de galinha, molho de pimenta, colorau, bolos, doces, sucos, café, tapioca, frutas (mamão, banana, acerola, limão), batata, macaxeira, jerimum, pimenta de cheiro, tomate cereja, ervas medicinais (capim santo, boldo, cidreira, hortelã), mudas (ornamentais, frutas, hortaliças e medicinais), húmus de minhoca, artesanato (bolsas, panos de prato, bonecas, chapéus), entre outros.
A Feira Agroecológica e Solidária de Sobral atuou como sementeira para outras feiras agroecológicas nascerem na região. Com o fortalecimento do grupo e o aumento das feiras, o grupo passou a se organizar através de reuniões mensais para cada distrito, de modo que pudessem realizar a avaliação e planejamento de cada feira. Essa dinâmica estimulou a criação da Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias do Território de Sobral, articulada à Rede de feiras Agroecológicas e Solidárias do Ceará.  Além da feira da Praça de Cuba, ocorrem hoje as Feiras Agroecológicas e Solidárias nos distritos de Taperuaba, Aracatiaçu, e nas comunidades Contendas, Casaforte, São Francisco e Sítio Croatá, todas na Serra do Rosário, e mais recentemente, a feira de Senador Sá em parceria com o STTR e Fórum Cearense pela Vida no Semiárido. A Rede reúne hoje cerca de 60 feirantes residentes na zona rural do território de Sobral. Todas essas feiras, assim como outras em demais localidades no estado, fazem parte da Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias do Ceará.
As reuniões de cada grupo de feira ocorrem no quintal de um dos feirantes, de modo que cada encontro é também um momento de intercâmbio de experiências no qual todos podem trocar suas impressões, sugestões e aprendizados sobre os quintais visitados configurando também um momento de monitoramento coletivo da produção que é levada para a feira, no qual todos se responsabilizam por zelar pela qualidade da produção comercializada. A cada quatro meses todas/os as/os feirantes do território se reúnem por 2 ou 3 dias, sempre contando com momentos de formação e intercâmbio de experiências, e ainda uma ou duas vezes por ano ocorrem reuniões ampliadas das coordenações da Rede de Feiras Agroecológicas e Solidárias do Ceará, juntando feirantes dos 4 territórios de atuação do Cetra no estado.
Os grupos se organizam em torno de uma carta de princípios e um regimento interno, além de compartilharem uma tabela de preços de referência para toda a Rede, com ajustes para cada território. Esses instrumentos visam garantir sistemas de participação orientados por princípios da Economia Solidária, os quais condicionam a comercialização aos produtos provenientes diretamente dos agroecossistemas dos feirantes ligados à Rede e as condições de atuação na feira são a efetiva participação nas reuniões de avaliação e planejamento, assim como nos momentos formativos e nas visitas de intercâmbio e monitoramento aos quintais.
O grupo se articula ainda na constituição de uma Organização de Controle Social, para certificação participativa de seus produtos.
    

2. Duração da experiência

Essa é uma experiência criada em resposta aos efeitos da crise sanitária decorrente da pandemia do Coronavírus (Covid-19)? Não, a experiência já vinha acontecendo e continua durante a pandemia

3. Identificação do tipo experiência

Esta experiência é/foi realizada no Brasil?Sim

Selecione o tipo de experiênciaComercialização

Tipo(s) de produto(s) comercializado(s)

  • Alimento in natura
  • Alimento beneficiado (polpa, doce, geléia, etc)
  • Outro
  • Artesanato
  • Tempero
  • Plantas medicinais ou outro produto terapêutico (pomada, óleo, unguento, etc)

Qual outro?mudas de plantas, jarros, humus de minhoca

Forma como comercializa o(s) produto(s)Feira

4. Sujeitos

Você considera que a experiência tem uma atuação em Rede? Sim

Qual(is) a(s) identidade(s) do(s) grupo(s) social(is) e coletivo(s) que participa(m) da construção desta experiência?Agricultores familiares

Sexo - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiência

  • Feminino
  • Masculino

Se há um sexo com maior participação, indique Feminino

Faixa etária - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiência

  • De 15 a 29 anos
  • De 30 a 60 anos
  • Acima de 60 anos

Se há uma faixa etária com maior participação, indiqueDe 30 a 60 anos

6. Localização e abrangência espacial

Esta experiência está sendo cadastrada pelo celular (via aplicativo ODK Collect)? Não

7. Práticas em saúde e agroecologia

Águas e saneamento

  • Cisterna
  • Captação de água de chuva
  • Biodigestor
  • Outra

Qual outra?sistema de reuso de águas cinzas com minhocário

Práticas Agroalimentares (produção/beneficiamento/consumo)

  • Quintais sócio-produtivos (horticultura, pomar, etc.)
  • Agrofloresta
  • Produção animal (ex. caprinocultura, ovinocultura, avicultura, etc.)
  • Casa ou guardiães/ões de sementes
  • Feiras agroecológicas
  • Compostagem
  • Cozinhas comunitárias

Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) Plantas medicinais e fitoterapia

Práticas Populares e Tradicionais de Cuidado em Saúde ou Saúde Popular Remédios caseiros a partir de plantas medicinais

Esta prática é considerada uma tecnologia social pelos protagonistas da experiência? Sim

O que estimula a adoção dessa(s) prática(s)?

  • Rodas de conversa e oficinas
  • Participação em redes de aprendizados e conhecimentos
  • Intercâmbio/vivência

8. Políticas públicas

Caso a experiência tenha acessado uma ou mais políticas públicas brasileiras, indique

  • Lei da Agricultura Orgânica
  • Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica (Programa Ecoforte)
  • Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água (Programa Cisternas)

9. Resistências e ameaças

Algo ameaça esta experiência?

  • Agrotóxico
  • Transgênico
  • Sucessão geracional frágil ou inexistente
  • Contaminação/poluição ambiental
  • Disputa territorial ou dificuldade de acesso ao território

11. Estratégias de Comunicação e Anexos

Que tipo(s) de ferramenta(s) utiliza para divulgar a experiência e se comunicar com os envolvidos?

  • Whatsapp/Telegram
  • Facebook/Messenger
  • Site
  • Instagram

12. Redes em saúde e agroecologia

De que forma sua organização poderia colaborar na criação e/ou fortalecimento dessas redes?participando de momentos de diálogos, oficinas formativas e intercâmbios de experiências junto a outras redes e organizações que atuam nas mesmas temáticas, compartilhando e construindo coletivamente materias de formação e dibvulgação, articulando ações de nível local, regional e naacional.