Rede de Feiras Agroecológicas da Borborema.



A organização da Rede de Feiras Agroecológicas no Território da Borborema, no Agreste da Paraíba, é fruto do amadurecimento do trabalho com agroecologia, desenvolvido, desde 1993, por famílias agricultoras da região, por meio do intercâmbio de conhecimentos em torno do cultivo sem o uso agrotóxico.  
O ponto de partida foi a realização de um diagnóstico participativo em 2001, sobre o uso de agrotóxicos, coordenado pelo Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais de Lagoa Seca, assessorados pela AS-PTA e pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A lixiviação de agrotóxicos para reservatórios de água e os inúmeros casos de intoxicação sensibilizou os agricultores e agricultoras a abandonar a dependência dos produtos. Somados aos resultados do diagnóstico, havia uma crescente produção de alimentos agroecológicos que motivou as lideranças de construir estratégias para dar visibilidade e valorização a esses produtos.  
Neste contexto, foi idealizada uma ação pública intitulada “Um Natal sem Veneno” que mobilizou agricultoras/es e consumidoras/es em torno de um debate sobre a importância da produção de alimentos livres de agrotóxicos e da criação de espaço adequado para comercialização dos produtos agroecológicos, uma vez que estes eram vendidos nas feiras livres juntamente com outros produtos contaminados. Por meio destas estratégias, em 2002 é organizada a primeira Feira Agroecológica em Lagoa Seca. Movimentos similares foram acontecendo em todo o território e a Feira Agroecológica Regional tem início no mês de dezembro de 2003, também lançada a partir de uma Campanha Natal Sem Veneno.  
Daí em diante, novas feiras foram se formando no território da Borborema.  A Rede de Feiras é composta por 11 feiras agroecológicas, distribuídas nos municípios de Solânea, Casserengue, Arara, Remígio, Esperança, Areial, Alagoa Nova, Lagoa Seca, Massaranduba e Campina Grande, com cerca de 120 feirantes de 12 municípios da Borborema.  
O surgimento gradual das feiras agroecológicas se deu de forma combinada com o aumento crescente das demandas de organização interna para regular o funcionamento das feiras e da necessidade de articular e integrar o conjunto das feiras em rede. Em 2005 foi criada a Associação EcoBorborema que agrega os/as feirantes que integram essa experiência, e é responsável pela gestão destes espaços de comercialização e certificação dos produtos agroecológicos produzidos e comercializados pelos os agricultores e agricultoras.  
Um dos desafios encontrado para garantia da qualidade dos produtos comercializado é o acompanhamento individual ao conjunto dessas famílias. Mediante essa realidade, a estratégia lançada foi a de aproveitar os espaços das reuniões itinerantes das feiras em cada município, o que permitiu integrar melhor o trabalho realizado pelas famílias agricultoras, estabelecendo relações de confiança e trocas de experiências, e também cumprindo o papel de formação, e assessoria coletiva,  essa iniciativa  motivou os grupos a  inovarem cada vez mais.  
As reuniões mensais nas propriedades também fortaleceram as visitas por pares, uma das exigências do processo de certificação participativa exigido pela lei de orgânicos, uma vez que a EcoBorborema é cadastrada no Ministério da Agricultura como OCS (Organização de Controle Social).

Anexos

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