Rede Bragantina de Economia Solidária Artes& Sabores

No ano 2006, um convenio firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA /SAF, e a Obras Socias Diocese de Bragança, entidade promotora do Centro Cediam / Escola Ecrama, para execução do projeto: Educação de jovens rurais como agentes de desenvolvimento sustentável / agroecologia e transição para agricultura de base ecológica, permitiu ampliar nossas ações de educação do campo com a realização de cursos teorico e prático com agricultores familiares, de comunidades tradicionais, comunidades quilombola e assentamentos de reforma agrária da região Nordeste Paraense. Esse projeto vem consolidando os esforços do trabalho seis anos da Escola Ecrama, permitindo aglutinar as associações de agricultores familiares, Cooperativa COOMAR, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Associação Quilombolas, Associação da Mulher Luziense, e entidades como a dos municipios de Santa Luzia do Pará, Viseu, Cachoeira do Piria. O entendimento dos niveis da transição da agricultura tradicional para a agricultura de base ecologica, nos permite considerar, as especificidades dos agricultores familiares da Zona Bragantina, ao longo de sua trajetória e convivência com os agroecossistemas dessa região, como fonte enriquecedora para o debate e construção da Ciência Agroecologia. A observação dos fatores da natureza, a autoconfiança e a troca de experiências, entre as comunidades tradicionais de remanescente de quilombos e de agricultura de base familiar, permitiram o desenvolvimento de sistemas agrícolas produtivos, e de baixo custo, porém, questionáveis quanto a sua sustentabilidade ao longo do tempo. Nas condições de solo e clima da Amazônia a sustentabilidade desse sistema é extremamente vulnerável, seja em nível econômico, ambiental e social, quando se constata, entre outros, o declínio da produtividade das lavouras e comprometimento da renda familiar pela necessidade de adquirir alimentos fora da unidade de produção, a perda da biodiversisdade. As comunidades que dispõe de áreas com cobertura vegetal de mata ou capoeira de segundo ciclo, re-organizam seu sustento entre a produção do roçado e a coleta de frutos como açaí, tucumã, piquiá, ervas medicinais: andiroba, unha de gato, verônica, etc, madeira, cipó, palha, caça, para atender as necessidades da família e de seus instrumentos de produção. Em busca de caminhos alternativos de comercialização da produção de base familiar, constata-se ao longo das principais rodovias estaduais e federais pontos de venda onde se mesclam produtos oriundos da sazonalidade da agricultura familiar. Feiras em bairros da periferia de Belém, são abastecidas por atravessadores com produtos que compõem a diversidade do roçado, (gerimum, batata doce, maxixe) do quintal (pupunha, muruci, cupuaçu, taperebá, ingá, ervas medicinais, ...) e da mata (bacuri, buriti, uxi, umari, etc). E mais recente, o assédio da industria de cosméticos sobre as espécies oleaginosas. E importante destacar que esses produtos, resguardam também um patrimonio génetico, um saber ameaçados pela vulnerabilidade das alterações que se passa nos agroecossistemas da zona Bragantina, e portanto, são temas de estudos e debates dessa proposta que culminou com a criação da Rede Bragantina de Economia Solidária Artes& Sabores. A Rede Bragantina reúne atualmente vinte organizações membros que trabalham por uma cultura de sustentabilidade a partir de novas relações econômicas, afetivas, de gênero e etnia, no sentido da existência humana, realizando entre outras: As motivações que nos une, e que buscamos com todos e todas que desejam ser participe dessa construção humana, portanto possível, se expressam nos desafios, na complexidade de pensar, agir e nos educar coletivamente à trabalhar em Rede para: Produzir com respeito às culturas, as sinergias da natureza, valorizando os agroecossistemas em todos os níveis de intervenção humana. Comprar, vender e consumir com ética e solidariedade. Partilhar a formação e a capacitação que torna nossos empreendimentos solidários e sustentáveis. Denunciar a violência e a discriminação contra todas as formas de vida Incentivar a organização de consumidores para o comércio justo e solidário.