Quintais das Mulheres da Zona da Mata Pelo Bem Viver

Identificação geral da experiência

Qual é o nome da experiência que está sendo cadastrada aqui?
Quintais das Mulheres da Zona da Mata Pelo Bem Viver

Descreva brevemente a experiência, destacando as ações que realizam.
A experiência "Quintais das Mulheres da Zona da Mata pelo Bem Viver" representa um potente movimento de agroecologia, autonomia e justiça climática. Articuladas pelo CTA e participantes do Programa de Quintais Produtivos e do Programa de Organização Produtiva do MDA, essas mulheres constroem caminhos de resistência e transformação em seus territórios. Contudo, sua força organizativa antecede a chegada dos editais: há tempos, já estão articuladas em redes compostas por movimentos sociais, organizações e espaços de construção coletiva do conhecimento, mobilizando estratégias de enfrentamento à mineração e ao uso de agrotóxicos a partir de uma perspectiva feminista e solidária.

A iniciativa reúne uma diversidade de perfis: jovens, agricultoras, assentadas, quilombolas e indígenas. Essas mulheres são guardiãs da sociobiodiversidade, preservando e multiplicando sementes crioulas e raças de pequenos animais caipiras, garantindo a continuidade de sistemas agroalimentares adaptados ao território. Além de fortalecer a soberania e a segurança alimentar e nutricional, promovem autonomia pessoal, política e econômica, assegurando que as decisões sobre os bens naturais e a organização produtiva permaneçam em suas mãos.

Essa atuação contribui diretamente para o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção da justiça ambiental, pois fortalece modelos produtivos regenerativos, reduz a dependência de insumos externos e combate práticas degradantes impostas por modelos agroindustriais. A gestão coletiva da biodiversidade, o manejo agroecológico do solo e da água e a valorização dos saberes ancestrais são pilares de um território mais resiliente, sustentável e socialmente justo.

Estado da experiência:
Minas Gerais (MG)

Município e Estado da experiência:
Viçosa (MG)

Abrangência da experiência:
Estadual - 5 ou mais municípios

Onde a experiência está localizada?
no meio rural

Em que ano se iniciou a experiência?
2023

A experiência está ativa?
Sim, está em desenvolvimento

A experiência está vinculada a alguma(s) organização(ões)?
Sim

A experiência está vinculada a alguma(s) rede(s)?
Não

Qual o foco prioritário da experiência?
Conservação e convivência com os territórios (campos, florestas, matas, rios e outros)

Como a experiência de conservação e convivência com os territórios (campos, florestas, matas, rios e outros) pode ser identificada?
Outros

Qual outro?
Quintais agroecológicos

A experiência pode ser associada a quais temas?
Agrotóxicos e Transgênicos, Alimento, Segurança e Soberania Alimentar, Biodiversidade e Bens Comuns, Campesinato, Povos, Comunidades Tradicionais e outros modos de vida, Impactos das grandes obras, empreendimentos e outras violências, Juventudes, Manejo dos Agroecossistemas, Mulheres e Feminismos, Políticas Públicas e fomento

Gestão da experiência

A gestão da experiência é feita de que forma?
Em rede

A gestão da experiência é feita, principalmente, por:
Mulheres (Cis/Trans)

A gestão da experiência é feita, principalmente, por:
Não é possível aferir

Quais os sujeitos envolvidos na experiência?
Agricultoras/es Familiares e Camponesas/es

Percepções sobre as mudanças climáticas nos territórios

O tema das mudanças climáticas tem sido abordado no território por redes, organizações e outros grupos?
Sim, de forma consolidada

Como a experiência percebe os impactos das mudanças climáticas no território?
Diminuição da produção, Alteração no calendário de chuvas, Diminuição da disponibilidade hídrica, Aumento da temperatura, Alteração nas estações (prolongamento/diminuição das estações), Desaparecimento de espécies e variedades vegetais nativas, Aumento de doenças nas plantas (moscas, protozoários, fungos etc), Aumento de doenças nas criações animais, Aumento de doença nos humanos (cardíacas, diminuição de imunidade, adoecimento mental)

Desde quando essas mudanças vêm sendo percebidas com mais intensidade?
Não é possível aferir

Há sujeitos que intensificam os impactos das mudanças climáticas no seu território?
Sim

Agroecologia e enfrentamento às mudanças climáticas

A experiência envolve a gestão coletiva de bens comuns da natureza?
Sim

Quais bens comuns da natureza?
Terra/solo, Água, Sementes

A experiência desenvolve práticas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Sim

Essas práticas são de qual categoria?
Manejo (cisterna, reflorestamento, compostagem etc), Gestão (organização de grupos, produção do conhecimento, assessoria etc)

Quais são as práticas de manejo que a experiência desenvolve para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Diversificação de sistemas produtivos (roças, SAFs, hortas, roçados, quintais e outros), Manejo de solo, Manejo da água, Tratamentos ecológicos de esgoto doméstico (biofossas, fossa ecológica, círculo de bananeira etc), Produção de alimentos saudáveis, Salvaguarda de raças crioulas de animais, Salvaguarda de sementes

Quais são as práticas de gestão que a experiência desenvolve para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Cuidados à saúde, Organização de grupos e comunidades

Na experiência há algum grupo atuando como protagonista no enfrentamento às mudanças climáticas? (ex. mulheres, jovens, idosos, pessoas negras, grupos sociais etc):
Sim

Como estes grupos têm atuado e quais são as principais estratégias utilizadas?
As mulheres envolvidas na experiência "Quintais das Mulheres pelo Bem Viver" têm construído estratégias eficazes para enfrentar as mudanças climáticas, combinando organização política, preservação ambiental e práticas agroecológicas adaptadas à realidade da agricultura familiar. Através da incidência política e da resistência territorial, elas se articulam em movimentos sociais e redes comunitárias para barrar o avanço da mineração e denunciar os impactos ambientais e sociais dessa atividade. Com mobilização e pressão política, buscam garantir políticas públicas que protejam seus modos de vida e promovam alternativas sustentáveis.

Além da luta política, essas mulheres desempenham um papel fundamental na preservação da sociobiodiversidade, atuando como guardiãs das sementes crioulas e das raças caipiras de pequenos animais. Essa prática garante a continuidade de cultivos adaptados ao clima e à realidade local, fortalecendo a segurança alimentar e a resiliência dos sistemas produtivos diante das mudanças climáticas. Nos quintais produtivos, adotam o plantio diversificado, cultivando várias espécies no mesmo espaço para equilibrar o solo, favorecer o controle biológico e aumentar a produtividade sem depender de insumos químicos.

Outro aspecto central dessa experiência é o beneficiamento de frutas da época, que permite o aproveitamento da abundância sazonal para a produção de polpas, doces e outros produtos, reduzindo desperdícios e garantindo alimentos saudáveis por mais tempo. Além disso, fazem uso do reaproveitamento de insumos locais, como cobertura morta, esterco e palhada, para enriquecer o solo, conservar a umidade e reduzir a necessidade de irrigação, tornando o cultivo mais sustentável.

Políticas Públicas e financiamento

Essa experiência acessou ou acessa alguma política pública?
Sim

Qual(is) política(s) acessa?
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica (Programa Ecoforte), Outra

Qual(is) outra(s)?
Programa de Quintais Produtivos e Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais

A experiência teve algum tipo de financiamento?
Não

Comunicação

A experiência conta ou contou com estratégia de comunicação?
Sim

Qual(is) ação(ões) ou produto(s) de comunicação foi(ram) desenvolvido(s)?
Produção de matérias, Produção de vídeos, Divulgação nas redes sociais, Produção de artigos acadêmicos

Para desenvolver as ações ou produtos de comunicação relacionados à experiência, a organização/rede conta (contou) com algum profissional de comunicação?
Sim

Quais os principais canais de comunicação usados para divulgar a iniciativa?
Instagram

Indique o link do site:
https://ctazm.org.br/

Indique nome de usuário ou link do Instagram:
@ctazm

As ações/produtos de comunicação contribuem (contribuíram) para o desenvolvimento da iniciativa?
Sim

Como as ações/produtos de comunicação contribuem (contribuíram) para o desenvolvimento da iniciativa?
Ajuda (ou ajudou) a mobilizar mais agricultoras/es para participar da iniciativa, Apoia (ou apoiou) os processos de construção de conhecimentos relacionados aos temas da experiência, Combate (ou combateu) à desinformação, Contribui (ou contribuiu) para a captação de recursos

Anexos

Disponibilize links de materiais relacionados à experiência, considere principalmente materiais que apresentam a relação entre a experiência e as mudanças climáticas.
- https://www.instagram.com/reel/DJ-P4EsuaiI/?utm_source=ig_web_button_share_sheet&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
- https://www.instagram.com/p/DKASwsiuCbc/
- https://ctazm.org.br/bibliotecas/caderneta-agroecologica-o-saber-e-o-fazer-das-mulheres-do-campo-das-florestas-e-das-aguas-389.pdf

Anexe fotos para representar a experiência:

Encontro de Mulheres dos Quintais pelo Bem Viver

@taigatatiane e @ctazm

Intercâmbio agroecológico no quintais sobre manejo agroecológico de galinhas caipiras

ctazm

Encontro de mulheres dos quintais

ctazm

Econtro de mulheres dos quintai na Troca de Saberes- UFV com gestão pública

ctazm

mesa de troca de sementes e mudas dos encontros de mulheres

ctazm

primeiro encontro de mulheres da zona da mata pelo enfrentamento a mineração

ctazm

criação de animais caipiras no quintal

ctazm