Programa Vale Feira
O programa Vale Feira é um projeto do Executivo de construção de uma política pública que institui, através da Lei n. 280, de 24 de junho de 2021, um benefício social destinado a atender até 200 famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico e nos cadastros da Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação; tem como prioridade mulheres negras e indígenas, mulheres chefes de família e mulheres vítimas de violência doméstica.
O programa possui um ticket com valor específico para que as pessoas possam comprar alimentos de qualidade e produzidos pela agricultura familiar de Goiás, garantindo segurança alimentar e saúde. As/os feirantes agricultoras e agricultores familiares cadastrada/os pela Secretaria Municipal de Agricultura recebem das famílias beneficiárias da ação um vale-verde, que depois é trocado pela Prefeitura, sendo uma venda mensal garantida para essa/es agricultora/es.
Quanto à participação social na construção dessa ação, vale destacar que integra um plano ampliado de fortalecimento da agricultura familiar do município e que envolve diversas parcerias tanto no âmbito público como no âmbito de movimentos e organizações sociais, sendo um grupo bastante diverso, porém coeso: Comissão Pastoral de Terra (CPT); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Escola Família Agrícola de Goiás (EFAGO); Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (Gwatá); Universidade Estadual de Goiás (UEG); Instituto Federal de Goiás (IFG); Universidade Federal de Goiás (UFG); Escola Diocesana de Agroecologia; Grupo das cestas camponesas; e o Sindicato das/os Trabalhadoras/es Rurais.
Importante destacar nessa experiência que as ações de agroecologia têm limites para se viabilizar como ação pontual, sendo importante pensar as ações de forma integrada a um planejamento mais ampliado que envolve desde alterações em conceitos legais — como foi a mudança na Lei Orgânica do Município —, passando pela instalação de serviços, como no caso da criação do Serviço de Inspeção Municipal, e ações de assistência técnica à produção — que ainda é uma demanda importante —, o incentivo à transição agroecológica e ações de comercialização. Para isso, foi importante essa ação executiva continuada, que teve seu início em 2013, tendo sua incidência paulatinamente sido ampliada, assim como a permanência de representações legislativas. Dos desafios que se colocam, citem-se a formação de profissionais para atendimento de demandas no campo da agroecologia, a garantia de assistência técnica e extensão rural com foco na transição agroecológica e a construção de infraestrutura produtiva, de processamento e de transporte.