Plante e Cure!
“Plante e Cure” é o nome da experiência desenvolvida pela Igreja Católica no município de Governador Dix-Sept Rosado, no Rio Grande do Norte, proposta por duas freiras, Janine e Clara, que atuavam com grupos de mulheres no Centro São José, estrutura da Igreja.
Por falta de local, a Prefeitura fazia seus planejamentos, em especial relacionados ao potencial social e produtivo da cidade, no próprio Centro, e a Igreja Católica tinha assento nesses planejamentos. Foi então proposto ao Poder Público transformar a experiência das plantas medicinais para produção de fitoterápicos em política pública.
Para troca de experiência e aprendizados sobre plantas medicinais e fitoterápicos, houve visitas à UFC, onde o professor Matos conduzia pesquisas sobre o plantio de plantas medicinais em prédios abandonados, e também à paróquia de Campo Grande, onde Maria Dolores da Silva e Maria da Conceição de Freitas, sob a orientação de Padre Pedro Neefs, articularam a capacitação de pessoas de referência no Centro Nordestino em Olinda-PE.
No processamento, as mulheres não tinham o mesmo nível que o técnico Aires Neto, foi ele que deu uma dimensão maior, até mesmo na elaboração da embalagem industrial para cada produto. O rótulo foi feito e viabilizado pelo professor Matos, que estudava há mais de 10 anos a eficácia dos medicamentos.
A Prefeitura já tinha um horto que produzia mudas para o reflorestamento da cidade, lá foi criada uma estrutura para produção de plantas medicinais, manejada pelas mesmas mulheres que produziam no Centro São José, com a ajuda de dois funcionários da Prefeitura para serviços mais pesados, como o preparo do solo. Além da estruturação da produção de materiais vegetais, a Prefeitura, sob a orientação do técnico Aires Neto, em discussão com o engenheiro civil da Prefeitura, desenvolveu a estrutura do prédio utilizado para a produção dos fitoterápicos, depois construído pela Prefeitura com recursos próprios no valor de R$ 65.000,00.
As mulheres tinham acesso ao horto municipal, fazendo o manejo das plantas medicinais, mas também de tudo que elas produziam, desde medicamentos até mudas de plantas para replantio. Para preparar medicamentos em casa, elas podiam levar plantas para fazer um chá, por exemplo. Havia uma estratégia solidária de resgate de materiais vegetais, em que tanto a Prefeitura como as mulheres e a comunidade doavam materiais — por exemplo, mudas de plantas medicinais — para o horto.
Foram produzidos mais de 25 princípios ativos que serviram para a confecção de medicamentos receitados pelos médicos do Programa Saúde da Família (PSF) e do próprio hospital do município. Gilberto Martins, prefeito à época, fala que, não fosse a parceria com os médicos, certamente a proposta não vingaria. A sensibilidade dos profissionais de saúde foi uma etapa decisiva.
Essas ações comprovam a complementaridade das ações e do conhecimento, sem haver sobreposição de papéis. A contribuição da Prefeitura foi na profissionalização da produção de medicamentos fitoterápicos, respeitando o conhecimento das mulheres.
Anexos
Imagem do horto municipal de Governado Dix-Sept Rosado onde eram produzidas as mudas de plantas medicinais utilizadas na preparação dos fitoterápicos.
Dimensões: 1280px x 720px
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Anexos associados aos antecedentes da iniciativa
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Anexo 4
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