Plano Emergencial
A situação de limitação de renda e acesso à alimentação de diversas comunidades e povos tradicionais da região do Vale do Ribeira e grupos sociais de diversos municípios, se intensificou após as ações de isolamento referente ao Covid-19, gerando solicitações de doações de alimentos para a manutenção básica da alimentação adequada. Para conter o risco de contaminação pela Covid-19, o estado de São Paulo-SP interrompeu as aulas da rede pública em 23 de março de 2020, e decretou quarentena. Na região do Vale do Ribeira, os alimentos ofertados aos estudantes tiveram as entregas suspensas, consequentemente as entidades fornecedoras acumularam os produtos sem ter destino certo para comercialização..
A produção de abóbora, abobrinha, alface, banana, batata doce, berinjela, inhame, mexerica, palmito pupunha, dentre outras, produzidas pelos cooperados da Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira - Cooperquivale tem destino incerto. Aproximadamente 600 toneladas de alimentos planejados para serem entregues ao longo do ano de 2020 estão se acumulando nos locais de produção, gerando perda de alimentos, supressão de renda para os agricultores, falta de fluxo de caixa para a Cooperquivale, insegurança alimentar para quem recebia os alimentos, além da dificuldade de distribuir os alimentos para grupos sociais em risco alimentar.
O desafio nesse momento será o de assegurar diferentes mecanismos que contribuam para garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável, de um lado o estado assumindo seu papel de transferência de renda e, de outro, potencializando diferentes estratégias de abastecimento alimentar. Essas estratégias devem ser estabelecidas tanto por meio da ação do Estado quanto por iniciativas da sociedade civil que promovam a construção social dos arranjos de abastecimento.
Além das entregas gerarem renda para os agricultores quilombolas, o fato de não frequentarem a cidade diminui a exposição ao potencial contato de transmissão do vírus e posterior contato com o restante dos Quilombos. As organizações que compram os alimentos são: União Europeia, Good Energy, Instituto Magazine Luiza, Instituto Brasil A Gosto, Sitawi/Fundo Seguimos Juntos, Rainforest Foundation - RFN.