Olericultura Orgânica no noroeste do Paraná

José Lourenço Cordeiro é casado com Jacira Inácio da Costa Cordeiro e possuem tem dois filhos que trabalhamna cidade de Mandaguari e ajudam na propriedade aos finais de semana. Antes de se estabelecer na atual propriedade, José Lourenço já trabalhava com horta em terreno arrendado, onde era certificado como orgânico pelo IBD. Atualmente, o produtor faz parte da Associação Vale Vida e da Associação da Feira dos Produtores de Marialva.Sua principal fonte de renda é a olericultura. Ele está satisfeito com a forma de cultivo, alegando que a produção feita de maneira orgânica é muito bem recompensada, e está sempre buscando melhorar.Antes de ser adquirida, sua propriedade era usada para lavoura de milho e soja por outro produtor. A propriedade apresenta uma área de 2,4 ha. Próximo à residência estão situados o galinheiro, o chiqueiro e a estufa de mudas, assim como um futuro galpão para depósito de maquinários e insumos. Logo abaixo da estufa de mudas há a área utilizada para mandiocultura, seguida pelos canteiros onde é praticada a olericultura e está situada a casa de beneficiamento da produção.O sítio encontra-se em processo para certificação através do programa CERTO, desenvolvido pela UEM em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR).A propriedade não apresenta nenhuma área com solo descoberto nem qualquer tipo de indício de erosão, mesmo as chuvas fortes não ameaçam a formação de enxurrada.As plantas adventícias (nabo forrageiro, caruru, picão preto, capim marmelada, capim colchã,trapoeraba, assa-peize, etc.) são utilizadas pelo produtor como adubação verde, as quais ele deixa no solo até dar semente para cortar e incorporar no solo para que esteja sempre abastecido o banco de sementes das mesmas. O controle dessas plantas quando estabelecidas às culturas é feito de maneira manual com enxada e enxadão apenas até o momento que essas não prejudiquem mais a cultura.O proprietário possui irrigação em todos as áreas de produção, portanto não tem problemas com veranicos ou geadas, sendo ambos controlados com a irrigação. A mandiocultura na propriedade ocupa uma área de 0,1 ha, utilizando-se da cultivar Pioneira, porém, o produtor quer uma área maior para poder aumentar o plantio da mandioca, segundo ele por ser uma cultura de fácil cultivo e bom retorno financeiro. Não há problemas com doenças e pragas na área, sendo que o produtor aplica caldas a cada oito dias, rotacionado-as para que não haja problemas com resistência. As caldas utilizadas na mandiocultura são as mesmas utilizadas no restante da propriedade: calda bordalesa, urucum, marmoreira e citronela.A área destinada para a produção de hortaliças em canteiros tem 1,02 ha. Esta atividade José Lourenço já exercia antes de adquirir a propriedade, ainda como arrendatário. Toda a área de canteiros possui sistema de irrigação por aspersão, visto que hortaliças necessitam de fornecimento continuo de água para uma adequada produção. A hortaliça cultivada em maior escala é a alface crespa, sendo que, além desta, mais dezessete espécies diferentes são utilizadas rotacionando a produção.O cultivo protegido ocupa uma área de 0,1 ha, onde são cultivados tomate, abóbora, pimentão e vagem, sendo sempre rotacionadas essas culturas.As mudas de olerícolas são produzidas ao lado da casa, num cultivo protegido de 50m2 com irrigação por microaspersão. São utilizadas sementes que o próprio agricultor produz na maioria, a partir de plantas que são deixadas de colher em meio a sua produção. Poucas sementes são compradas.O substrato utilizado para a produção das mudas é produzido pelo proprietário, o qual utiliza composto próprio, restos culturais e outros materiais como cascas de cereais. A comercialização da produção dos canteiros é feita 80% nas feiras e 20% pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A produção do cultivo protegido é comercializada 100% nas feiras das quais o produtor participa. Também contem com produção animal, criação de frango caipira e porco caipira. A criação de porco é destinada somente para consumo próprio. Os frangos caipiras são comercializados nas feiras que o produtor participa e possui muito boa aceitação por parte dos consumidores.A produção é considerada boa e participa da renda de forma significativa, o que faltam são adequações de abate e alimentação.