O MST e a Campanha Sementes Patrimônio dos Povos a Serviço da Humanidade

A Campanha Sementes Patrimônio dos Povos a Serviço da Humanidade, lançada em 2003 pela Via Campesina, tem, entre outros objetivos, garantir a soberania alimentar dos povos, promover a agroecologia como estratégia produtiva camponesa, apoiar a luta pela defesa dos territórios, valorizar as culturas e os conhecimentos locais e garantir a eqüidade de gêneros e gerações. Nesse contexto, a Bionatur, criada em 1997 pela Cooperativa Regional dos Agricultores Assentados da Reforma Agrária (Coperal), é uma das principais iniciativas do MST na área do resgate, melhoramento, multiplicação e distribuição de sementes agroecológicas. A Bionatur não trabalha com híbridos e se estruturou como a primeira empresa social da América Latina dedicada à produção e à comercialização de sementes agroecológicas de hortaliças. As sementes são produzidas por famílias camponesas que empregam processos agroecológicos e as sementes são exclusivamente de variedades possibilitando, caso seja viável pelas condições naturais, que os agricultores que as utilizam possam multiplicá-las, não necessitando comprá-las anualmente. O objetivo é que a produção passe a ser um componente integrado aos sistemas de produção de um grande número de famílias e de assentamentos, criando novas possibilidades econômicas. A comercialização das sementes é realizada por intermédio de organizações populares e sindicais simpatizantes da reforma agrária e da agricultura camponesa e comprometidos com a agroecologia. Os preços das sementes, em média, são iguais ou inferiores aos praticados pelas empresas no mercado convencional. Outro braço da Campanha é o Diagnóstico Rápido Participativo da Biodiversidade (DRPBIO) que, além de diagnosticar a realidade do uso e do manejo da biodiversidade local, vêm exercendo a função de mobilizar as famílias dos assentamentos para a implementação das ações estratégicas da Campanha. Entre outras coisas os DRPBIOs propõem a prática de quintais diversificados, de sistemas agroflorestais, de sistemas Voisin de manejo de pastagens, de repovoamento de florestas nativas, de eventos de capacitação e a organização de grupos para trabalhar com artesanato.

Anexos