Mutirão Solidário CEDAC


A crise econômica provocada pela pandemia que enfrentamos exige, dentre outras ações, a solidariedade. Apesar de afetar a todos / as, alguns sofrem muito mais os efeitos da crise que assolou o Brasil e o mundo. Entre os que mais sofrem estão as comunidades das favelas e periferias, os/as trabalhadores / as informais, a população em situação de rua, povos de terreiro e quilombolas, pescadores / as artesanais e pequenos / as agricultores / as que enfrentam grandes dificuldades para escoar seus produtos. A grande emergência é o enfrentamento da fome, aliada a proteção sanitária, imprescindíveis para que os mais vulneráveis ​​tenham condições mínimas de sobreviver a esse periodo tão difícil da nossa história. As medidas de distanciamento social e de restrição do funcionamento das cidades agravam a situação dos trabalhadores com demissões, suspensão de pagamento de salários ou inviabilidade do trabalho informal. O isolamento neste momento é fundamental. E sabemos que não tem como manter-se isolado com a barriga vazia. Não tem como manter a higiene necessária, sem água e sem condições de comprar material de higiene e limpeza. Enfrentamento se faz com luta por politicas públicas, essa é a nossa prática do Cedac nos seus 41 anos de compromisso com a classe trabalhadora e com grupos e movimentos sociais do campo e da cidade, nos trabalhos de Educação Popular, nas ações de Desenvolvimento Local, Economia Solidária e Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Temos acompanhado as lutas por Políticas Públicas, mas enquanto elas Não chegam ou não são suficientes, arregaçamos as mangas e nos juntamos em um grande MUTIRÃO SOLIDÁRIO entre amigos / as, parceiros / as e voluntárias/ os para comprar alimentos e materia de higiene e limpeza e distribuir, junto com máscaras e informações de proteção, para esses grupos mais vulneráveis, que além da fome estão ainda superexpostos aos riscos de contaminação pelo Coronavírus. Nossa proposta desde o início foi de comprar diretamente dos / as agricultores / as familiares para garantir sua renda e distribuir seus produtos para os grupos citados, especialmente nos territórios nos quais já trabalhamos ao longo dos anos e onde temos contato com lideranças locais que podem intermediar as ações efetivamente, devido às restrições do momento. Os trabalhadores mais pobres, que atuam prioritariamente no mercado informal, foram duramente atingidos, especialmente as mulheres. E a População em Situação de Rua teve um aumento mais que expressivo. Para ela fizemos pratos saudáveis ​​e nutritivos, distribuímos máscaras descartáveis ​​e informações de saúde e proteção. O MUTIRÃO SOLIDÁRIO CEDAC tem sido uma construção coletiva diária, feita a muitas mãos. Cada um / a participa de acordo com as próprias possibilidades, buscando o que é possível fazer diante das limitações impostas pela Pandemia. Tem gente que colabora com dinheiro, tem gente que ajuda a arrumar cestas, oferece o carro, faz compras, cozinha, entrega quentinha nas ruas, recolhe maial, costura máscaras, divulga entre amigos. As Trocas Solidárias feitas com agricultores / as tem sido muito interessantes. Antes era de produtos da agricultura por óleo, macarrão, leite, açúcar, sal, etc. Mas agora, vale tudo. As pessoas deixam o que trazem e levam o que precisam e está disponível no dia. Até o momento já distribuímos 47 toneladas de alimentos e material de higiene e limpeza, junto com informações de saúde e proteção, além de receitas simples aproveitando integralmente os produtos da safra. Compramos de agricultores / as de diferentes Municipios e, desde o início, contamos com a ajuda preciosa do Circuito Carioca de Feiras Orgânicas, parceria imprescindível para o sucesso da atividade. Entregamos 2,300 cestas agroecológicas e 8,900 refeições, comida de verdade embalada em carinho e solidariedade, resgatando dignidade, além de 8,900 máscaras de proteção costuradas por mãos solidárias, a maioria feita de fronhas e lençóis que recolhemos quando o comércio estava fechado. O Ffoco aqui são as trocas solidárias: Essa experiência teve início no final de Abril,. Ela partiu de uma agricultora na qual alegou que estava envergonhada de receber alimentos sem dar “nada em troca”. Então ela sugeriu de “dar algo em troca”. Nessa troca você doa o que tem e recebe/pega o que precisa. Na troca solidária é realizada um tipo de abastecimento bem amplo, porque os alimentos são oferecidos em alimentos “soltos”, cestas e quentinhas, e na troca de alimentos entregues geralmente em grandes quantidades de quilos mesmo. É importante ressaltar que a troca não é uma obrigatoriedade e mesmo que você não tenha o que doar, você pode receber. O público que mais acessa essa experiência são os agricultores e as populações de rua. Os agricultores familiares por exemplo quando precisam de produtos de supermercado como arroz e sal, nós (CEDAC) levamos e em troca recebemos alimentos em excedente, como por exemplo a batata. Já os trabalhadores informais que recebem as cestas da troca solidária, em alguns casos oferecem seu trabalho em troca, como no carregamento dos alimentos. Cada um ajuda com o que pode ajudar!! A gente tem uma rede de parceiros que financiam a compra desses alimentos, pessoas físicas e instituições (SESI, por exemplo). É relevante mencionar que na grande maioria dos casos os contemplados que levam os alimentos doam alguma coisa. Obs: Para os moradores de rua só entregamos os produtos.

Anexos

Link 1

Link 2

Link 3