Mulheres tecendo solidariedade em tempo de Pandemia


O Coletivo de Mulheres da Região Noroeste nasceu a partir do envolvimento de um grupo de mulheres da periferia de Goiânia na Campanha "21 Dias pelo fim da Violência contra a mulher". Este Coletivo tem como objetivo principal a luta pelo fim da violência contra a mulher. Em vista disto, realizamos diversas atividades que possam intervir nas causas que estão na raíz da violência contra a mulher, como por exemplo: a dependência econômica; a desinformação sobre os direitos humanos da mulher; o desconhecimento sobre onde buscar ajuda, em caso de violência etc. A Pandemia do COVID-19 veio trazer novos desafios para nosso Coletivo. Constatamos vários impactos causados pela Pandemia, em nossa Região. Entre eles, destacamos: o aumento da violência contra a mulher, da fome e da vulnerabilidade. As mulheres da Periferia são, em sua maioria, trabalhadoras informais e ficaram desempregadas, sem poder continuar contribuindo com a sustentação da família, cresceram os conflitos. Muitas não conseguiram o acesso ao mísero auxílio emergencial do governo e algumas perderam o pouco recurso que recebiam do Bolsa Família. O confinamento imposto pela Pandemia e a ausência de políticas públicas de assistência social, deixou as famílias da periferia em total vulnerabilidade. Sensibilizadas por esta situação e motivadas pelo espírito de solidariedade , nós do Coletivo de Mulheres buscamos uma forma de atender às famílias e, dentro de nossas frágeis possibilidades, decidimos apoiar as famílias na sua necessidade básica de alimentação. Programamos como atividade principal a distribuição de cestas básicas. Para realizar esta atividade, decidimos atuar em rede de apoio solidária, contando com o apoio de jovens da comunidade, do Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, do Movimento Camponês Popular e Associação dos Pequenos Agricultores, o CONEM (Conselho Estadual de Mulheres), da ONg Habitat e de doadores voluntários. Nossa perspectiva é ir além da ação assistencialista emergencial. Para isso, elaboramos folhetos formativos e informativos sobre a violência contra a mulher, adolescentes e crianças e onde e como buscar ajuda e criamos uma atividade complementar: "campanha de doação de livros para crianças e adolescentes"; materiais estes que acompanham as cestas de alimentos. Além disso, estamos nos preparando para o pós-pandemia ou mesmo para os momentos de flexibilização do isolamento social. Algumas de nós estamos fazendo cursos virtuais de atividades de geração de renda para repassar para as mulheres que estão sendo assistidas em vista de conquistarem autonomia e se libertarem da dependência das doações. Pouco a pouco, à medida que o isolamento social vá se flexibilizando, repassaremos esses cursos. Enquanto isso, vamos apredendo a usar a ferramenta virtual para utilizá-la enquanto não puder realizar atividade presencial. Como desafios, encontramos a dificuldade do acesso às ferramentas virtuais, difuldade do acesso à internet, a impossibilidade de ações presenciais imposta pela necessidade do isolamento social, poucas doações mediante as necessidades que são muitas. A melhor estratégia tem sido a solidariedade e o trabalho em rede.
 



Anexos

Anexo 1

Dimensões: 1025px x 609px
Tamanho: 230777 bytes