Milho: a seleção das sementes
Os agricultores da região de Teixeira, na Paraíba, possuem diversas maneiras de escolher as melhores sementes de milho: alguns procuram as plantas mais produtivas e deixam as espigas secarem de pé; outros colhem tudo e só depois separam as espigas de plantar. Depois selecionam os maiores caroços da parte do meio e deixam de lado as pontas da espiga. Em uma reunião, discutiram ainda que se deve escolher as melhores espigas das covas que possuem mais de uma planta, e procurar as plantas que possuem mais de uma espiga no pé. O melhor é colher daquelas plantas que estão no centro do roçado, e de preferência em uma distância de dez metros entre uma e outra. Para separar as sementes se deve retirar a mesma quantidade de grãos de cerca de 200 espigas, garantindo assim uma boa quantidade e quantidade de semente em casa ou no banco comunitário. Os agricultores de Teixeira tomam o cuidado de não plantar duas variedades muito próximas, o ideal seria guardar uns 400 metros de distância entre um roçado e outro. Quando o terreno não permite, por ser pequeno, eles plantam variedades diferentes em um intervalo de 30 dias entre o plantio e outro. Os agricultores de Teixeira adotam ainda a prática de troca de sementes, evitando que a terra fique cansada e deixe de produzir. E para a terra ficar forte eles plantam guandu, feijão macassa e outras leguminosas, além de deixar a terra coberta e botar estrume. Nessa reunião, os agricultores estabeleceram alguns objetivos: resgatar variedades de milho que estão desaparecendo na região, estimular os bancos de semente, envolver os jovens nas tarefas, resgatar o roçado comunitário e sempre selecionar boas sementes para o estoque familiar e para o banco.