Manejo da caatinga: a experiência da família de Antônio Bento
A família de Antônio Bento cria gado, cabras, ovelhas, porcos, galinhas e guiné. Adotou técnicas de manejo da caatinga em um sistema de produção de forrageiras. Existem três áreas sendo manejadas na propriedade: o cercado, o roçado e o banco de sementes. Para estimular o crescimento de várias espécies no cercado - capim seda, umbuzeiro, maniçoba - são adotadas algumas práticas. O ralamento, que consiste na diminuição da quantidade de árvores que abafam a terra, criando espaços para entrada de luz, estimulando o crescimento de capim e leguminosas necessários para a alimentação dos animais. O enriquecimento, que é feito plantando-se mudas da área do roçado no cercado. E o rebaixamento da vegetação, que consiste na poda do topo de algumas árvores para que os galhos rebrotem, aumentando com isso a entrada de luz. Essa área é enriquecida com plantas espinhosas como o facheiro, o cardeiro e a macambira. Durante o inverno, o cercado é utilizado pelos animais. No verão, eles são levados para a área do roçado, aproveitando os restos de culturas. A terceira área é chamada de banco de sementes - totalmente fechada - que consiste em uma reserva de mata para produção de sementes nativas. Nos momentos críticos de seca são utilizadas as plantas de espinhos do cercado, como a macambira, para fazer o farelão. Com o manejo, sua criação aumentou de um para três reses, na mesma área de um hectare.