Manejo da alimentação animal na unidade de produção familiar
A família de seu Inácio Tota Marinho mora no sítio de 20 hectares em Lajedo de Timbaúba, no município de Soledade, Paraíba. Nessa região, no cariri paraibano, os animais sempre foram criados livremente, sem a preocupação e o cuidado com a preservação do pasto, já que o pisoteio degrada o solo e diminui a quantidade de plantas nativas. Geralmente, durante o período da estiagem os agricultores precisam comprar ração industrializada e queimar os espinhos de plantas nativas para alimentar os animais, o que tira a fertilidade do solo e exige muito fisicamente do agricultor. No entanto, vários agricultores familiares, entre eles seu Inácio, desenvolveram um manejo mais apropriado da alimentação animal. O manejo consiste em: dividir a propriedade em oito áreas (para uso rotativo de pastagem e cultivo); produção de forragem em ciclo curto nos roçados e na barragem subterrânea; armazenamento de forragem (silagem, fenação); cultivo da palma forrageira consorciado com plantas nativas ou adaptadas; e enriquecimento da mata nativa com reflorestamento em vários espaços da propriedade – desde a cerca até às margens das estradas e riachos no quintal. Hoje a família cria 5 bovinos, mais de 50 cabeças entre cabras e ovelhas, e ainda galinhas e abelhas de ferrão. Agora sempre sobra alimento para o rebanho, e com muito menos esforço e sem precisar gastar dinheiro com ração. O cultivo da palma consorciada, a divisão de cercado e a introdução de plantas nos diferentes espaços da propriedade ajudam a conservar, recuperar e enriquecer o solo. Essa prática aumenta a diversidade de pastagens e de florada para as abelhas, além de diminuir a erosão.