Manejo agroflorestal em Mata Atlântica
Maria Benedita dos Santos mora na Comunidade de Pimenteiras, em Camamu, Sul da Bahia. A idéia de trabalhar com agrofloresta na Mata Atlântica surgiu para sustentar as famílias e preservar a natureza. O SASOP começou a trabalhar com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e com o assentamento, estimulando técnicas de cobertura do solo para fortalecê-lo e produzir melhor. O manejo da agrofloresta foi feito de forma que se produzisse muita massa verde para fazer adubação e cobertura para o solo. Foi cultivada próxima das plantas estacas de quarama, que dá muita massa e cresce rapidamente, cobrindo o solo. Na agrofloresta têm ainda cupuaçu, abacaxi, batata, milho, feijão e inhame. Os agricultores fizeram clonagem de cacau para evitar a vassoura de bruxa, que já havia contaminado uma área de cinqüenta hectares do assentamento. O cacau fica baixinho e é possível plantar feijão de corda, gergelim, banana e graviola. O capim é plantado por um tempo e depois sai para dar lugar a outras plantas. Foi tomada uma decisão em conjunto para que se plantasse frutas nos quintais, não precisando ir mais até o roçado buscar. Maria Benedita critica o trabalho dos técnicos que recomendam diversos adubos e venenos, que matam os animais e deixam as pessoas doentes. Para combater a grande quantidade de formigas, os agricultores cavam até encontrar e matar a rainha, ou então plantam capim-santo na boca do formigueiro (também pode ser o comigo-ninguém-pode, que é venenosa para as formigas). Outra recomendação é evitar fazer queimadas, pois elas fortalecem as formigas. As mulheres da comunidade pensam em criar um restaurante de comida alternativa, e este ano estão realizando o Quinto Encontro de Gênero, estimulando o trabalho de família envolvendo os maridos e os filhos.