Ivoneth Maria Nicchio e Mônica Nicchio

Descendentes de uma família de italianos com tradição musical, Ivoneth Maria Nicchio ou Nete começou, em maio de 2000 a preparar uma área de pastagem (quicuia) com manejo manual (roçado e capina) para plantar grãos e frutas como o café, coco, feijão, milho, cana, mandioca, banana, abacaxi, amendoim, soja e também leguminosas adubadeiras como feijão de porco, lab-lab, tefrosia, crotalária, mucuna cinza, mucuna anã, caupi e gergelim. Além disso, Nete implantou um Sistema Agroflorestal com 1266 covas (3x1,2 metros) de café conilon, ingá e caju alterados a 10 metros e plantadas diretamente na cova. Todas essas espécies e mais alguns tipos de árvores como ingá, ipê e jatobá foram plantados através de métodos que preservassem o solo, tais como urina de vaca, calcário, MB4, cobertura morta, adubação verde e consórcio de culturas. No entanto, com a divisão da propriedade de seus pais, Nete ficou com apenas 7,2 hectares onde se concentravam pasto e café. Assim, Nete realizou uma parceria com sua irmã Eulália e implantou um SAF com espécies de abil, pinha, cupuaçu, melga, bandarra, brauna, sapucaia, ipê, macanaíba, laranja, limão, teca, gliricídia, e outras, num total de 60 espécies. Na propriedade de Nete existe a preocupação com o resgate de sementes crioulas como milho branco, milho maizena e outras. A ração fornecida aos animais é feita de leguminosas como caupi, sorgo, guandu e lab-lab retiradas da própria propriedade, porém no primeiro mês de vida dos animais essa ração é comprada. Hoje Nete participa de diversas organizações como a ARCA-ecológica e o Sindicato de Trabalhadores Rurais. A família de Nete prioriza uma boa alimentação, pautada em hortaliças e receitas caseiras. Os alimentos que não são da propriedade vem do intercâmbio com os vizinhos, eliminando o uso de moeda e estabelecendo a chamada economia solidária.