Informação e Comunicação rural, o caso de Vitória de Santo Antão/PE.
Nesta pesquisa investigamos como se dá a transmissão da informação para o pequeno produtor rural da agricultura familiar, e como a utilização da informação pode contribuir para melhorar a produtividade agrícola. Nosso principal objetivo é analisar como acontece a transmissão da informação de melhorias técnicas, na produção de mandioca na zona rural do município de Vitória de Santo Antão/PE, de forma a identificar as limitações na transmissão da informação, apontadas pelos trabalhadores rurais, identificar o perfil do trabalhador rural da zona da Mata de Pernambuco e avaliar a vantagem competitiva do uso da informação para produtividade de mandioca com base nos indicadores de produção na propriedade rural de mandioca. O objetivo geral deste trabalho é analisar o processo da informação e suas implicações na produção de mandioca da zona rural do município de Vitória de Santo Antão em Pernambuco. Os objetivos específicos são: Identificar o perfil do trabalhador rural da Zona da Mata de Pernambuco. Analisar os indicadores de produção na propriedade rural de mandioca. Identificar a participação da SNE e do PROMATA na disseminação da informação para melhoria da produtividade agrícola no município de Vitória de Santo Antão. Identificar as limitações no processo da informação, apontadas pelos produtores rurais. Em um universo de 24 produtores rurais, foi analisada uma amostra aleatória com 15 produtores participantes do projeto Corredor da Farinha, realizado pela SNE no assentamento Açude Grande, zona rural do município de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. Foram aplicados questionários abertos e fechados aos trabalhadores e disseminadores, além de utilizada a técnica da observação sistemática, com o objetivo de conhecer a metodologia utilizada pelos técnicos rurais. Os resultados da pesquisa revelaram que as limitantes no processo de transmissão das informações para os produtores rurais residem, principalmente, na baixa escolaridade dos agricultores, na ausência da utilização de tecnologias adequadas devido aos recursos limitados, na resistência a mudanças e na falta de estrutura humana e financeira para os treinamentos e as capacitações desses produtores. Os resultados da pesquisa indicam que a SNE está alcançando seus desafios, promovendo o desenvolvimento da agricultura familiar, contribuindo para a melhoria do meio ambiente. Em contrapartida, é nítida a carência da assistência técnica rural para a agricultura familiar por falta da participação dos governos, que deveriam apoiar, promover e financiar os produtores, mas os órgãos de assistência técnica rural que atuam no estado não conseguem atender à demanda por falta de estrutura humana e financeira que atenda às necessidades dos produtores da agricultura familiar; existe uma grande preocupação desses agricultores com a possibilidade de perder a assistência técnica rural gratuita, promovida pela SNE, pois todos estão cientes de que trata-se de uma ONG, que realiza projetos por tempo determinado, que são renovados periodicamente.