Grupo de Agricultura Ecológica - GAE - Estudar, praticar e difundir a Agroecologia
Tendo como lema “Estudar, praticar e difundir a Agroecologia”, há 26 anos o GAE vem promovendo e difundindo a Agroecologia dentro e fora da Universidade de uma forma
transdisciplinar através de atividades como cursos, promoção de palestras,
oficinas, vivências agroecológicas, visitas técnicas, seminários, estudos
coletivos, entre outras.
O Grupo de Agricultura Ecológica nasceu em 1983, na Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro, a partir da necessidade dos estudantes de se relacionarem com
conhecimentos alternativos aos da grade curricular imposta pela Universidade. Formado por estudantes de diversos cursos, desde então o grupo reúne-se semanalmente a fim de estudar e discutir temas ligados à Agroecologia, organizando eventos e ações para o desenvolvimento e divulgação da Agricultura ecológica.
Atualmente, o grupo se organiza da seguinte forma:
• Metodologia das reuniões: As reuniões
do grupo ocorrem todas as quartas-feiras, em sua sede. Iniciam-se as atividades impreterivelmente as 19:00, com a leitura de um texto e rápida discussão, seguida de informes e repasses das comissões e dos projetos, finalizando com a pauta, tendo o horário de 22:00hs como teto. As decisões são tomadas de forma horizontal e democrática, buscando-se sempre que possível o consenso.
• Comissões: As tarefas foram agrupadas
por afinidade em quatro comissões, Temática (responsável pelo cronograma mensal
de estudos, recepção e acompanhamento dos novos membros, práticas de dinâmicas
durante as reuniões e organização dos seminários internos), Estrutura
(responsável pela organização da biblioteca, videoteca e arquivo, gestão das
ferramentas e materiais e manutenção da infraestrutura), Comunicação
(responsável pela divulgação, correspondência, estande, gestão do email e do
site, elaboração dos informativos e relações públicas) e Finanças (responsável
pelo controle de caixa e captação de recursos). Cada membro deve fazer parte de
pelo menos uma comissão, que possui autonomia em suas ações e decisões.
• Atividades permanentes: Seminários do GAE (um membro do grupo prepara um seminário sobre tema que estuda e domina, sendo divulgado e aberto à toda comunidade, realizado no Auditório Hilton Salles, no Prédio Principal da UFRRJ, com capacidade para 90 pessoas,
bimestralmente); exibição de vídeos (aperiódica), visitas técnicas (a produtores ou centros de pesquisa, durando um fim de semana); participação em eventos (congressos, seminários, simpósios, encontros) e apresentação de trabalhos.
• Projetos do GAE: Ações contínuas propostas e geridas de forma autônoma pelo grupo, visando o estudo da Agroecologia através da prática. Os projetos são realizados por uma equipe coordenada
por membros do grupo. São eles:
- Resgate histórico do GAE: Resgate e catálogo das atividades realizadas pelo grupo desde sua fundação e de todos os seus membros, visando organizar e sistematizar todo o conhecimento construído em todos esses anos.
- “Sabiá” Agrofloresta: Espaço de aproximadamente 1 hectare ao lado do alojamento masculino M-5. Reflorestado com Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia) com função de ser um quebra-vento, em 1999 o local seria devastado para a construção de um suposto estacionamento. Ao saber de tal proposta, o grupo reuniu-se e decidiu que ali instalaria uma área para o desenvolvimento das técnicas agroflorestais estudadas. Desde então a utilização da área foi cedida ao grupo
pela Universidade para prática dos conhecimentos adquiridos e experimentação,
já tendo apresentado diversos trabalhos com os resultados obtidos em congressos
no Brasil.
- Laboratório Agroflorestal “Rocinha”: A área ociosa ao lado do Alojamento masculino M-1 foi escolhida pelos estudantes para plantio de mudas de árvores e frutíferas, para amenizar o microclima do local, muito quente. Após ser convidado a participar da gestão da área, o GAE
vem organizando mutirões de manejos agroflorestais no local, priorizando a produção de frutas.
- Horta Agroecológica: Surgiu como fruto da realização da Oficina de Horta Agroecológica, durante o II Curso de Introdução à Agroecologia, em março de 2005. O local escolhido é a área entre os
alojamentos femininos F-2 e F-3, onde já existiram experiências com hortas em 1999. Na horta já foram colhidos: abacaxi, acerola, adubos verdes, banana, batata-doce, berinjela, beterraba, cebolinha, fava, feijão-de-corda, hortelã, inhame, mandioca, manjericão, medicinais
diversas, nabo, pimentão, rabanete, rúcula, salsa, tomate, entre outros. A gestão comunitária da horta influencia os hábitos das moradoras, pois através de uma compostagem são estimuladas a coleta seletiva do lixo e a reciclagem do lixo orgânico dos quartos. Os alimentos saudáveis isentos de agrotóxicos e as plantas medicinais produzidas na horta são utilizados por todos/as que
contribuem de alguma forma com o projeto. O espaço tornou-se uma ótima área para se trabalhar a educação ambiental, já tendo sido visitada por escolas, colégios técnicos agrícolas e produtores rurais.
• Apoios: O grupo apóia experiências que considera relevantes e importantes para o desenvolvimento da Agroecologia: ONG Verdejar Proteção ambiental e Humanismo (auxílio na organização e divulgação dos mutirões de horta, agrofloresta e reflorestamento na Serra da Misericórdia, captação e doação de sementes e mudas); Grupo MÃE - Mutirão de Agricultura
Ecológica (formado por estudantes da UFF); Grupo Geomata (formado por estudantes da UFRJ); Escola da Mata Atlântica (em planejamento); Assentamento sol da manhã e Escolas do município de Seropédica (prática de hortas com os estudantes e capacitação dos professores).
Como a maioria dos grupos organizados por estudantes universitários, o GAE possui
uma dinâmica peculiar, onde seus membros são temporários, participando durante
seu período de relação com a UFRRJ. Em diversos momentos, talvez pelo fato de
muitos de seus integrantes graduarem ao mesmo tempo, aliado a uma deficiência
na formação dos novos membros e pela ausência de pessoas no Campus interessadas
na construção da Agroecologia, o GAE teve sua quantidade de membros reduzida, o
interferindo na realização de suas atividades. Essa sazonalidade e o
aprendizado com os fatos passados levou a um maior investimento na formação e no
acompanhamento dos indivíduos recém-chegados no grupo atualmente.
A importância do grupo se dá na formação de profissionais capacitados em difundir
a Agroecologia pelo planeta, interpretando a produção de alimentos e a relação
do homem com a natureza de uma forma holística, valorizando relações sociais
mais justas e a conservação e recuperação do meio ambiente. São resultados das
atividades do grupo: trocas de experiências entre produtores, estudantes,
técnicos, professores e pesquisadores; aprendizado através da prática;
construção coletiva do conhecimento; conscientização dos estudantes nas
questões ambientais; melhoria da qualidade de vida no campus; construção da
Agroecologia como um todo.