Formação Continuada de Professores e Professoras, Projeto Crer para Ver
A Formação Continuada de Professoras/es das redes públicas municipais de educação é uma das estratégias necessárias para a divulgação e consequente implementação de uma proposta de Educação para a Convivência com o Semiárido (também conhecida como Educação Contextualizada). A experiência desenvolvida em Curaçá no período entre 1997 e 2004 foi um dos bons exemplos de como é possível desenvolver processos formativos articulando escola e comunidade. A articulação com o poder público municipal se efetivou pela relação que já existia entre o gestor eleito na época e o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), em função do trabalho da instituição que já era referência no município e nas comunidades. Assim, sentiu-se motivado a pautar uma proposta de Educação para a Convivência com o Semiárido. Esta ação teve a parceria da Fundação Abrinq e envolveu todas as professoras e professores, coordenadores/as e gestores/as da rede municipal de ensino. Naquele momento, a UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância também contribuiu significativamente, tendo em vista o interesse institucional da agência internacional na temática da educação. A parceria com a gestão pública municipal resultou na elaboração e sistematização da Proposta Político Pedagógica de Curaçá, além de diversos livros didáticos e paradidáticos. A Educação Contextualizada se baseia na desconstrução de concepções e estereótipos sobre a região semiárida, e se propõe criar um olhar e um conceito positivo da região, onde a escola seja espaço para promoção de conhecimentos, produção de novos valores e construção de uma nova ética entre seres humanos e natureza. Esta ação não se materializou em uma lei municipal, o que fez com que nas gestões seguintes toda a construção e formulação fossem abandonadas. Entre 2009 e 2012 realizou-se um projeto de construção de hortas e cisternas nas escolas, intercalado com formações sobre SAN e Convivência com o Semiárido, porém sem o apoio da Prefeitura. E em 2014 e 2016 ocorreu a formação com professores e estudantes do 4° e 5° ano de algumas escolas da sede e do campo para a utilização do livro didático Conhecendo o Semiárido, também sem a participação da gestão municipal.