Experiência Agroecológica da Comunidade Terra Livre - MST
Em março de 1999 o MST organizou trabalhadores da região Sul Fluminense para a criação de um acampamento. Os objetivos iniciais eram a busca por uma alternativa ao desemprego, a necessidade de ocupação das áreas improdutivas que não cumprem sua função social e a grande demanda na região por alimentos sadios e frescos nos mercados locais. A criação da então Comunidade Terra Livre possibilitou o acesso a terra e renda a 35 famílias pelo trabalho com agricultura, resgatando a dignidade do trabalho e a segurança alimentar a 35 famílias que trabalham em cooperação e com economia solidária seja na própria comunidade ou em seu entorno.
Foi por meio da necessidade de se manterem na terra que os trabalhadores começaram a cultivar a terra e a produzir sem uso de insumos minerais, utilizando apenas esterco. A partir da prática da construção de um viveiro de mudas em regime de cooperação, das experiências agroecológicas adquiridas no cultivo do solo e no conhecimento maior sobre o território ocupado é que os conceitos agroecológicos foram sendo trabalhados com as famílias. Assim, por meio da prática de ocupar um novo território, é que conseguimos desenvolver os conceitos de organização, cooperação e a necessidade de produção de um novo modelo tecnológico. O que permitiu restituir a função social da terra e a recuperação ambiental e social destruída pelo modelo produtivista e excludente que até então estava vigorando na antiga Fazenda da Ponte.