Desenvolvimento Participativo de Metodologias e Processos de Construção do Conhecimento Agroecológico no Estado do Rio de Janeiro
O Projeto “Desenvolvimento participativo de metodologias e processos de construção do conhecimento agroecológico no Estado do Rio de Janeiro” CNPq/UFF/AARJ foi proposto a partir de uma demanda da Articulação de Agroecologia do RJ e vem sendo desenvolvido em sintonia com diversas experiências de mapeamento que integram a Articulação Nacional de Agroecologia. Teve início em 2008 e finaliza no início de 2010. Tem como objetivo principal desenvolver metodologias de identificação, mapeamento, sistematização e intercâmbio de experiências em agroecologia, dinamizando redes locais e regionais de construção do conhecimento agroecológico, assim fortalecendo a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro.
Tem como meta acompanhar e promover o desenvolvimento de experiências em Agroecologia no estado do Rio de Janeiro. Enfocamos o desenvolvimento de metodologias participativas de identificação, intercâmbio, mapeamento e sistematização de experiências agroecológicas por agricultores familiares no estado do Rio de Janeiro, tendo como eixo a participação e o diálogo de saberes. Busca-se, assim, potencializar e articular os conhecimentos necessários à promoção de processos sustentáveis de desenvolvimento local e territorial, abordando o processo da organização local em torno da agroecologia no RJ.
O trabalho busca articular um processo de identificação e sistematização de experiências a um esforço mais amplo de caracterização do entorno no qual se situam estas experiências, avançando, portanto, para uma abordagem territorial. Tem como ponto de partida as iniciativas locais, as dinâmicas de intercâmbio e a atuação destas redes no território. Considerou-se as experiências em agroecologia desenvolvidas pelos agricultores familiares em nível local. O conceito de “experiência em agroecologia” remete a uma estratégia familiar ou coletiva de utilização/incorporação de princípios agroecológicos ao manejo dos agroecossistemas e ecossistemas naturais associados e aos processos de organização social e comunitária.
Almeja-se que o enfoque agroecológico vá se construindo no cotidiano da diversidade das experiências. O horizonte é possibilitar a construção social de mapeamentos que dêem visibilidade à apropriação do território pela agricultura familiar com base na agroecologia. A dimensão territorial pode se apresentar como um contraponto ao modelo dominante excludente para agricultura familiar. Pretendemos avaliar e debater as bases e possibilidades em torno das políticas públicas de desenvolvimento da agricultura em bases familiares e agroecológicas.
Com base na metodologia que considera a organização social e articulação em torno das diversas experiências agroecológicas, o movimento agroecológico vem considerando a seguinte regionalização no Rio de Janeiro: 1-Serra-mar 2- Metropolitana,3- Costa Verde 4- Médio Paraíba, 5- Serrana e 6- Norte Fluminense. Foram realizados 03 encontros regionais (Metropolitana, Serramar e Norte Fluminense) e está sendo organizado um encontro estadual.
Estamos no processo de construção de diversos mapas para representar o estado do Rio de Janeiro e suas regiões com municípios que tiveram identificados experiências agroecológicas. Como resultado final, estamos construindo mapas das expressões agroecológicas em nosso estado, como também mapeando os principais entraves ao desenvolvimento da Agroecologia.
O mapeamento tem sido utilizado como um importante componente metodológico, pedagógico e político, há um aprendizado e apropriação do território enquanto um processo de luta, de planejamento e de conquista de metas. Entendemos o mapa como um instrumento que possibilita o reconhecimento como parte de um movimento, bem como a expressão pública de uma identidade. Permite, além disso, a percepção de mapas em conflito.
O foco territorial do projeto se constitui com base em um processo de construção social de identificação e de mapeamento das experiências agroecológicas, de forma a fazer emergir o debate acerca das experiências, a disputa de modelos pela construção territorial e como a apropriação social vai se dando em torno de estratégias para disputa do território. Percebemos que esse processo vem sendo dinamizado a partir das metodologias participativas (reuniões, visitas, intercâmbios de experiências, encontros) que estamos construindo. Está em curso entre agricultores das várias regiões de trabalho no estado do Rio de Janeiro, o fortalecimento de um processo social em torno de uma agricultura em bases agroecológicas.
Abertura da Oficina de capacitação em sistematização de experiências - http://www.politube.org/show/1811