De filha pra mãe

Maria de Fátima dos Santos vive na comunidade de Jenipapo, Ceará. Após sua filha ter participado de um curso sobre agroecologia, ficou também interessada em participar e desenvolver experiências. Passou a plantar, diversificar e consorciar as fruteiras ao redor da casa. No terreno também tem urucum, que dona Fátima vende, e quiabo. O desafio maior agora é cuidar do lixo. “O pessoal ainda joga tudo por aí”, lamenta. Um pouco mais afastada da casa fica a horta que dona Fátima mantém coletivamente com outras oito famílias. A caixa d´água usada para a irrigação dos canteiros foi uma ação do projeto Caminhos, o mesmo que promove o curso que ela e a filha freqüentam, mas a cerca de arame farpado foi bancada pela comunidade, como dona Fátima faz questão de frisar. “A gente tem que fazer pela gente, né!?” Na horta, produzem cebolinha, coentro, pimenta, pimentão, tomate, alface, jerimum, beterraba, cenoura e repolho. O lugar tem um significado especial para a agricultora. “Eu tenho um amor muito grande por isso aqui. Mesmo quando não venho trabalhar eu venho só pra olhar. É a minha vida, minha história. Se eu tenho um problema, venho aqui e fico olhando, olhando... Me faz bem”. O desejo de dona Fátima é que outras famílias da comunidade experimentem a agroecologia. Como multiplicadora ela repete a máxima do bom exemplo. “O negócio é fazer! Eu tenho que dar o exemplo. Ninguém é obrigado a fazer igual, mas pelo menos as pessoas podem conhecer um outro jeito de trabalhar a terra. Ter mais consciência. A gente quase não tem mais mato aqui. Tem que pensar nas próximas gerações!”

Anexos

A262_2005-12-01_103838_FatimaVI

Dimensões: 640px x 480px

A262_2005-12-01_103913_FatimaX

Dimensões: 640px x 480px