Cultivo de sementes crioulas de milho, feijão e abóbora em consórcio
Procurando fomentar os valores tradicionais e diminuir o consumo de alimentos industrializados focando em técnicas sustentáveis de uso do solo e da agua objetivando segurança alimentar e qualidade de vida, adquirimos uma pequena propriedade na serra da paulista a 1200 m de altitude que fica localizada no município de São João da Boa Vista. Esta propriedade possui um alqueire e foi adquirida a 3 anos em sociedade com um casal de amigos. Somos professores do IFSP e fizemos isso com intuito de cultivar alimentos saudáveis para consumo próprio. Assim iniciamos cultivando batata doce e mandioca através de ramas doadas por moradores antigos próximos de nossa propriedade, fizemos também uma horta. Tudo orgânico. Depois iniciamos o cultivo de sementes crioulas de milho, feijão e abóbora no sistema Milpa, uma estratégia pré-colombiana para produção de alimentos usada pelos povos nativos latino-americanos há mais de 5 mil anos. O cultivo da terra é realizado por meio adubação verde com espécies adaptadas a localidade, desta maneira dispensamos o uso de adubação química e quaisquer tipo de agrotóxico. Nosso sistema é baseado em conceitos estudados pela pesquisadora Ana Maria Primavesi e técnicas indígenas como a sucessão de áreas de cultivo. Estas experimentações apresentaram resultados significativos propiciando excelentes colheitas de batata doce, mandioca, milho macabu, milho cateto, maiz morado, feijão sangue de tatu, feijão carnaval, banana, abóbora, feijão guandu, cachi entre outras espécies. Desta produção além de retirar as sementes para o próximo cultivo e doação, também consumimos os alimentos produzidos com fartura, Das espécies de milho cultivado alem do consumo in natura fizemos fubá e farinha de milho. Todas as sementes foram adquiridas através de trocas e doação em feiras de sementes e também compra de produtores de semente crioula de algumas mais difíceis de encontrar. A dificuldade encontrada é que as sementes de milho devem ser cultivadas em tempo diferentes da safra na região, para não haver a polinização cruzada pelas transgênicas, assim temos que iniciar cultivo mais adiantado e irrigar por um período. Além desta experiência, pretendemos em um futuro próximo, receber alunos do IFSP para vivências permaculturais, cursos e palestras sobre a importância ambiental na qualidade de vida dos seres humanos, para isso, estamos melhorando a infraestrutura do local, bem como o acesso.