COPA - Certificação Orgânica, Participativa e Agroflorestal
Identificação geral da experiência
Qual é o nome da experiência que está sendo cadastrada aqui?
COPA - Certificação Organica Participativa e Agroflorestal
Descreva brevemente a experiência, destacando as ações que realizam.
Nesses últimos dois anos, de maio/2023 a maio/2025, intensificaram sua atuação, sempre pautada pelos princípios da agrofloresta e pela Lei 10.831/2003 e sua IN nº 19, que rege os Sistemas Participativos de Garantia da qualidade orgânica. Inspirados pela trajetória do sócio benemérito e cofundador, Namastê Messerschmidt, a missão do grupo é reterritorializar a produção de alimentos de forma orgânica e promover a convivência com a floresta da Mata Atlântica, na Zona da Mata Pernambucana, especialmente nas áreas rurais periurbanas da Região Metropolitana do Recife.
Promovem uma agricultura familiar agroecológica e regenerativa que valoriza os saberes ancestrais, fortalece a autonomia camponesa, constrói solo fértil, alimenta o ciclo da água, reduz desigualdades e protege o clima. Dessa forma, colaboram diretamente com a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sempre por meio de Soluções Baseadas na Natureza (SBN), rumo a um novo sistema agroalimentar que respeite a vida, a cultura e a saúde dos territórios.
Namastê é uma palavra de origem sânscrita que expressa um gesto de humildade, escuta e reverência à diversidade da vida. Significa: “o deus que habita em mim saúda o deus que habita em você”.
É também o nome do sócio benemérito e cofundador, Namastê Messerschmidt, cuja trajetória inspirou a criação da UNA e orienta a prática agroecológica e pedagógica do grupo.
Mas Namastê também simboliza algo maior: uma postura ética e espiritual diante da floresta, da terra e dos saberes tradicionais. Contrapõe-se à lógica predatória que marcou a colonização do Brasil — baseada na exploração dos recursos naturais, no silenciamento das culturas locais, no extrativismo violento do agronegócio e da mineração.
Existe outro tipo de relação possível.
O Brasil, país com a maior biodiversidade do planeta, ainda tem o privilégio de conviver com povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais que conhecem e praticam uma convivência ancestral com a floresta: uma convivência que não destrói, mas constrói. É assim que nasceu a terra preta de índio, o solo fértil da Amazônia.
A agrofloresta, como é praticada pelo grupo — inspirada no trabalho do suíço-alemão Ernst Götsch, cientista que aprendeu com os povos da floresta e escolheu se tornar agricultor — é uma expressão desse caminho. Götsch teve uma atitude namastê diante dos saberes originários: escutou, valorizou e construiu um sistema regenerativo, que produz mais alimento do que os sistemas convencionais, sem destruir.
Após seis anos de cursos de agrofloresta, imersivos e anuais, com Namastê Messerschmidt, e quatro anos de certificação orgânica por auditoria, decidiram criar uma associação para difundir esse conhecimento, incorporando também conhecimentos do mercado, tanto próprios quanto de parceiros e voluntários. Buscam capacitar as famílias, estruturar e certificar para atender ao mercado, e trazer mais famílias para dentro da associação, a fim de realizar a formação, tanto no sistema participativo quanto agroflorestal, e realizar a transição agroecológica ou certificar os sítios já aptos à certificação.
Estado da experiência:
Pernambuco (PE)
Município e Estado da experiência:
Glória do Goitá (PE)
Abrangência da experiência:
Municipal - 1 município
Onde a experiência está localizada?
em área periurbana (na transição entre o rural e o urbano)
Em que ano se iniciou a experiência?
2021
A experiência está ativa?
Sim, está em desenvolvimento
A experiência está vinculada a alguma(s) organização(ões)?
Sim
A experiência está vinculada a alguma(s) rede(s)?
Não
Qual o foco prioritário da experiência?
Produção e beneficiamento
Qual o destino da produção?
Autoconsumo, Doações, Troca, Comercialização
Quem são os beneficiários das doações?
Famílias em situação de vulnerabilidade, Vizinhos e comunidade de entorno
Com quem são feitas as trocas?
Vizinhos e comunidade de entorno, Outras/os agricultoras/es, Instituições, Movimentos sociais
Quais as principais formas de comercialização?
Feira, Grupos de consumo e CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura), Pontos de venda fixos (lojas, quitandas, etc), restaurantes e outras instituições privadas, Pontos de venda eventuais (barracas avulsas, venda em carro e na estrada), Cestas agroecológicas e delivery, PAA
A experiência pode ser associada a quais temas?
Agrotóxicos e Transgênicos, Alimento, Segurança e Soberania Alimentar, Biodiversidade e Bens Comuns, Campesinato, Povos, Comunidades Tradicionais e outros modos de vida, Construção social de Mercados, Cooperativismo e outros arranjos comunitários, Economia Solidária e outras economias, Educação e Construção do Conhecimento Agroecológico, Juventudes, Manejo dos Agroecossistemas, Mulheres e Feminismos, Resiliência Socioecológica e Mudanças Ambientais, Terra, Território e Ancestralidade
Qual outro?
desigualdade social, baixa escolaridade, descaso do poder público, sistema agroalimentar predatório, violência contra a mulher e outras minorias, preconceito.
Gestão da experiência
A gestão da experiência é feita de que forma?
Associativa/Cooperativa
A gestão da experiência é feita, principalmente, por:
Mulheres (Cis/Trans)
A gestão da experiência é feita, principalmente, por:
Pretos
Quais os sujeitos envolvidos na experiência?
Agricultoras/es Familiares e Camponesas/es
Percepções sobre as mudanças climáticas nos territórios
O tema das mudanças climáticas tem sido abordado no território por redes, organizações e outros grupos?
Sim, de forma inicial
Como a experiência percebe os impactos das mudanças climáticas no território?
Alteração no calendário de chuvas, Deslizamento de áreas, Aumento da temperatura, Alteração nas estações (prolongamento/diminuição das estações), Alagamento de áreas, Erosão do solo, Desertificação, Desaparecimento de espécies e variedades vegetais nativas, Desaparecimento de espécies e variedades animais nativas, Aumento de plantas espontâneas, Aumento de doenças nas plantas (moscas, protozoários, fungos etc), Aumento de doença nos humanos (cardíacas, diminuição de imunidade, adoecimento mental), Piora na qualidade do ar
Desde quando essas mudanças vêm sendo percebidas com mais intensidade?
Há 5 anos
Há sujeitos que intensificam os impactos das mudanças climáticas no seu território?
Sim
Agroecologia e enfrentamento às mudanças climáticas
A experiência envolve a gestão coletiva de bens comuns da natureza?
Sim
Quais bens comuns da natureza?
Terra/solo, Água, Sementes, Florestas, Matas, Rios, Lagoas, Açudes, Mar, Mangue, Campos e várzeas
A experiência desenvolve práticas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Sim
Essas práticas são de qual categoria?
Manejo (cisterna, reflorestamento, compostagem etc), Energia (eólica, solar etc), Gestão (organização de grupos, produção do conhecimento, assessoria etc)
Quais são as práticas de manejo que a experiência desenvolve para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Diversificação de sistemas produtivos (roças, SAFs, hortas, roçados, quintais e outros), Manejo de solo, Manejo da água, Fogões ecológicos, Fossa bananeira, Compostagem, Tratamentos ecológicos de esgoto doméstico (biofossas, fossa ecológica, círculo de bananeira etc), Conservação do solo, Diversificação e consórcio de culturas, Cisternas e captação de água de chuva, Plantio de árvores e reflorestamento, Produção de alimentos saudáveis, Salvaguarda de sementes, Jardins de chuva, Manutenção de Reserva Legal e APP, Gestão ambientalmente adequada de resíduos sólidos secos (separação para coleta seletiva e reciclagem)
Quais são as práticas relativas à energia que a experiência desenvolve para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Geração de energia solar ou aquecimento solar de água, Energia solar
Quais são as práticas de gestão que a experiência desenvolve para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Engajamento da juventude e defesa das futuras gerações, Cuidados à saúde, Assessoria e suporte à comunidades vulneráveis, Democratização e ampliação do acesso político de grupos minoritários a espaços de poder, Organização de grupos e comunidades, Pesquisa, produção e comunicação de informações qualificadas
Na experiência há algum grupo atuando como protagonista no enfrentamento às mudanças climáticas? (ex. mulheres, jovens, idosos, pessoas negras, grupos sociais etc):
Não
Políticas Públicas e financiamento
Essa experiência acessou ou acessa alguma política pública?
Sim
Qual(is) política(s) acessa?
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água (Programa Cisternas), Outra
Qual(is) outra(s)?
temos projeto aprovado no Conselho Municipal do Idoso para captação de recursos por meio da Lei Federal 10.741 de 2003 do Estatuto do Idoso, mediante mecanismo de renuncia fiscal
A experiência teve algum tipo de financiamento?
Sim
Comunicação
A experiência conta ou contou com estratégia de comunicação?
Sim
Qual(is) ação(ões) ou produto(s) de comunicação foi(ram) desenvolvido(s)?
Estratégia corpo-a-corpo de comunicação, Produção de cartaz, folder ou banner, Produção de matérias, Produção de vídeos, Produção de podcast, Divulgação nas redes sociais
Para desenvolver as ações ou produtos de comunicação relacionados à experiência, a organização/rede conta (contou) com algum profissional de comunicação?
Sim
Quais os principais canais de comunicação usados para divulgar a iniciativa?
Site, Instagram, Facebook, Whatsapp, Feiras, Reuniões nas comunidades
Indique o link do site:
https://somosunaorgbr.wordpress.com/
Indique nome de usuário ou link do Instagram:
@una_uniaonamastedeagroecologia
Indique nome de usuário ou link do Facebook:
https://www.facebook.com/share/1C6nJJxfYm/?mibextid=wwXIfr
As ações/produtos de comunicação contribuem (contribuíram) para o desenvolvimento da iniciativa?
Sim
Como as ações/produtos de comunicação contribuem (contribuíram) para o desenvolvimento da iniciativa?
Ajuda (ou ajudou) a mobilizar mais agricultoras/es para participar da iniciativa, Favorece (ou favoreceu) a divulgação dos impactos positivos da agroecologia no enfrentamento à emergência climática, Apoia (ou apoiou) os processos de construção de conhecimentos relacionados aos temas da experiência, Combate (ou combateu) à desinformação, Contribui (ou contribuiu) para a captação de recursos
Anexos
Disponibilize links de materiais relacionados à experiência, considere principalmente materiais que apresentam a relação entre a experiência e as mudanças climáticas.
A experiencia começou no Tulasi Mercado Organico e depois se constituição associação https://youtu.be/vTe99kxF0JI