Comércio-Justo


A comercialização é uma das principais dificuldades de alguns agricultores, neste sentido, a forma de comercialização entre o agricultor e o consumidor é de grande importância para garantir um preço acessível ao consumidor e viável para o agricultor, além da qualidade e da origem do produto. Para isso criou-se o modelo de comercialização denominada comércio-justo que busca formalizar uma parceria entre grupos de consumidores conscientes e grupos de produtores ecológicos da região.
Dessa forma os consumidores compram toda semana uma sacola diversificada de hortaliças orgânicas que os agricultores entregarão em um local e horário definido coletivamente. As sacolas contém um conjunto de hortaliças diversificadas da estação e são pagas antecipadamente. Cada consumidor deve retornar a sua sacola vazia de uma semana para outra.
As primeiras ações desenvolvidas buscam estabelecer grupos de consumidores, consumidores interessados em produtos orgânicos, para isso, assim são realizadas reuniões técnicas sobre “comércio justo”, estas já foram realizadas em 11 municípios. Nestes, o Laboratório de Mecanização Agrícola-Lama/UEPG já havia realizado outros projetos com ações de assistência técnica e extensão rural (ATER) visando à produção e certificação agroecológica (produtos orgânicos).
Nestas reuniões são discutidos temas como a agricultura familiar, sistemas diferenciados de produção agrícola, relatando ações sobre adequação ambiental, certificação e produção agroecológica. Também é discutido a diferença entre produtos orgânicos e produtos cultivados de forma convencional, épocas de produção, formas de comercialização de hortaliças. Na sequência discutisse formas diferenciadas de comercialização, como o comércio justo, com foco nas sacolas de produtos orgânicos. Neste caso, com os possíveis consumidores, são comentadas formas de pagamento, valor dos produtos, sazonalidade de produção, itens contidos nas sacolas, escolha de produtos, dentre outras dúvidas que surgem no decorrer da reunião.
As reuniões são realizadas normalmente em instituições como, Cooperativas, Sindicatos, Copel, Universidades, Escolas Estaduais, empresas de grande porte como Microxisto e Petrobras, entre outras instituições.
Na busca por parceiros para fortalecer a agricultura familiar, tratando assuntos relacionados as sacolas, adequação ambiental, até mesmo outras formar de comércio como a merenda municipal e estadual. São realizadas apresentações do projeto em Prefeituras e Câmaras Municipais.
Em reuniões técnicas com os agricultores sobre comércio justo, onde são discutidas dificuldades apresentadas por parte dos agricultores em relação à produção e comercialização. O sistema produtivo atual e indiretamente imposto na sua maioria estimula o quantitativo, abrindo mão do qualitativo e da biodiversidade. A proposta agroecológica é um contraponto, onde uma das premissas da produção de orgânicos é a biodiversidade (várias culturas juntas). De posse de tais produtos a comercialização passa ser o problema. Neste caso a venda direta e locais específicos podem se apresentar como soluções.
Em relação à produção, são tratadas as formas agroecológicas de cultivo, auxilio em soluções, complementares, de problemas na produção, relacionado a pragas, doenças, técnicas de produção de mudas em ambiente protegido, confecção de composteiras para aproveitamento de resíduos produzidos dentro da propriedade, coletas e análises de solos, discussão de qualidade de água, dentre outras atividades.
O Projeto já estabeleceu 16 novos grupos de consumidores com uma média de 15 pessoas em cada grupo. Estes realizam entregas semanais, de uma sacola (retornável), onde consta entre 10 e 12 itens, com preço médio de R$30,00 cada sacola.

Anexos

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