Comercialização agroecológica

Cláudio e sua família retornaram de Recife em 1995 para a comunidade de Torrões, no município de Bom Jardim, agreste de Pernambuco, com o objetivo de desenvolver atividades agrícolas e pecuárias e garantir a permanência da família no campo. Durante dois anos praticaram agricultura tradicional, derrubando árvores e queimando os restos de cultivo no sítio. Mas após Cláudio participar de uma reunião do Sindicato sobre agricultura alternativa, ele passou a trabalhar a terra de maneira diferente. Com a agricultura ecológica a produção aumentou e melhorou o respeito às diversas formas de vida, fazendo com que a família tivesse certeza de que fez a opção certa. Em 1998 começaram a plantar a palma forrageira, já que a família decidiu se dedicar à produção de forragem para criação de gado leiteiro. Com o resultado dessa atividade a família começou a melhorar a estrutura da criação, reformando as cocheiras, comprando melhores matrizes bovinas, construindo galinheiro e pocilgas e iniciando a criação de suínos e galinhas capoeiras. Desde 1997 comercializa os produtos da propriedade, aumentando consideravelmente a renda. São em média quatorze produtos beneficiados e alguns in natura vendidos no Espaço Agroecológico, no Bairro das Graças, em Recife. A propriedade apresenta grande biodiversidade, produzindo 15 tipos de frutas, 9 de adubadeiras do solo, 10 de forrageiras para os animais e 9 para alimentação humana. Pode-se observar que os efeitos da seca são minimizados com as práticas desenvolvidas. Cláudio foi um dos fundadores da Agroflor em 1999, ajudando a difundir as práticas agroflorestais na comunidade. A meta da família em longo prazo é aumentar a produção de leite por animal de sete para quinze litros diários na época de chuva e manter uma boa saúde do conjunto na época da seca.