CODECEX: Luta e resistência pela manutenção dos territórios e modo de vida tradicional; Reconhecimento social dos apanhadores de flores e respeito aos seus direitos; Promoção do uso sustentável dos recursos naturais; Acesso a políticas públicas diferenciadas e incremento de renda das famílias.

Identificação geral da experiência

Qual é o nome da experiência que está sendo cadastrada aqui?
CODECEX: Luta e resistência pela manutenção dos territórios e modo de vida tradicional; Reconhecimento social dos apanhadores de flores e respeito aos seus direitos; Promoção do uso sustentável dos recursos naturais; Acesso a políticas públicas diferenciadas e incremento de renda das famílias.

Descreva brevemente a experiência, destacando as ações que realizam.
A Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (CODECEX) é um movimento social, organizado através da luta por direitos e defesa territorial desde 2010 e representado legalmente pela Associação Serra Viva (ASSEVIVA) desde 2021. Em 2010, a Codecex foi criada, iniciando uma caminhada de capacitação para formação das lideranças junto aos processos de resistência e luta possibilitando a compreensão sobre as possibilidades de acesso aos direitos e às conquistas por eles protagonizadas.
As comunidades Apanhadoras de Flores Sempre-vivas, como se autodefinem, são grupos tradicionais que vivem uma intrínseca relação com o território há gerações, a partir do modo de vida desenvolvido historicamente em meio a áreas de campo rupestre. Estas comunidades desenvolveram conhecimentos ancestrais de boas práticas de manejo da biodiversidade e estratégias agroalimentares ancoradas na combinação de agroambientes e transumância das famílias, conhecimentos tradicionais, cultura alimentar e gestão compartilhada da água e dos recursos genéticos vegetais e animais adaptados. Destaca-se o manejo cuidadoso de mais de 400 espécies de plantas, incluindo alimentos e medicinais. Entre estas espécies, 94 são utilizadas para alimentação, das quais 15 são nativas, incluindo 2 endêmicas, e uma com potencial para domesticação.
Na porção meridional da Serra, a partir do importante trabalho da Codecex e parceiros de atuação, 06 comunidades tiveram seu sistema agrícola reconhecido pela FAO/ONU como Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial (GIAHS/SIPAM) desde 2020, e como Patrimônio Cultural de Minas Gerais, pelo IEPHA/MG desde 2023. O reconhecimento GIAHS envolveu a colaboração entre órgãos governamentais, instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil e visa o reconhecimento e salvaguarda dos patrimônios agrícolas por povos e comunidades tradicionais de diversas partes do mundo, sendo o GIAHS/SIPAM das Apanhadoras de Flores o primeiro do Brasil e quarto da América Latina.
No entanto, apesar do reconhecimento e avanços, grandes projetos do agronegócio, a mineração em grande escala e as mudanças climáticas continuam a ameaçar o território tradicionalmente ocupado pelas comunidades.
OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO: Luta e resistência pela manutenção dos territórios e modo de vida tradicional; Reconhecimento social dos apanhadores de flores e respeito aos seus direitos; Promoção do uso sustentável dos recursos naturais - manejo sustentável do Sistema Agrícola Tradicional; Acesso a políticas públicas diferenciadas e incremento de renda das famílias.

Estado da experiência:
Minas Gerais (MG)

Município e Estado da experiência:
Diamantina (MG)

Abrangência da experiência:
Intermunicipal - até 4 municípios

Quais municípios esta experiência abrange?
Buenópolis (MG), Diamantina (MG), Presidente Kubitschek (MG)

Onde a experiência está localizada?
no meio rural

Em que ano se iniciou a experiência?
2010

A experiência está ativa?
Sim, está em desenvolvimento

A experiência está vinculada a alguma(s) organização(ões)?
Sim

A experiência está vinculada a alguma(s) rede(s)?
Sim

Qual o foco prioritário da experiência?
Conservação e convivência com os territórios (campos, florestas, matas, rios e outros)

Como a experiência de conservação e convivência com os territórios (campos, florestas, matas, rios e outros) pode ser identificada?
Outros

Qual outro?
Territórios dos Povos Apanhadores de Flores Sempre-vivas e manutenção do modo de vida

A experiência pode ser associada a quais temas?
Águas e Saneamento, Alimento, Segurança e Soberania Alimentar, Arte, Cultura e Comunicação, Biodiversidade e Bens Comuns, Campesinato, Povos, Comunidades Tradicionais e outros modos de vida, Construção social de Mercados, Economia Solidária e outras economias, Educação e Construção do Conhecimento Agroecológico, Impactos das grandes obras, empreendimentos e outras violências, Juventudes, Manejo dos Agroecossistemas, Mulheres e Feminismos, Resiliência Socioecológica e Mudanças Ambientais, Terra, Território e Ancestralidade

Gestão da experiência

A gestão da experiência é feita de que forma?
Em rede

A gestão da experiência é feita, principalmente, por:
Mulheres (Cis/Trans)

A gestão da experiência é feita, principalmente, por:
Não é possível aferir

Quais os sujeitos envolvidos na experiência?
Agricultoras/es Familiares e Camponesas/es, Artesãs/ãos

Percepções sobre as mudanças climáticas nos territórios

O tema das mudanças climáticas tem sido abordado no território por redes, organizações e outros grupos?
Sim, de forma inicial

Como a experiência percebe os impactos das mudanças climáticas no território?
Perda de produção, Diminuição das chuvas, Alteração no calendário de chuvas, Diminuição da disponibilidade hídrica, Maiores distâncias para acesso à água, Aumento da temperatura, Alteração nas estações (prolongamento/diminuição das estações), Erosão do solo, Desaparecimento de espécies e variedades vegetais nativas, Desaparecimento de espécies e variedades animais nativas, Aumento de doenças nas plantas (moscas, protozoários, fungos etc), Aumento de doenças nas criações animais, Aumento de doença nos humanos (cardíacas, diminuição de imunidade, adoecimento mental)

Desde quando essas mudanças vêm sendo percebidas com mais intensidade?
Há 5 anos

Há sujeitos que intensificam os impactos das mudanças climáticas no seu território?
Sim

Agroecologia e enfrentamento às mudanças climáticas

A experiência envolve a gestão coletiva de bens comuns da natureza?
Sim

Quais bens comuns da natureza?
Terra/solo, Água, Sementes, Florestas, Matas, Rios, Lagoas, Açudes, Campos e várzeas

A experiência desenvolve práticas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Sim

Essas práticas são de qual categoria?
Manejo (cisterna, reflorestamento, compostagem etc), Gestão (organização de grupos, produção do conhecimento, assessoria etc)

Quais são as práticas de manejo que a experiência desenvolve para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Barraginhas ou caixas de contenção de enxurradas (caixas secas), Caixas cheias (recuperação e manejo de brejos e áreas alagadas), Diversificação de sistemas produtivos (roças, SAFs, hortas, roçados, quintais e outros), Manejo de solo, Manejo da água, Compostagem, Tratamentos ecológicos de esgoto doméstico (biofossas, fossa ecológica, círculo de bananeira etc), Conservação do solo, Convivência com o semiárido, Diversificação e consórcio de culturas, Cisternas e captação de água de chuva, Produção de alimentos saudáveis, Salvaguarda de raças crioulas de animais, Salvaguarda de sementes, Pecuária sustentável

Quais são as práticas de gestão que a experiência desenvolve para enfrentar os impactos das mudanças climáticas?
Criação de Planos de Gestão de Risco, Engajamento da juventude e defesa das futuras gerações, Cuidados à saúde, Assessoria e suporte à comunidades vulneráveis, Democratização e ampliação do acesso político de grupos minoritários a espaços de poder, Organização de grupos e comunidades, Pesquisa, produção e comunicação de informações qualificadas

Na experiência há algum grupo atuando como protagonista no enfrentamento às mudanças climáticas? (ex. mulheres, jovens, idosos, pessoas negras, grupos sociais etc):
Sim

Como estes grupos têm atuado e quais são as principais estratégias utilizadas?
A partir do manejo sustentável dos territórios e participação em fóruns, conselhos, etc para atuação em rede.

Políticas Públicas e financiamento

Essa experiência acessou ou acessa alguma política pública?
Sim

Qual(is) política(s) acessa?
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

A experiência teve algum tipo de financiamento?
Sim

Comunicação

A experiência conta ou contou com estratégia de comunicação?
Sim

Qual(is) ação(ões) ou produto(s) de comunicação foi(ram) desenvolvido(s)?
Divulgação nas redes sociais, Produção de artigos acadêmicos, Produção de livro ou cartilha

Para desenvolver as ações ou produtos de comunicação relacionados à experiência, a organização/rede conta (contou) com algum profissional de comunicação?
Sim

Quais os principais canais de comunicação usados para divulgar a iniciativa?
E-mail institucional, Instagram, Whatsapp

Indique o link do site:
@codecex - instagram

Indique o e-mail institucional:
thais.codecex@gmail.com ; codecex@hotmail.com

Indique nome de usuário ou link do Instagram:
@codecex

As ações/produtos de comunicação contribuem (contribuíram) para o desenvolvimento da iniciativa?
Sim

Como as ações/produtos de comunicação contribuem (contribuíram) para o desenvolvimento da iniciativa?
Favorece (ou favoreceu) a divulgação dos impactos positivos da agroecologia no enfrentamento à emergência climática, Apoia (ou apoiou) os processos de construção de conhecimentos relacionados aos temas da experiência, Combate (ou combateu) à desinformação

Anexos

Disponibilize links de materiais relacionados à experiência, considere principalmente materiais que apresentam a relação entre a experiência e as mudanças climáticas.
http://www.ufvjm.edu.br/noticias/9719-2020-03-12-14-16-
https://www.instagram.com/p/DDzvjPkycLU/
https://www.emater.mg.gov.br/portal.do/site-noticias/sistema-agricola-tradicional-dos-apanhadores-de-flores-sempre-viva-pode-ganhar-reconhecimento-da-fao/?flagweb=novosite_pagina_interna&id=23207
https://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/conflito/mg-apanhadores-de-flores-lutam-por-recategorizacao-do-parque-nacional-das-sempre-vivas-pnsv-e-sua-transformacao-em-reserva-de-desenvolvimento-sustentavel-rds/