Cesta Agroecológica do Vale de Mambucaba
O projeto Cestas Agroecológicas do Vale de Mambucaba é fruto da parceria estabelecida entra a Associação de Produtores Rurais do Vale de Mambucaba e o Núcleo de Estudos em Agroecologia AIPIM (NEA AIPIM) da Universidade Federal Fluminense (campus Angra dos Reis). A iniciativa teve início em 2018, a partir de um trabalho interdisciplinar de ensino, pesquisa e extensão com o objetivo de aproximar a Universidade da agricultura familiar camponesa do território. Nesse sentido, baseado em processos de construção social de mercados, foi organizado um sistema de entregas de Cestas Agroecológicas produzidas pelos agricultores do Vale de Mambucaba. Em 2019, o projeto foi apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão da UFF. Em 2020, o projeto foi continuado e a partir de julho, passou também a contar com apoio da Agência de Inovação da UFF.
O projeto tem como proposta atuar para o fortalecimento da comercialização de produtos da agricultura familiar camponesa de Angra dos Reis. O município de Angra dos Reis possui aproximadamente 200 mil habitantes e tem sua economia voltada para os grandes empreendimentos (estaleiro naval, porto de cargas e as centrais da Petrobrás e da Eletronuclear) e para o setor do turismo. Porém, em algumas localidades, como, por exemplo, o bairro rural do Sertão de Mambucaba, situado na divisa entre os municípios de Angra e Paraty, encontramos uma presença perseverante de agricultores familiares, com práticas agroecológicas e capacidade de produção e comercialização pouco exploradas. Os poucos canais de comercialização existentes, como, por exemplo, as feiras livres, são frágeis e instáveis. As compras governamentais de produtos da agricultura familiar entraram em refluxo nos últimos anos e possuem complexidade de gestão que dificultam o acesso dos agricultores. A produção agrícola local é, assim, pouco aproveitada para o abastecimento alimentar da cidade de Angra dos Reis.
O projeto tem viabilizado a comercialização de Cestas Agroecológicas, a partir da venda direta por pedidos antecipados. A venda direta se dá a partir da aproximação entre agricultores e consumidores, sem a presença de atravessadores ou distribuidores, que, via de regra, prejudicam os ganhos dos agricultores. Os pedidos antecipados, por sua vez, oferecem garantia de venda aos agricultores, evitando perdas de alimentos, como ocorre com as feiras.
O projeto está ancorado em um conjunto de categorias e referenciais articulados sobre o escopo (i) da agroecologia, (ii) da segurança alimentar e (iii) da economia solidária, promovendo uma iniciativa que busca transitar entre os vínculos existentes (e resistentes) entre campo e cidade. Toma, como principal eixo de ações, a comercialização e a promoção da saúde através do consumo de alimentos agroecológicos.
No que diz respeito à implementação do projeto, cabe destacar as seguintes atividades em termos de rotina de funcionamento:
a) Articulação e Planejamento da Produção;
b) Comunicação e Diálogo com Consumidores;
c) Gestão Financeira e Monitoramento da Plataforma de Vendas de Cestas;
d) Transporte e Logística de Entrega de Cestas Agroecológicas
e) Realização de Debates, Vivências e Intercâmbios (Campo-Cidade)