Biofertilizante

O agricultor Diógenis do assentamento 27 de abril vem transformando suas práticas agrícolas tomando para si os princípios da agroecologia, vem com inúmeras dificuldades, tentando colocar em prática o que já foi tão estudado na teoria. Diorgenes já participou de cursos voltados para a agroecologia, palestras, intercâmbio e leu artigos e outros materiais que tratam do tema, porém, vem sentindo extrema dificuldade em operacionalizar seus conhecimentos teóricos. Este sentimento pôde ser observado num trecho de sua fala em uma atividade de campo realizada pela Cáritas: “Nessa época eu já tinha mandado passar o trator em tudo e já tinha plantado milho, mas eu não quero mais continuar com essa prática, isso só vem prejudicando a terra e eu não vou mais fazer isso. Mas acontece que eu tô vendo a chuva chegando, tenho essa área toda pra capinar e não sei como fazer esses sistemas que aprendi, na teoria eu sei, mas na prática...” Diógenes vem mostrando muito empenho em praticar o que acredita, e está disposto a driblar as dificuldades para ver a agroecologia sendo implementada em sua propriedade. Realizou o plantio de mudas florestais e frutíferas em seu quintal, fez o ‘biogeo’ a partir do biodigestor implantado em sua área – fruto de uma das oficinas realizadas pelo projeto – e vem plantando espécies para adubação verde como o feijão de porco e o feijão guandu, além de ter excluído de suas práticas o uso do fogo, das máquinas pesadas e dos insumos externos. Com os recursos advindos para a reforma das casas, ele pretende construir uma fossa séptica dando utilidade ao esgoto doméstico. A experiência de Diorgenes serve de exemplo para os extensionistas, mostrando que a construção do conhecimento agroecológico deve ter uma grande relação entre teoria e prática, trilhando caminhos que tragam questionamentos às práticas tradicionais de produção e que dêem suporte ao novo modo de trabalhar com a natureza, gerando renda e garantindo o uso sustentável dos recursos naturais locais.