Banco de sementes comunitário de Lagoa do Gravatá

O Banco de Sementes Comunitário de Lagoa do Gravatá, em Lagoa Seca (PB), foi criado com o intuito de assegurar aos agricultores da região um estoque de sementes suficiente para resistir às longas épocas de seca. Antes da criação do banco, os pequenos produtores tinham de pedir sementes aos políticos locais, que costumavam trocá-las por votos. Em 1998, alguns agricultores se reuniram e criaram o Grupo de Produtores, no qual eram discutidos temas como água, biofertilizantes e sementes. Através de uma parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Seca, foi feito um acordo com a Articulação do Semi-árido Paraibano (ASA-PB) e com o governo do Estado, e doados 350 quilos de sementes para dar início ao banco. No começo, o grupo contava com a participação de 35 famílias que, motivadas a se livrar da sujeição aos políticos da região, fundaram a Associação Comunitária de Lagoa do Gravatá. Foi criada uma comissão, composta por três sócios, para controlar o empréstimo e a devolução de sementes, e também para informar aos demais participantes os procedimentos do banco. Entre 1999 e 2000, o banco de sementes chegou a contar com um estoque de 1630 quilos de diversas variedades de feijão, milho e feijão macassa. Entretanto, devido aos longos períodos de seca e invernos irregulares, muitos dos sócios não conseguiram liquidar suas dívidas e o estoque do banco diminuiu para apenas 420 quilos. Alguns agricultores tiveram o perdão das dívidas e continuaram a integrar o banco. Para sanar a crise, mais 550 quilos de sementes foram doados pelo governo estadual às 64 famílias hoje participantes. A conquista mais recente do associação foi uma quadra de esportes, que também é usada para a secagem das sementes. Poderá ser utilizada pelas famílias que compõem os mais de 80 bancos de sementes comunitários dos municípios pertencentes ao Pólo Sindical da Borborema.