Agrofloresta no sertão pernambucano
Antonio Sabino é membro da ADESSU (Associação de Desenvolvimento Rural Sustentado da Serra de Santa Cruz da Baixa Verde), no sertão pernambucano. A ADESSU foi fundada em 1996 para desenvolver a agrofloresta, que é considerada um modelo de vida e está associada à temática sobre gênero e juventude. Foi realizado um diagnóstico que detectou alto índice de degradação dos solos por conta dos plantios tradicionais feitos com queimadas. Em Santa Cruz da Baixa Verde, explica Antonio, não existe mais vegetação para desmatar, e a monocultura e as queimadas expulsaram muita gente de suas terras. Com a agrofloresta está sendo preparada a cultura de plantas anuais dentro da cobertura de capim e do guandu, evitando que a água vá embora e permitindo o desenvolvimento das culturas introduzidas. A palma tem uma reserva de água e o capim além de ser forrageiro é rico em matéria orgânica. As plantas da caatinga (cajueiro, seriguela, pinha e outras) estão na agrofloresta e cada uma tem uma função, formando um microclima propício ao desenvolvimento das plantas. Antonio Sabino diz que são as mulheres que sentem a necessidade e tomam a iniciativa de fazer agrofloresta. Aos sábados ocorre a feira de produtos orgânicos, estimulando os agricultores a praticar agrofloresta sabendo que a comercialização será garantida. A Associação trabalha no Projeto Um Milhão de Cisternas, aproveitando para fazer discussão sobre meio ambiente e fundo rotativo com a comunidade.