Agroecologia nos fundamentos teóricos da Escola Familiar Agrícola de Marabá e Região

Problematização do enfoque Agroecológico Fazendo um esforço para entender os princípios que seria o mais adequado para agricultura familiar e levando em consideração como operar as técnicas com eficiência e adequação para a diversidade de atividades considerada existente nas pequenas unidades familiares necessita de uma relação harmoniosa entre homem e natureza. Sabendo que o publico alvo da EFA Marabá são jovens filhos de agricultores/as, ribeirinhos/as, quilombolas, assentados/as, indígenas, pescadores/as, que participam diretamente das decisões sobre o sistema de produção do lote, acreditamos que a partir das discussões realizadas durante as aulas no tempo espaço escola, período que os alunos permanecem na escola possa contribuir para uma mudança nas praticas de produção de seus lotes. A EFA Marabá atualmente atende a 140 jovens, de 80 projetos de Assentamentos vinculados à FETAGRI, abrangendo 08 municípios do sudeste paraense, buscando formar profissionais capazes de atuar como agentes de desenvolvimento social, cultural e econômico de suas comunidades, de forma ambientalmente sustentável, dentro dos princípios agroecológicos. E interessante ressaltar que a Agroecologia não é somente um dos conteúdos da área de conhecimento das ciências agrárias, mas, um principio de vida dos educandos(as), haja vista, que seu modo de produção é contraria ao modelo convencional de agricultura, onde há a utilização da mecanização e o uso intensivo de produtos químicos (fertilizantes e biocidas) a especialização de uma determinada cultura em regime da monocultura. Portanto o modelo de agricultura convencional, causa a degradação ambiental (compactação do solo e perda acentuada do potencial produtivo do solo), exclusão social (desemprego e êxodo rural) e Concentração de terra, renda e poder. “a agricultura moderna é insustentável – ela não pode continuar a produzir comida suficiente para a população global, a longo prazo, porque deteriora as condições que a tornam possível” (GLIESSMANN, 2001, p. 33). Acreditando que o Desenvolvimento Rural Sustentável se constrói em varias dimensões estratégica de uma Agricultura de base ecológica, e contando com a metodologia de Educação do Campo realizada pela EFA Marabá, a Agroecologia tem que se apresentar como o principal instrumento de modificação do sistema produtivo. “Desde críticos da modernização do progresso que buscam construir um modelo de desenvolvimento que seja socialmente justo, ecologicamente correto, economicamente viável, recuperando técnicas, valores e tradições” (Almeida, 1995); O termo Agroecologia e cunhado para demarcar um novo foco das necessidades dos agricultores, orientando a sustentabilidade rural, no seu sentido multidimensional, mais amplo, se concretizando simultaneamente com os ditames da sustentabilidade da dimensão econômica no potencial de renda e trabalho e acesso ao mercado, na dimensão ecológica, age na manutenção ou melhoria da qualidade dos recursos naturais e das relações ecológicas de cada ecossistema, na dimensão social, inclusão das populações mais pobres e segurança alimentar, na dimensão cultural atua no respeito às culturas tradicionais, na dimensão política, organização para a mudança e participação nas decisões e também na dimensão ética, sendo de fundamental importância nos valores morais transcendentes. Segundo Caporal e Costabeber (2004), “não raro, tem-se confundido a Agroecologia com um modelo de agricultura, com a adoção de determinadas práticas ou tecnologias agrícolas e até com a oferta de produtos “limpos” ou “ecológicos”. Observase, porém, que as Agriculturas Ecológicas nem sempre aplicam plenamente os princípios da Agroecologia, já que parte delas está orientada quase que e aos nichos de mercado, relegando a um segundo plano as dimensões ecológicas e sociais. Isso fica claro quando analisamos o desenvolvimento das Agriculturas Ecológicas “de mercado”, onde se observam: simplificação dos manejos, baixa diversificação dos elementos dos sistemas produtivos, baixa integração entre tais elementos, especialização da produção sobre poucos produtos, simples substituição de insumos químicos e biológicos e exígua preocupação com a inclusão social e criação de alternativas de renda para os agricultores mais pobres (CANUTO, 1998). A escola EFA Marabá trabalha na lógica da discussão da Agricultura Agroecológica. pela compreensão das relações e processos ecológicos, os agroecossistemas que podem ser manipulados de forma a melhorar a produção e a produzir de modo mais sustentável, com menos impactos ambientais e sociais negativos e com menor utilização de insumos externos (Altieri, 1987). Acreditando ser esta a mais próxima da realidade dos nossos educandos(as). Segundo Gliessman, 2005. A agroecologia proporciona o conhecimento e a metodologia necessária para o desenvolvimento de uma agricultura ambientalmente consistente, altamente produtiva e economicamente viável. Já para Guzmám et al, 2000. A Agroecologia se constitui num campo de conhecimento que reúne várias “reflexões teóricas avanços científicos oriundos de distintas disciplinas” que tem contribuído para conformar seu corpo teórico e metodológico. Sabendo que a realidade social e econômica dos educandos(as) da EFA Marabá, é uma agricultura familiar de pequena escala, realizar uma agricultura com os princípios da Agroecologia, só vem a contribuir com a inclusão social e a diminuição da dependência do agricultor a cerca dos insumos externos. As aulas são planejadas de uma forma que implicam em criar uma consciência que se aplica ao cultural, ao econômico, ao político, ao social e à concepção da vida dos educandos(as). Portanto, discutir a importância fundamental dos microorganismos e da matéria orgânica do Solo, considerado um corpo vivo e sua relação harmoniosa e equilibrada com água e as plantas numa visão sistêmica e global das inter-relações dos componentes do estabelecimento agrícola de cada educando(a), poderá criar uma melhor harmonização com a natureza na utilização racional da terra e seus produtos na perspectiva da sustentabilidade de longo prazo. O que se pretende através dessas discussões realizadas na EFA é despertar nos educandos(as) o interesse em implementar ou reestruturarem, em seus lotes, as atividades de acordo com os princípios agroecológicos, estimulando a diversificação da produção, valorizando a biodiversidade, melhorando da capacidade produtiva do solo e contribuindo para a conservação do meio ambiente, resultando numa nutrição equilibrada das plantas e uma qualidade nutricional adequada dos alimentos, dando continuidade ao fluxo produtivo, a longo prazo, de acordo com os conhecimentos e recursos locais.

Anexos

Anexo 1