A experiência do PATAC na construção de cisternas de placas
Em 1993, o Programa de Aplicação de Tecnologias Apropriadas às Comunidades - PATAC iniciou a construção de cisternas redondas de placas na Paraíba. No princípio, havia bastante desconfiança por parte dos agricultores, pois essas cisternas seriam bem diferentes das já existentes na região, as quais apenas os grandes fazendeiros tinham acesso. Na proposta apresentada pelo PATAC, as cisternas populares teriam uma parede fina (apenas 7cm) e seriam construídas com placas de cimento, feitas pelos próprios agricultores. Para isso, deveria ser utilizado cimento, arame, dois metros cúbicos de brita, zinco, canos de plástico e um conjunto de fôrmas. À medida que as primeiras foram sendo construídas, as comunidades passaram a dar apoio ao projeto. Dessa forma, as iniciativas se multiplicaram e, dez anos após sua implantação, milhares de cisternas já haviam sido construídas em todo o semi-árido paraibano. Com isso, muitos agricultores foram capacitados na profissão de construtores de cisternas, divulgando suas técnicas para dentro e fora das comunidades. Entretanto, a possível contaminação da água era uma das preocupações do PATAC . Para evitá-la, os usuários foram orientados a não utilizar baldes, visto que esses poderiam levar impurezas para dentro da cisterna. Como alternativa foi desenvolvida uma bomba manual fixa, tendo duas bolas de gude como válvulas, que permite a retirada da água sem que seja aberta a tampa da cisterna. Essa experiência mostra que quando uma técnica pode solucionar um problema grave (a falta de água), e quando ela está ao alcance do agricultor, esse se torna o principal divulgador e multiplicador, beneficiando toda a comunidade.