A experiência de manejo agroflorestal de Alinaldo

Alinaldo é um jovem agricultor que cultiva na propriedade de seu pai, na comunidade da Pimenteira, em Camamu-BA. Alinaldo conta que a comunidade sempre trabalhou em mutirão. Mas a prática antigamente era sempre desmatar, fazer coivara e queimar até que conheceram uma outra forma de trabalhar. Também através de mutirões, a comunidade começou a implementar as primeiras agroflorestas, iniciando na casa de Bel e Tonico. Nessa época Alinaldo também implementou uma área em sua propriedade. No início o agricultor plantou feijão-de-porco para recuperar a terra, que estava cansada. Depois foi a vez do abacaxi e de mudas de frutas e árvores nativas, como açaí, canela, cupuaçu, jabuticaba, jaca, jacarandá, jambo, mangustão, noz-moscada, pau d’arco e pequi. Conforme o manejo foi evoluindo, Alinaldo começou a desenvolver experiências como do uso do capim eucalipto para controlar o mato através da competição e para cobertura do solo. O agricultor ensina que o capim eucalipto tem uma capacidade de produção de biomassa e rebrota maior que o capim santo, porém inferior ao capim Guatemala. Alinaldo coloca restos de culturas e alimentos (cascas de frutas, cabaças de cupuaçu e etc) ao redor das plantas novas. A maioria das sementes de frutas e árvores nativas que possui em sua propriedade Alinaldo conseguiu na própria comunidade, coletando ou trocando com outros agricultores. O agricultor foi convidado a fazer um estágio de uma semana na fazenda de Ernst Gotsch, ganhando mais motivação e conhecimentos para realizar novas experiências. A propriedade de Alinaldo virou referência na região, recebendo constantes visitas de agricultores, estudantes e técnicos interessados em conhecer as bem-sucedidas experiências desenvolvidas. Hoje já são mais de um hectare manejado com um sistema agroflorestal.