A Comissão dos Atingidos pela Mineração e a Luta de Resistência à Expansão da Mineração de Bauxita (e a Favor da Agricultura Familiar) na Zona da Mata de Minas Gerais1
Em 2003, cinco municípios da Zona da Mata, no sudeste do Estado de Minas
Gerais, ficaram sabendo de um plano externo de desenvolvimento industrial para a
região, uma proposta de mineração de bauxita, e que, sem consultar à população, 95 concessões foram aprovadas. Mais recentemente, descobriram que a Companhia
Brasileira de Alumínio (CBA), que é parte do poderoso Grupo Votorantim, já possui a Licença de Instalação para iniciar atividades de mineração numa área de 75.000hectares da Mata Atlântica e terra de pequenos agricultores (AMIGOS 2006:3). Essa ameaça da expansão das mineradoras de bauxita acontece numa região de concentração e ampliação de projetos de barragens hidrelétricas.
Em reação, em 2004, um grupo composto do Sindicato de Trabalhadores Rurais
de Muriaé, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Muriaé, o CTA-ZM, a ONG
ambiental Sociedade Amigos de Iracambi, de Rosário de Limeira e o advogado do
NACAB – Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens, criaram a
Comissão dos Atingidos pela Mineração3. Esse grupo conta com o apoio, também, do
Movimento dos Atingidos por Barragens e da ONG CEIFAR (Centro de Estudos
Integração Formação e Assessoria Rural da Zona da Mata).