A agroecologia promovendo a segurança alimentar: um estudo de caso no semi-árido brasileiro

A família do senhor Antônio Santino de Freitas e de Maria de Zé Arcanjo mora em uma propriedade de 150 tarefas (45,5 hectares) em Bodocó, sertão do Araripe. Devido à seca de 1996, a família migrou para Petrolina. Em 1998, com a volta das chuvas, a família retornou ao sítio, mas em 2000, com a chegada de uma nova seca quase foi obrigada a migrar novamente. No entanto, com o apoio do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não-governamentais Alternativas (Caatinga), foi construído um cacimbão de 12 metros de profundidade para armazenar água. Porém, como em muitos poços e cacimbões no semi-árido nordestino, o de Antônio tinha água um pouco salgada. Para sanar o problema, o Caatinga prestou assessoria na construção de uma caixa d’água elevada com a utilização de materiais pré-moldados, com capacidade para 3500 litros, enchida por uma bomba manual feita artesanalmente. Esse sistema simples e barato permitiu irrigar por gravidade/gotejamento cerca de um hectare de horta, fruteiras e outras culturas. Atualmente, nesse um hectare há 50 pés de mamão, 90 de goiaba, 40 de maracujá, três de manga, três de caju, 45 de pimenta, 50 covas de banana, feijão, guandu, leucena, nim, quiabo, acerola, beterraba, cebolinha, pepino, alface e fumo.