10envolver Saneamento Básico Rural
A experiência abrange 19 municípios do vale do Mucuri e Jequitinhonha, região com municípios de menor IDH-M de MG. A população rural representa 32,49% do número total de habitantes e apenas 2,8% das famílias rurais consomem água tratada, 9,8% das famílias não possuem instalações sanitárias em suas residências e apenas 0,9% das famílias possuem banheiro com rede de esgoto e tratamento. Essa realidade contribui para a elevada taxa de doenças causadas pela ausência de esgotamento sanitário apresentando um dos maiores índices de esquistossomose do estado. Em 2017, foram registrados 75 óbitos infantis em decorrência de doenças ligadas à falta de saneamento básico. A região integra área suscetível à desertificação, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Nota-se baixa capacidade técnica e de investimento financeiro por parte do poder público municipal.
A experiência possui uma rede de parcerias consolidada, entre instituições da sociedade civil e poder público.
Objetivo da iniciativa: Promover acesso ao saneamento básico a agricultores familiares de baixa renda em municípios de menor IDH-M do vale do Mucuri - MG, por meio da difusão de tecnologias sociais, do fomento de políticas públicas e da promoção de educação ambiental relacionados ao saneamento básico rural, visando gerar impactos ambientais e sociais.
Metodologia: Educação ambiental, rodas de conversa e oficinas para implantação da fossa séptica biodigestoras (FSB) com tecnologia adaptada à realidade local com jovens de escolas famílias agrícolas, agricultores e agricultoras de diversas comunidades rurais. Foi desenvolvida a tecnologia das fossas sépticas biodigestoras utilizando as placas de cimento semelhantes à tecnologia de construção de cisternas da Articulação do Semi-árido.
Está sendo feito o monitoramento periódico das FSB com análises de amostras do esgoto para verificação da eficiência do sistema.
O esgoto tratado na FSB pode ser utilizado para fertirrigação de pomares e capineiras, gerando uma economia do consumo de água e fertilizantes com a irrigação, além de uma possível melhoria de renda com o aumento da produção.
O debate com os gestores públicos, a participação em conselhos de meio ambiente e comitês de bacias hidrográficas visa influenciar a construção de políticas públicas de saneamento a partir das experiências vivenciadas.