Rede Sociotécnica da Cratília
No ano de 2007 o MAPA (Ministério da Agricultura) participei como representante da Embrapa Milho e Sorgo do PROGRAMA BANCO COMUNITÁRIO DE SEMENTES DE ADUBOS VERDES, que visava dar popularidade às leguminosas junto à agricultura familiar e à pratica dos bancos comunitários de sementes crioulas. Nos primeiros anos, conheci o banco de forrageiras na EPAMIG (Fazenda Santa Rita, no município de Prudente de Morais), onde observei pela primeira vez a leguminosa nativa perene Cratylia argentea. Concomitantemente aos primeiros anos do programa, uma pesquisa (DRP) junto a agricultores familiares produtores de milho na região central de MG ( https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/886274/1/bol31.pdf ) foi identificado que não havia a prática da adubação verde e havia reduzido conhecimento relativo aos insetos agentes de controle biológico. Ao longo dos anos de acompanhamento da cratília na região central de MG, foi possível reconhecer seu potencial como adubo verde, planta apícola, forrageira e na recuperação de áreas degradadas. A partir de um 1o. lote de sementes de cratília (1 kg) recebidas do então gestor do banco da forrageiras perenes da Embrapa Cerrados (Dr. Allan Kardec Ramos), foram instalados banco de matrizes que tornaram-se produtoras de sementes da leguminosa. Assim, desde 2011, foram enviados mais de 350 kg de sementes da leguminosa para vários estados brasileiros, dentro da lógica de compartilhamento para que houvesse a apreciação por parte de quem recebia as sementes. Algumas informações básicas eram enviadas juntamente com as 100 gr de sementes (cerca de 400 sementes): produzir mudas que seriam as futuras matrizes em saquinhos para transplantio no período mais chuvoso, manter as mudas transplantadas em pleno sol e espaçadas por 4 m, o que favorece o seu crescimento e a produção de vagens. As publicações que seguem foram decorrentes de pesquisas geradas a partir do compartilhamento das sementes com diferentes instituições: "A leguminosa Cratylia argentea e a construção de uma rede de pesquisa participativa" (http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1109488) , " Aspectos de Cratylia argentea na região central de Minas Gerais e potencialidades em sistemas agrobiodiversos" (http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1100100) e Nectário extrafloral de Cratylia argentea e seu significado na agricultura de base ecológica.http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1149732 , Introdução de Cratylia argentea (Desv.) Kuntze em pastagem de Urochloa brizantha cv. BRS Piatã na região Central de Minas Gerais http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1148197 , Physiological, morphological, and biochemical characterization of Cratylia argentea (Desv.) Kuntze seeds, http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1147140 e Popularização da biodiversidade de agentes de controle biológico no contexto da transição agroecológica na Bacia do Ribeirão de Jequitibá http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1129702 . Até o ano de 2021, foram enviadas sementes de cratília para 192 municípios brasileiros. No cadastro constam 354 e-mails, nas categorias de produtores(as) (119), associações (14), diversos (41), Embrapa (32), institutos de ensino e pesquisa (53), extensão rural (52), apicultores (7), pecuaristas (35). Esse cadastro ainda será atualizado, com a inclusão dos dados de 2022.