Desenvolvimento e Aplicação de Tecnologia Social para Inclusão Cidadã de Famílias Residentes em Territórios Prioritários do Plano Progredir no Município de Petrópolis
Desenvolvimento e aplicação de tecnologia social que contribua para o alcance das metas da Agenda 2030 em comunidades de exclusão social do Município de Petrópolis, a partir da integração de técnicas participativas de análise territorial, social e econômica e a formulação conjunta com a comunidade e o poder público local, de alternativas para a redução das fragilidades e desigualdades existentes. A implementação de ações para o cumprimento dos ODS e das metas da Agenda 2030, no entanto, enfrenta alguns desafios metodológicos, dentre os quais destacamos: a) a necessidade de intervir em níveis locais, particularmente no âmbito das famílias de maior exclusão social; b) as dificuldades de caracterizar em escala apropriada os territórios onde habitam essas famílias, a partir de dados quantitativos do censo de 2010, já que estes representam médias geográficas em escalas que geralmente incorporam uma ampla heterogeneidade social e econômica; e c) o viés setorial com que são encarados, em geral, tanto os diagnósticos quanto as propostas de intervenção política, dificultando o enfoque necessariamente intersetorial que reconheça e atue a partir da determinação múltipla dos ODS.
Para tanto, se considera necessário o desenvolvimento de tecnologia qualitativa que consiga superar algumas das limitações e desafios próprios da pesquisa domiciliar quantitativa, na escala dos setores censitários demarcados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), particularmente quando destinada à caracterização social e econômica em âmbitos locais. Dentre estes desafios, três são destacados: a) A escala: a dificuldade e o custo da aplicação de pesquisas estruturadas por amostragem de forma a representar realidades e demandas locais em espaços territoriais relativamente pequenos, porém ocupados por população de grande exclusão social b) As realidades culturais: Apesar dos indicadores de pobreza multidimensional conseguirem cobrir um amplo espectro das características sociais e econômicas da população (Fahel, 2015) elas não conseguem incorporar as realidades da diversidade cultural, cognitiva e civilizatória das populações das várias regiões do país, que dizer das realidades mundiais, a não ser construindo conjuntos de indicadores específicos para cada caso. c) A subjetividade: Uma consulta estruturada, qualquer que seja, não poderá incorporar e compreender os valores subjetivos da população, se esta não participa ativamente na construção desse modelo, a partir da sua territorialidade, incluindo os seus valores de Nação e classe social, entre outros.
Assim, a presente experiência se propôs a desenvolver uma tecnologia social baseada em técnicas de Cartografia Participativa, de Diagnóstico Rápido Participativo, de exercícios de Teatro do Oprimido e da construção e gestão de redes sociais e institucionais, visando: a) revisar a cartografia oficial das áreas censitárias de exclusão social estabelecidas pelo Ministério de Desenvolvimento Social, já que estas representam médias censitárias, e b) debater com as comunidades envolvidas as principais limitações à realização dos seus direitos cidadãos e, consequentemente, elaborar propostas que permitam uma maior inserção social e produtiva. A experiência vem sendo realizada em cinco áreas prioritárias (Meio da Serra, Glória, Pedras Brancas, Posse, Morro do Alemão) localizadas no Município de Petrópolis.