Curso de Especialização e de Aperfeiçoamento em Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido


Curso de Especialização e de Aperfeiçoamento em Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido
 
O Curso de Especialização e de Aperfeiçoamento em Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido iniciado em janeiro de 2019 é coordenado pela Fiocruz Ceará em parceria com as seguintes instituições e organizações: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB); Universidade Estadual do Ceará (UECE); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE); Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza; Rede Saúde, Saneamento, Água e Direitos Humanos (RESSADH), Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS) e Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares – Ceará. Trata-se de uma turma conjunta com 45 educandos(as) da especialização e oito do aperfeiçoamento oriundos de várias regiões do Ceará e oeste do Rio Grande do Norte. Inicialmente financiado com recursos do Ministério da Saúde (MS), o processo formativo teve continuidade graças a auto-organização dos(as) educandos(as), às várias articulações em rede construídas e apoios recebidos da RESSADH; ANEPS; Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde – VPAAPS/Fiocruz; e Fiocruz Ceará.
Com 466 horas/aula distribuídas em Tempo Escola (TE) – 258 horas-aula, Tempo Comunidade (TC) – 108 horas-aula, e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – 100 horas-aula, a estrutura curricular do Curso é composta por seis módulos, a saber: I. Sociedade, Estado e Modelo de Desenvolvimento; II. Território, Trabalho e Cultura; III. Educação Popular em Saúde, IV. Promoção e Vigilância à Saúde no Território; V. Água, Agroecologia, Saneamento e Convivência com o Semiárido; e VI. Construção Compartilhada do Conhecimento, os quais estão organizados de forma integrada e articulada em três Unidades de Aprendizagem (UA): UA I – Educação Popular em Saúde no Contexto do Semiárido, UA II – Diálogos e intervenções nos territórios e UA III – Políticas públicas e sistematização de ações afirmativas em Educação Popular em Saúde e Convivência com o Semiárido nos territórios, as quais foram desenvolvidas no TE e no TC.
O TE corresponde aos três momentos presenciais, os quais aconteceram na cidade de Fortaleza, em sistema de imersão de sete dias, com carga horária de 70 horas-aula cada, e pelos momentos destinados à realização dos encontros regionais e do encontro interestadual. O TC aconteceu entre cada TE e compreende o tempo dedicado à elaboração e ao desenvolvimento das atividades pedagógicas: estudos individuais, trabalhos escritos de sínteses com base nos referenciais teóricos dos módulos, cartografia social, intervenção, sistematização das experiências de educação popular e convivência com o semiárido e demais atividades realizadas pelos/as educandos/as nos territórios, os quais foram acompanhados pelos educadores/as e ou tutores/as vinculados/as à Fiocruz Ceará e às instituições e organizações parceiras. Essas atividades e respectivos materiais produzidos foram entregues à Coordenação do Curso e registrados em portfólio e/ou sistematizados durante o Curso.
Foram realizados seis encontros regionais (cinco no Ceará: 1. Litoral Leste e Vale do Jaguaribe, 2. Sobral e Macro Fortaleza, 3. Sertão Central, 4. Cariri e 5. Fortaleza e Região Metropolitana e um no Rio Grande do Norte: Mossoró) e um encontro interestadual (em Fortaleza), que contaram com a participação das instâncias do SUS municipal, regional e estadual, além dos movimentos sociais e populares e das instituições de ensino e pesquisa presentes nas diversas regiões, de modo que se constituíram em espaços de intercâmbio de experiências entre os municípios e territórios das regiões envolvidas sobre educação popular em saúde, formas sustentáveis de usufruto do território, tecnologias sociais e estratégias de convivência com o semiárido. Nesses encontros os(as) educandos(as) apresentaram as intervenções desenvolvidas nos territórios onde atuam, bem como os produtos das sistematizações das experiências de educação popular em saúde e de convivência com o semiárido em suas diversas linguagens: vídeo, ato cenopoético, teatro, cordel, álbum seriado, entre outros. A partir dos olhares diversos dos sujeitos participantes e da riqueza das experiências compartilhadas, o ponto culminante dos encontros regionais e interestadual foi o debate acerca das estratégias para a implementação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde nos municípios, regiões e no âmbito estadual, a partir da qual seja possível atuar pela formação permanente, o cuidado e a participação social.
Os módulos integrados em UA foram construídos com base nos princípios e diretrizes do SUS, com ênfase em temas que integram Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido e abordaram conteúdos com o objetivo de proporcionar aos/às trabalhadores/as de saúde e militantes das redes, fóruns, articulações, movimentos sociais e populares uma formação político ideológica visando a construção de sujeitos críticos comprometidos com a saúde como direito fundamental e com a consolidação, fortalecimento e ampliação do SUS como forma de acesso a este direito.
O percurso metodológico do curso está ancorado nos princípios teórico-metodológicos da educação popular, nos quais a problematização e a construção compartilhada do conhecimento são referências fundamentais, sempre partindo das experiências na perspectiva  de contribuir para uma análise crítica da realidade. O processo se propôs a gerar a aprendizagem significativa, incentivando a cogestão de coletivos, qualificando a ação e proporcionando a autonomia e protagonismo dos sujeitos populares em sua interface com os trabalhadores da saúde e os atores das instituições de formação. Nesse sentido, foram adotadas diversas estratégias educacionais para o alcance dos objetivos de aprendizagem, destacando: círculo de cultura, feira do soma sempre, júri simulado, cine debate, produção de síntese criativa, estudo dirigido, cenopoesia, teatro fórum, mesa-redonda, exposição dialogada, oficinas de trabalho em pequenos grupos, painel de experiências, intercâmbio e socialização de experiências, trabalho de campo, estudo individual e em grupo com produção de síntese criativa, roda de memória e construção da linha do tempo, Grupos de Verbalização e Observação – GVGO a partir das experiências identificadas nos territórios, vivência de cuidado e mística. Ressalte-se que a mística e a cenopoesia permearam todo o processo de desenvolvimento do curso, as quais eram protagonizadas pelos(as) educandos(as) que se organizaram em Núcleos de Aprendizagem e Ensino (NAE) e cada dia durante a semana de imersão do TE era coordenado por um NAE diferente.
Atualmente, o Curso prossegue com a fase de avaliações dos TCC e, em seguida, dar-se-á continuidade ao processo de sistematização da experiência do Curso (metodologia de Oscar Jara Holliday), com a produção dos seguintes materiais: 1. um vídeo institucional sobre o Curso com destaque para algumas experiências nos territórios; 2. um caderno sobre as experiências do curso e dos territórios; 3. a produção de cinco podcasts: um podcast destinado a divulgar as experiências do Rio Grande do Norte e quatro podcasts para divulgar as experiências do Ceará (territórios de Semiárido, Povos do Mar e do Mangue, áreas de Reforma Agrária, cidade de Fortaleza); e 4. Cordel com roteiros cenopoéticos produzidos durante o processo.
Os depoimentos das coordenadoras Ana Cláudia Teixeira e Vera Dantas, em matérias publicadas por ocasião da abertura do curso1,2, ilustram bem a riqueza, as expectativas e o propósito do curso.
“A riqueza desse processo se dá pelo diálogo entre os campos da Educação Popular em Saúde e a Convivência com o Semiárido e também por toda a construção coletiva que foi feita desde o início” (Ana Cláudia Teixeira, pesquisadora da Fiocruz Ceará, RESSADH). (adaptação nossa)
“Na perspectiva da prevenção, promoção e vigilância da saúde, a expectativa é de que o curso contribua com o desenvolvimento de estratégias que visem à incorporação das experiências e práticas de Educação Popular na atenção básica com enfoque na temática ‘Água, Agroecologia, Saneamento e Tecnologias de Convivência com o Semiárido’” (Ana Cláudia Teixeira, pesquisadora da Fiocruz Ceará, RESSADH)
Sobre “o desejo de que a prática seja incorporada de fato pelo SUS, abrindo pontes de diálogo e ação com outros sujeitos de fora do setor da saúde”, Vera Dantas exemplifica: ‘Se eu estou numa área que é atingida pelo uso de agrotóxicos, e isso tem prejudicado a saúde das pessoas, como é que os movimentos do campo da saúde e da educação popular se juntam com os movimentos que lutam contra os agrotóxicos, que lutam pela agricultura familiar e agroecológica, para que a gente construa possibilidades de um caminho de viver mais saudável?’” (Vera Dantas, Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, ANEPS)
Para Vera Dantas, “[...] a formação abre ainda a ‘possibilidade de recriar os rituais de educação e saúde, e também de recriar os rituais de cuidado, com essas práticas que não são necessariamente de cuidado sobre o corpo das pessoas, mas são de cuidados com essa pessoa e tudo o que a constitui, que é o seu próprio ambiente’”.
1.      http://ce.caritas.org.br.s174889.gridserver.com/2019/01/14/curso-promove-dialogo-de-saberes-praticas-entre-educa-convivencia-semiarido/
2.      https://agencia.fiocruz.br/curso-promove-educacao-popular-em-saude-no-semiarido

1. Identificação

Nome da organização que está registrando a experiênciaFundação Oswaldo Cruz Ceará

3. Identificação do tipo experiência

Esta experiência é/foi realizada no Brasil?Sim

Selecione o tipo de experiênciaEnsino-pesquisa-extensão

Se envolve ensino, indique qual(is) o(s) tipo(s) de curso(s)

  • Pós graduação lato sensu
  • Curso livre (sem titulação)

Se envolve ensino, indique o número total de vagas disponível (por curso/turma)77

Se envolve ensino, indique o número total de egressos (pessoas que concluíram o curso/turma)54

4. Sujeitos

Você considera que a experiência tem uma atuação em Rede? Sim

Sexo - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiência

  • Feminino
  • Masculino

Faixa etária - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiência

  • De 15 a 29 anos
  • De 30 a 60 anos

6. Localização e abrangência espacial

Esta experiência está sendo cadastrada pelo celular (via aplicativo ODK Collect)? Não

9. Resistências e ameaças

Algo ameaça esta experiência?Outra

11. Estratégias de Comunicação e Anexos

Que tipo(s) de ferramenta(s) utiliza para divulgar a experiência e se comunicar com os envolvidos?

  • Outra
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