Bem viver agroecológico: Um caminho para agricultores/as familiares em tempos de pandemia.

Experiência Saúde e AgroecologiaEm andamento

Cadastrado em 15 de setembro de 2020

Instituição de referência: Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica Arapuá

Educação e Construção do Conhecimento Agroecológico

Práticas de Cuidado em Saúde e Medicina Tradicional

Identidades: Agricultoras/es Familiares e Camponesas/es, Estudantes, Extensionistas rurais e técnicas/os, Integrantes de ONGs e profissionais autônomos, Profissionais de saúde

Abrangência: Local (bairro/comunidade ou similar)

Mapeamento: Tecendo Redes de Experiências em Saúde e Agroecologia

UF: PI

Municípios: Buriti dos Lopes (PI)

O assentamento Lagoa do Prado, localizado em Parnaíba, Piauí, é uma referência na produção agrícola familiar na região. Desde o início da organização do assentamento, as famílias que vivem no local realizam plantios coletivos para subsistência alimentar em sua maior parte no período chuvoso (janeiro a maio) e, ainda, para manutenção da renda familiar. E, diante da pandemia do coronavirus (COVID-19), a comunidade foi prejudicada pelo distanciamento social e ficou vulnerável por não ter as mesmas condições socioeconômicas para lidar e se proteger do vírus por serem mais sensíveis e excluídas, fruto de décadas de governança negligente e de desigualdade no qual foi sobreposta com COVID-19. O cenário de crise em assentamentos informais não é novidade: epidemias e desastres ambientais vêm historicamente impactando essas comunidades em níveis desproporcionalmente altos. A grande mudança desse cenário atual de pandemia é que se tornou evidente a real importância das comunidades rurais para a produção de alimentos saudáveis para população urbana, entretanto, os mesmos precisam também de ajuda emergenciais básicas de proteção contra os contágios pelo uso de máscaras, de higiene pessoal, de saúde e de informações complementares sobre a COVID-19. É preciso propor medidas e/ou estratégias imediatas e pós-pandemia para o Assentamento Lagoa do Prado, pois o mesmo já tem um caso suspeito com isolamento social domiciliar.
As diretrizes gerais sobre os procedimentos metodológicos para a execução desse projeto-piloto serão baseados em alguns conceitos referenciais e tecnologia disponível. O projeto prever necessidades imediatas para promover o isolamento social da comunidade do Assentamento Prado e retardar o contágio de COVID-19, primordialmente no primeiro degrau de necessidades imediatas em prover condições básicas de habitabilidade de forma urgente. As estratégias imediatas e urgentes da proposta serão baseadas em função 05 pontos principais: Segurança básica; Saúde; Rede de apoio Informação e de Pessoal, ambas hierarquizadas, conforme grau de necessidade.

O modelo piramidal da proposta é apropriado para os desafios atuais e vai considera uma hierarquia de necessidades em cada pilar e pode ser utilizado para guiar soluções que contemplem cada um dos cinco degraus apresentados. Os inferiores são prioritários já que são ligados diretamente a necessidades básicas para sobrevivência, mas uma abordagem holística deve buscar alcançar os pilares superiores.
Aliada as estratégias emergências, a proposta prever um acompanhamento clínico, médico e psicológico e a realização de atividades de incentivo a cultivos nos lotes através das tecnologias e sociais das práticas de natureza agroecológica por meio dos quintais produtivos, visando o isolamento social, disponibilidade de alimentos saudáveis para aumentar a imunidade dos moradores e futuramente para pós-pandemia da COVID-19 com objetividade de renda por meio de uma feira virtual solidaria e com entrega “delivery” pelo aplicativo criado visando aumentar a resiliência da comunidade e da capacidade de voltar ao seu estado de existência inicial pré-desastre, como também preparar o(a)s assentado(a)s para fiquem mais fortalecidos diante de uma outra crise futura.
Equipe executora do experiência (Agronomia/agroecologia/saúde):
Valdinar Bezerra dos santos, Agrônomo - UESPI - NEA-CAJUÍ.
Flávio Luiz Simões Crespo - IFPI/NEA-CAJUÍ.
Leticia Martins Silva - Agrônoma - UESPI - NEA-CAJUÍ.
Antonio Adolfo de Souza Costa - Agrônomo - UESPI - NEA-CAJUÍ.

Dário Brito Calçada - UESPI - Ciência da Computação - UESPI
Dhwliany Silva Meireles, Especialista em saúde pública e saúde da família, Mestre/Enfermeira, UESPI.
Andre Cades Barbosa Paz Oliveira de Melo, interno de medicina - UFDPAR.
Clara Luz Borges dos Santos, Acadêmica de Química - IFPl.
Maria Hortencia Borges dos Santos, Técnica em enfermagem e Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente- UFPI.
Rosangela Sousa de Gois Rodrigues, Acadêmica de Nutrição- UNINASSAU.
Brenda Maria de Góis Rodrigues, Acadêmica de Letras Inglês- UESPI;
Cristina Fontenele - Técnico em enfermagem e moradora e Assentada da comunidade Lagoa do Prado - (No projeto atua como agente de saúde comunitária).

1. Identificação

Nome da organização que está registrando a experiênciaNÚCLEO DE ESTUDO, PESQUISA E EXTENSÃO EM AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA - NEA-CAJUIÍ

2. Duração da experiência

Essa é uma experiência criada em resposta aos efeitos da crise sanitária decorrente da pandemia do Coronavírus (Covid-19)? Sim, é uma experiência nova

3. Identificação do tipo experiência

Esta experiência é/foi realizada no Brasil?Sim

Selecione o tipo de experiênciaCuidado em saúde

4. Sujeitos

Você considera que a experiência tem uma atuação em Rede? Não

Qual(is) a(s) identidade(s) do(s) grupo(s) social(is) e coletivo(s) que participa(m) da construção desta experiência?Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Lagoa do Prado (ATRALP), Parnaíba - Piauí.

Sexo - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiência

Feminino
Masculino

Se há um sexo com maior participação, indique Feminino

Cor ou raça - indique o(s) grupo(s) que participa(m) da experiência

Preta
Parda
Branca

Se há uma cor ou raça com maior participação, indiquePreta

Faixa etária - indique o(s) grupo(s) que participa(m) dessa experiência

De 15 a 29 anos
De 30 a 60 anos
Acima de 60 anos
Até 6 anos
De 7 a 14 anos

Se há uma faixa etária com maior participação, indiqueDe 30 a 60 anos

Indicação do gênero das pessoas participantesmulheres e homens

6. Localização e abrangência espacial

Esta experiência está sendo cadastrada pelo celular (via aplicativo ODK Collect)? Não

7. Práticas em saúde e agroecologia

Águas e saneamento

Outra
Biodigestor

Qual outra?Fossa biodigestora...; Melhoria da disponibilidade de água.

Práticas Agroalimentares (produção/beneficiamento/consumo)Quintais sócio-produtivos (horticultura, pomar, etc.)

Outras práticas não especificadas nas opções anteriores A experiência auxilia com medidas para enfrentamentos com a Covid-19, pois durante esse período a comunidade necessitou de produtos, como Máscaras e produtos de higiene. A proposta é importante para a comunidade Lagoa do Prado pelo uso de estratégias para melhoraria da segurança básica, a prevenção dos contágios pelo uso de máscaras, acesso à água e sabão, no uso de estruturas de higienização, na conscientização sobre a gravidade do problema e o que fazer, além de combater as informações falsas e atitudes contraditórias que sejam prejudiciais. A experiência vem incentivando também o fortalecimento do distanciamento social por contribuir para a produção nos quintais de cada lote, evitando a saída dos mesmos para os “roçados” e, ainda, a preocupação com pós-pandemia pelas repercussões psicológicas das medidas de isolamento, além de aumentar a resiliência da comunidade e da capacidade de voltar ao seu estado de existência inicial pré-desastre, como também preparar o(a)s assentado(a)s para fiquem mais fortalecidos diante de uma outra crise futura..

Esta prática é considerada uma tecnologia social pelos protagonistas da experiência? Sim

O que estimula a adoção dessa(s) prática(s)?Outro

Qual outro estímulo à adoção desta prática?Prática de saúde básica da Família para os territórios ou zonas rurais.

9. Resistências e ameaças

Algo ameaça esta experiência?

Sucessão geracional frágil ou inexistente
Disputa territorial ou dificuldade de acesso ao território

Há conflito(s) ambiental(is) no(s) território(s) onde essa experiência acontece?Sim

Indique o(s) município(s) e respectiva(s) Unidade(s) Federativa(s) onde acontece o conflitoA comunidade Assentada Lagoa do Prado ainda sofre pressão dos antigos donos da área do Assentamento pela falta de regularização fundiária por parte do INCRA, falta de assistência técnica especializada e assistida e acesso as politicas públicas de modo geral, principalmente, a de financiamento agrícola familiar. No Assentamento existe ainda problema com alcoolismo por parte do público jovem, violência doméstica e familiar.

Grupo(s) social(is) atingido(s) pelo conflito ambiental

Agricultor(a) familiar
Trabalhadoras/es rurais sem terra

Atividade(s) geradora(s) do conflito

Perímetros irrigados
Outra
Atuação de entidades governamentais

Qual outra?O assentamento ainda sofre ataques dos antigos donos da área.

Impactos Socioambientais da(s) atividade(s)

Invasão/dano a área protegida ou unidade de conservação
Falta de saneamento básico

Possíveis danos à saúde decorrentes da atividade e/ou do conflito

Obesidade
Alcoolismo e/ou uso problemático de outras drogas
Desnutrição
Violência sexual/abuso
Fome
Falta de atendimento médico
Violência psicológica/assédio
Doenças não transmissíveis ou crônicas
Doenças respiratórias
Piora na qualidade de vida

A experiência aqui cadastrada está envolvida nesse(s) conflito(s) ambiental(is)? Sim, a experiência contribui para o enfrentamento do conflito

11. Estratégias de Comunicação e Anexos

Que tipo(s) de ferramenta(s) utiliza para divulgar a experiência e se comunicar com os envolvidos?

Aplicativo desenvolvido pela organização
E-mail
Facebook/Messenger
Whatsapp/Telegram
Instagram

12. Redes em saúde e agroecologia

De que forma sua organização poderia colaborar na criação e/ou fortalecimento dessas redes?

Uma das nossas atividades desenvolvidas no projeto "Bem viver agroecológico: Um caminho para agricultores e agricultoras familiares em tempos de pandemia", que tem a ideia de enfatizar o processo de desenvolvimento e inovação em prol das população rurais para o auxílio com os cuidados em saúde, bem como o acompanhamento mais direto com cada família assistida e pode servir como exemplo para outras comunidades rurais no Brasil ao atendimento básico de saúde.